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maio 23, 2017

A Prisão do Rei por Victoria Aveyard

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9999094163351
Editora: Seguinte
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 552
Classificação: Ótimo
Sinopse: Rainha Vermelha – Livro 03.
Mare Barrow foi capturada e passa os dias presa no palácio, impotente sem seu poder, atormentada por seus erros. Ela está à mercê do garoto por quem um dia se apaixonou, um jovem dissimulado que a enganou e traiu. Agora rei, Maven continua com os planos de sua mãe, fazendo de tudo para manter o controle de Norta — e de sua prisioneira. Enquanto Mare tenta aguentar o peso sufocante das Pedras Silenciosas, o resto da Guarda Escarlate se organiza, treinando e expandindo. Com a rebelião cada vez mais forte, eles param de agir sob as sombras e se preparam para a guerra. Entre eles está Cal, um prateado em meio aos vermelhos. Incapaz de decidir a que lado dedicar sua lealdade, o príncipe exilado só tem uma certeza: ele não vai descansar enquanto não trouxer Mare de volta.

A Rainha Vermelha foi àquela série que chegou de mansinho, gerando nessa que voz escreve emoções contraditórias até que por fim me vi completamente envolvida pela trama de Victoria Aveyard. E A Prisão do Rei, é visível não somente a evolução da série e de seus personagens, mas principalmente da escrita da autora. Por esse motivo arrisco-me em dizer que esse é o melhor livro da série até aqui.

Quem quiser fugir de spoilers pode pular três parágrafos a partir de agora.

Quando se entregou a rei Maven Calore para salvar seus companheiros da Guarda Escarlate, Mare Barrow esperava por uma morte lenta e dolorosa, só que isso não aconteceu. O rei a trancou numa jaula silenciosa em que todos os dias os erros que cometeu a atormentam, e sem o seu poder pouco a pouco o que resta de suas forças vai sendo drenado. Se isso já não fosse o bastante Mare precisa lidar com a hostilidade de nobres prateados como Samson Merandus e Evangeline Samus, além da estranha obsessão que Maven tem por ela.

Do lado de fora do palácio de Whitefire a Guarda Escarlate continua agindo nas sombras e conquistando mais espaços no reino de Norta, apesar de todas as tentativas do rei de enfraquecer a rebelião. Cal o príncipe exilado é visto pelo Comando como uma peça importante contra a tirania de Maven. Mas a sua lealdade é questionável, principalmente para os vermelhos que ainda o vêm como prateado que por anos escravizou e matou pessoas inocentes. Só que nem os mais desconfiados podem negar que príncipe é indispensável nessa guerra, principalmente por que ele está disposto a fazer o que for preciso para trazer Mare de volta.

Conforme os conflitos vão se intensificando por toda Norta, velhos inimigos se torna aliados e novas alianças são feitas em nome do poder. A guerra finalmente começa e dessa vez os alvos são tanto vermelhos como prateados, e por mais que Mare e Cal queiram a mesma coisa talvez os sentimentos e os ideais que os unem não sejam fortes o suficiente para sobreviver às novas intrigas e conspirações.

Contrariando algumas opiniões que ouvi e li, particularmente gostei muito de A Prisão do Rei. Claro que reconheço que o começo é um pouco “parado”, porém foi justamente esse ritmo mais lento que possibilitou a autora desenvolver melhor tanto alguns personagens como pontos importantes da história. Confesso que fiquei assim como muitos eu espera que a séria A Rainha Vermelha terminasse no terceiro livro, por isso uma das minhas principais dúvidas era se Victoria Aveyard teria “assunto” para um próximo livro. E sim, a ela tem! A verdade é que autora deixou a história totalmente em aberto e dando um gancho incrível para a continuação.

E por mais que o Maven seja visto como o grande vilão da história em especial levando em conta o triângulo amoroso formado por ele, Mare e Cal, eu nunca consegui ver o personagem como sendo “mal”. Manipulável e manipulador talvez? Cretino, com certeza. Porém apesar de todas as sombras que rondam a sua mente e o visível flerte dele com a loucura, uma parte de mim não deixa de ter “pena” pela pessoa que a rainha Elara o tornou. Sem falar que em muitos momentos gosto do sarcasmo do Maven, pois mesmo que ele tenha sido um “fantoche” a vida toda, eu ainda acho que ele um dos personagens senão o mais inteligente, um dos melhores estrategistas da trama.

Os diálogos dele com a Mare são um dos pontos altos da narrativa, pois através deles vemos toda a dor do rei. A Mare teve uma boa evolução aqui e foi gratificante ver um lado mais “humilde” da personagem.  Ela reconheceu seus erros e de certo modo está disposta não a repara-los, mas evitar que suas ações prejudiquem o Guarda e sua família novamente. Só que é visível o quando o coração dela é divido em amor e ódio pelo rei e o príncipe.

O Cal aqui teve não somente uma participação menor, como “reduzida” dando a impressão que ele que não consegue tomar decisões importantes por si mesmo,  e esse foi algo que me incomodou um pouco.  Sempre fui a favor de a narrativa ser dividida entre os pontos de vista de vários personagens para termos uma visão mais ampla da história. Isso de fato acontece aqui, porém ao invés de um desses pontos de vista ser do Cal é de uma outra personagem que sinceramente não tem tanto peso na trama como o príncipe.

Gosto quando o autor abre espaço para os personagens secundários, mas de todos os personagens que podiam ter um maior destaque em A Prisão do Rei, a autora escolheu alguém com uma personalidade muito parecida com a da Mare o que deixou tudo meio elas por elas, se que vocês me entendem. Adorei as partes narradas pela peste da Evangeline, não só por que elas foram importantes no contexto da história, mas especialmente por ver quem realmente é a Evangeline. E admito que me algumas revelações sobre ela foram bem surpreendentes.

Em A Prisão do Rei, Victoria Aveyard apresentou uma narrativa bem amarrada com uma boa dose de ação. Além disso, a autora expandiu o universo de A Rainha Vermelha ao mesmo tempo em que deixou o desfecho da série em aberto criando assim várias possibilidades. Ou seja, podemos começar a fazer nossas apostas e criar as nossas teorias da conspiração, por que a partir de agora o jogo pode mudar a qualquer momento.

“Nossos poderes vieram da corrupção, de uma praga que matou a maioria. Não fomos escolhidos, mas amaldiçoados.”

Com um final que deixa qualquer leitor com o coração na mão e ansioso pelo próximo capítulo da série, A Prisão do Rei é um livro cheio de reviravoltas e intrigas políticas em que o medo de perder o poder e o desejo de conquista-lo ditam o ritmo de uma guerra que apenas começou. Mal posso esperar para ver quem vai se sair vencedor, embora acredite que independente do lado que ganhar essa batalha, ambos tem muito mais a perder do que a ganhar com ela.

Veja Também:
A Rainha Vermelha.

abril 11, 2016

Espada de Vidro por Victoria Aveyard

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788565765947
Editora: Seguinte
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 496
Classificação: Ótimo
Sinopse: A Rainha Vermelha – Livro 02.
O sangue de Mare Barrow é vermelho, da mesma cor da população comum, mas sua habilidade de controlar a eletricidade a torna tão poderosa quanto os membros da elite de sangue prateado. Depois que essa revelação foi feita em rede nacional, Mare se transformou numa arma perigosa que a corte real quer esconder e controlar. Quando finalmente consegue escapar do palácio e do príncipe Maven, Mare descobre algo surpreendente: ela não era a única vermelha com poderes. Agora, enquanto foge do vingativo Maven, a garota elétrica tenta encontrar e recrutar outros sanguenovos como ela, para formar um exército contra a nobreza opressora. Essa é uma jornada perigosa, e Mare precisará tomar cuidado para não se tornar exatamente o tipo de monstro que ela está tentando deter.

Apesar de não ter “morrido de amores” por A Rainha Vermelha, tenho que confessar que algo na narrativa da autora Victoria Aveyard me conquistou.  Sim concordo, que em partes a sensação que temos quando lemos A Rainha Vermelha é que a autora fez uma miscelânea de várias outras séries para criar sua história. Mas, se Victoria Aveyard “pecou” em criar uma trama não tão original, a autora tem seus méritos por saber como ninguém construir uma narrativa envolvente, daquela que nos deixa ansiosos e ao mesmo tempo com medo de virar a próxima página.

Pode conter spoilers do livro anterior, por isso quem não quiser colocar a sua conta em risco pode pular dois parágrafos.

Mare Barrow acreditou durante toda a sua vida que era apenas uma vermelha comum, destinada a defender o reino de Norta na linha de frente de uma guerra que dura a gerações. Mas sua vida sofreu uma grande reviravolta quando ela descobriu possuir uma habilidade misteriosa, que até então se acreditava que apenas os nascidos com sangue prateado tinham o privilégio de ter. Porém ela não é a única vermelha com habilidades especiais e logo Mare descobre que o seu dom pode ser sua ruína também.

Caçada pelo vingativo Maven, ela se lança em uma perigosa jornada para encontrar os sanguesnovos e salvá-los da tirania do jovem rei.  Para cumprir a missão que assumiu, Mare conta com a ajuda de Farley a corajosa capitã da Guarda Escarlate, do seu irmão Shade, de Kilorn e do agora príncipe exilado Cal. O tempo está se esgotando e a cada sanguenovo que eles conseguem salvar, uma vida inocente se perde. Em um reino em que "todo mundo pode trair todo mundo", a guerra está apenas começando e ao final se Mare Barrow, a garota elétrica não for cuidadosa o suficiente acabará caindo em uma armadilha que criou para si mesma.

Espada de Vidro foi aquele livro que me deixou extremamente aflita, só que de um modo bom.  Arrisco-me a dizer que aqui Victoria Aveyard conseguiu desenvolver uma trama “sua”, em que a narrativa está livre de muitas influências. A autora não apenas tornou o mundo que criou mais amplo, como também através da inserção de novos e importantes personagens nos mostrou o quanto a história tem campo para crescer. Eu particularmente gosto quando os autores fogem dos clichês óbvios, por que isso cria inúmeras possibilidades dentro de uma mesma história. Outro ponto positivo foi o fato da autora saber explorar as fraquezas dos personagens, os tornando mais humanos.

Porém preciso fazer um pequeno desabafo (...) infelizmente não consigo gostar da Mare (sim me julguem), só que desde o primeiro livro fiquei com a sensação que a Mare é aquele tipo de pessoa que primeiro pensa nela. Nos problemas dela, de como tudo é difícil para ela, ou como foi o caso aqui de como ela é super poderosa e blá, blá, blá. Ok! Eu entendo que a vida não foi lá muito legal com ela e que deve ser realmente difícil descobrir do dia para noite que, você não é assim tão diferente daqueles que sempre odiou. Mas isso não justifica as atitudes dela e a forma como ela age primeiro e pensa depois.  Aqui novamente as decisões “erradas” da Mare colocaram não apenas ela em risco, mas outras pessoas também.

Na verdade eu adoraria se a Victoria Aveyard intercala-se os capítulos entre o ponto de vista da Mare e do Cal (), por exemplo. Isso não apenas daria a nós leitores uma visão mais ampla do que acontece, como evitaria pequenos “ataques de nervos” de pessoas que assim como eu não “simpatizam” muito da protagonista. A série A Rainha Vermelha possui muitos personagens carismáticos e com um grande potencial de crescer na história, porém o fato dela ser muito centralizada na Mare acaba meio que “atrapalhando” isso.

Adoro a Farley e aqui senti toda a dor dela. Fiquei me perguntando, “Por que Victoria Aveyard (...) por que ser tão má?”.  E mesmo o Maven sendo uma peste igual a mãe, a rainha Elara não vou negar que gosto dele. Afinal, vocês sabem que eu tenho uma “queda” pelos vilões. E o Maven está se superando no requisito “bonitinho, mas ordinário”, como ninguém. Porém o meu personagem favorito é o Cal, pois talvez em meio ao caos ele é aquela pessoa que consegue pensar de forma sensata sem colocar seus problemas em primeiro lugar. E pelo menos no meu ponto de visto, o Cal dentro todos é o que mais tem motivos para “surtar” e trocar os pés pelas mãos.

Espada de Vidro foi um livro que me tirou o sono e em muitos momentos me deixou realmente apreensiva. Victoria Aveyard mostrou um visível amadurecimento em sua escrita, porém alguns pontos ainda necessitam de explicações convincentes. Como sobre a origem do mundo de Norta e principalmente do que causou a divisão do sangue dando poder aos prateados e agora aos sanguesnovos. Confesso que me vi surpresa com o quanto estava envolvida com a leitura, pois embora eu ainda tenha uma relação de amor em ódio com a série, Espada de Vidro é sem sombra de dúvidas um livro eletrizante.

“- Ninguém nasce mau, assim como ninguém nasce sozinho.  As pessoas se tornam más e solitárias, por escolha e circunstância. Esta última você não pode controlar, mas a primeira ... Mare temo muito por você.”

Em uma sequência que consegue ser mais envolvente que o livro anterior, Espada de Vidro possui uma narrativa cheia de ação e momentos desesperadores que tornam simplesmente impossível largar o livro. Se você leu A Rainha Vermelha e não curtiu muito, a minha sugestão é dar mais uma chance para a série. Vai que você assim como essa que vos escreve acabe se surpreendendo. #ficaadica.

Veja Também:
A Rainha Vermelha.

março 24, 2016

Coroa Cruel por Victoria Aveyard

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788565765923
Editora: Seguinte
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 232
Classificação: Muito Bom
Sinopse: Contos da Série A Rainha Vermelha.
Duas mulheres — uma vermelha e uma prateada — contam sua história e revelam seus segredos.

Em Canção da Rainha, você terá acesso ao diário da nobre prateada Coriane Jacos, que se torna a primeira esposa do rei Tiberias VI e dá à luz o príncipe herdeiro, Cal — tudo isso enquanto luta para sobreviver em meio às intrigas da corte.

Já em Cicatrizes de Aço, você terá uma visão de dentro da Guarda Escarlate a partir da perspectiva de Diana Farley, uma das líderes da rebelião vermelha, que tenta expandir o movimento para Norta — e acaba encontrando Mare Barrow pelo caminho.

C
oroa Cruel
é o livro que reúne dois contos da série A Rainha Vermelha. Gosto bastante quando os autores lançam esses contos entre um livro ou outro, pois eles são uma ótima oportunidade de conhecermos a história por outros ângulos. Em Coral Cruel temos uma dimensão maior do mundo criado por Victoria Aveyard, como também conhecemos melhor alguns personagens secundários que são de grande importância para trama.

Como são dois contos, essa resenha vai ser um pouquinho diferente já que vou abordar as duas histórias separadamente.

Em Canção da Rainha, conhecemos o passado dos pais do príncipe Cal, o rei Tiberias VI e a rainha Coriane Jacos. Coriane jamais imaginava que um dia seria a rainha de Norta, pois mesmo a sua família pertencendo a nobreza, a falta de bens e prestigio dela em relação as outras famílias prateadas mais fortes do reino colocava, os Jacos em grande desvantagem. Porém com a sua personalidade tímida e delicada de Coriane acaba chamando a atenção de Tiberias e ambos se apaixonam, antes que a tradicional Prova Real fosse realizada.

Quando a família real anuncia a decisão do príncipe de se casar sem a realização da prova, há um descontentamento geral. Isso ia contra a “ordem natural” das coisas em que o futuro rei sempre escolhe durante a prova a filha mais forte e poderosa entre as famílias, para reinar ao seu lado. Além disso, muitos nutriam a esperança e até mesmo a cobiça de ver sua filha como a futura rainha de Norta. Por esse motivo tanto Tiberius como Coriane são forçados a assumir compromisso que seu futuro herdeiro honraria a tradição, quando o momento dele escolher uma rainha chegasse.

Para quem já leu A Rainha Vermelha já sabe como essa história acaba. Então para evitar spoilers e concluindo, o mais interessante em Canção da Rainha é que através dos relatos de Coriane, conhecemos um Tiberias bem diferente daquele que encontramos no primeiro livro da série. Também conseguimos perceber de quem o príncipe Cal herdou bom caráter, pois apesar de ser uma rainha fraca em poder, Coriane era extremamente bondosa e ingênua. E foi justamente essa sua característica a grande responsável por selar o seu destino.

“Sei quem somos melhor que você. (...) Eu me lembro. Não existe dor ou castigo maior do que a memória.”

Em Cicatrizes de Aço somos levados a conhecer mais profundamente o grupo rebelde, a Guarda Escarlate pelos olhos de uma das suas capitãs, Diana Farley. Farley desde o primeiro livro se mostrou uma personagem forte e determinada a acabar com o domínio dos prateados sobre os vermelhos.

O ponto mais importante em Cicatrizes de Aço é o fato de que o mundo fora do palácio nos é mostrado de uma maneira mais ampla, e com isso o leitor começa realmente a  conhecer e se envolver não apenas com os ideais do grupo rebelde como também com seus membros. Outro ponto bem legal é a percepção que nós temos que mesmo sendo os "todos poderosos" a estrutura em que a sociedade dos prateados foi construída é extremamente “frágil”.  E que essa fragilidade se bem usada pode ser a maior arma dos vermelhos na rebelião contra eles.

“Meu coração para por uns instantes quando o sangue brota debaixo da lâmina. Vermelho como a aurora.”

Embora não deva ser considerado como uma leitura “obrigatória”, Coroa Cruel é um livro bem interessante, para os fãs da série A Rainha Vermelha. Através desses contos a autora Victoria Aveyard, nos mostra não somente quão vasta é sua obra, mas que ela ainda pode ser muito explorada tanto a nível de enredo como de personagens.

Recomendo a leitura de Coroa Cruel não apenas para os fãs da série, mas também para quem assim como eu, gosta de conhecer a história pelo ponto de vista de outros personagens. Já comecei a leitura de Espada de Vidro, segundo livro da série e em breve trarei a resenha dele aqui para vocês

Veja Também:
A Rainha Vermelha.

julho 28, 2015

A Rainha Vermelha por Victoria Aveyard

| Arquivado em: Resenhas.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788565765695
Editora: Seguinte
Ano de Lançamento: 2015
Número de páginas: 424
Classificação: Muito Bom
Onde Comprar: Submarino.
Sinopse: A Rainha Vermelha- Livro 01.
O mundo de Mare Barrow é dividido pelo sangue: vermelho ou prateado. Mare e sua família são vermelhos: plebeus, humildes, destinados a servir uma elite prateada cujos poderes sobrenaturais os tornam quase deuses. Mare rouba o que pode para ajudar sua família a sobreviver e não tem esperanças de escapar do vilarejo miserável onde mora. Entretanto, numa reviravolta do destino, ela consegue um emprego no palácio real, onde, em frente ao rei e a toda a nobreza, descobre que tem um poder misterioso… Mas como isso seria possível, se seu sangue é vermelho? Em meio às intrigas dos nobres prateados, as ações da garota vão desencadear uma dança violenta e fatal, que colocará príncipe contra príncipe - e Mare contra seu próprio coração.

Sinceramente não sei ao certo como começar essa resenha. Sabe quando você desenvolve uma relação de amor e ódio por um livro? Bem, essa é a melhor forma de descrever os meus sentimentos em relação A Rainha Vermelha da autora Victoria Aveyard.

O tempo corre contra Mare Barrow. Nascida como uma vermelha onde o mundo é governado pelos poderosos prateados, logo ela terá que partir para a linha de frente de uma guerra que dura há anos. Mare não possui nenhum “talento” que garanta um trabalho e a torne útil impedindo assim que ela seja obrigada a servir a seu reino no exercito. Seus irmãos mais velhos já partiram e ela sabe que será a próxima. Porém por um acaso de destino, tudo o que Mare tinha por certo em sua vida está prestes a mudar.

Graças à ajuda de um desconhecido, Mare consegue um emprego no palácio real. Isso seria motivo de comemoração senão fosse o fato de que a partir de agora ela terá que servir aqueles que escravizam seu povo. Mas, as reviravoltas na vida da jovem ladra estavam apenas começando. Durante um evento em que toda a nobreza dos prateados estava reunida, Mare sofre um acidente que desperta nela um poder misterioso. Poder esse que até então se acreditava ser exclusivo dos nascidos prateados. Em meio a consternação que isso causa ao Rei Tiberias VI, a única forma de Mare proteger aqueles que ama e si mesma é fingir ser aquilo que ela sempre odiou, - uma nobre prateada.

Em meio a intrigas reais e uma revolta cada vez mais próxima dos portões do palácio, Mare precisa ser uma prateada perfeita, aprendendo a controlar e usar  seu poder recém descoberto. Além disso, ela se vê cada vez mais dividida entre o carinho e lealdade que sente pelo amigo de infância Kilorn, e a atração que os dois príncipes, Cal e Marven despertam nela.  As peças estão postas no tabuleiro e um perigoso jogo está prestes a começar. Será Mare capaz de sobreviver, quando ao mesmo tempo no reino de Norta todos podem ser aliados e traidores?

Bem vamos aos fatos, - A Rainha Vermelha é aquele tipo de livro que consegue deixar você completamente desesperado para saber o que vai acontecer no próximo capítulo. Mesmo que para quem acompanha a série Games of Thrones, algumas coisas possam parecer óbvias demais. Sim, é visível a influência que a aclamada série tem no enredo da Victoria Aveyard. E o que em alguns casos podia ser um fator negativo, aqui pelo contrário faz como que a leitura tenha um ritmo rápido em envolvente.

Outro ponto que chama muito atenção, mesmo que não tenho sido tão bem explorado e explicado nesse primeiro livro é a questão dos superpoderes dos prateados. Na verdade a autora além de ter “forçado” um pouquinho à barra em um determinado momento, ainda deixou muitas questões soltas no ar aqui.

Tipo não dá para saber se o mundo em que Mare vive é a nossa Terra depois de um acontecimento apocalíptico ou se é um mundo “paralelo” criado pela autora.  Por que a narrativa possui tanto a estrutura de uma distopia, como também apresenta traços de fantasia. A autora ainda não apresenta nenhuma “explicação” sobre a origem da divisão por sangue desse mundo. Ou seja, você fica sem saber como surgiram os prateados e seus superpoderes. O que deixa tudo mais intrigante e ao mesmo tempo um pouco confuso. Claro que conforme a série for evoluindo essas serão repostas que a autora precisará dar, mas nada a impedia ela de ter lançado uma “luz” sobre elas aqui. E confesso que tenho as minhas teorias.

Só que o que realmente me incomodou nem foi tanto dessa “ausência” de respostas, e sim a personagem principal. Isso por que nem vou entrar em detalhes sobre a tentativa de criar um quadrilátero amoroso na história, por que tipo é patético. Já a Mare (...). A Mare é uma personagem extremamente enervante. Primeiro por que ela tem o péssimo costume de agir sem pensar direito e em todas as ocasiões isso colocou outras pessoas em perigo. Segundo é que ela se acha tão esperta que não consegue enxergar o que está debaixo o nariz dela. Sério, tinha horas que eu não sabia se ria o chorava dos planos “brilhantes” dela.

Gostei bastante do Cal, e acredito que ele tem um potencial enorme para crescer na história. Assim como os demais personagens que ainda não mostraram realmente para o que vieram na trama. E mesmo ela sendo uma peste a Rainha Elara consegue ser uma personagem mais marcante do que a Mare (...). Não, não é a minha "tendência" de gostar dos malvados que está falando mais alto. Estou apenas sendo sincera e constatando que a mocinha da história ainda está muito sem sal e sem açúcar, para ser considerada uma personagem forte. Mas, assim como tenho fé no Cal, tenho fé na Mare. Por isso é bom eles não me decepcionarem, por quero ver um certo personagem chorando lágrimas de sangue aqui.

“Sou uma mentira (...). Uma vermelha atrás de uma cortina prateada que não pode jamais ser aberta. Se eu cair, se escorregar, morro. E outros morrerão por causa de minha falha.”

Em suma A Rainha Vermelha possui um enredo que passeia por séries como A Seleção, Estilhaça-me e a já citada Games of Thrones, com a diferença de ainda não possuir um personagem que realmente se destaque e cative na narrativa. Como um livro introdutório ele funcionou bem, deixando claro que esse é apenas o primeiro capítulo de uma grande e emocionante história. Já estou esperando ansiosamente por Glass Sword.

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