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dezembro 19, 2021

Primavera

 | Arquivado em: CRÔNICAS & POESIAS


Comecei a escrever este post em setembro, mas por algum motivo naquela época as palavras não vinham até mim com a mesma facilidade de sempre. Sei que sumi aqui no blog e que diminui bastante a minha presença nas redes sociais. O que a princípio foi causado pela falta de tempo, com o passar das semanas acabou se revelando uma necessidade.

imagem: Jill Wellington no Pexels

Assim como a natureza se recolhe no inverno para voltar a florescer na primavera, senti que precisava me recolher. Pode parecer clichê, mas a pandemia foi um divisor de águas em minha vida e durante esse meu período de recolhimento consegui analisar e enxergar de uma forma muito profunda, onde eu estava e onde queria estar.

Vi com clareza todas as situações, coisas e pessoas das quais precisa desapegar para seguir em frente. Não foi um processo fácil e tranquilo, admito que estou fazendo as pazes comigo e com todas as partes da minha vida que não dei o cuidado e o foco que mereciam.  Estou me organizando por dentro para que o meu exterior reflita todas as novas escolhas que fiz. Todos os objetivos e sonhos que resolvi seguir, agora que a minha bagagem está mais leve e parei de andar em círculos.

Quero deixa claro que este não é o fim do blog. Na verdade, gosto de pensar no My Dear Library como um lar, aquele lugar quentinho e reconfortante para qual sempre posso voltar depois de uma longa viagem. Porém na atual fase que estou, preciso respirar novos ares e explorar novos lugares. Acredito que só assim, vou recuperar uma parte importante que sinto que perdi, em algum momento desse 2021 que foi desafiador e cheio de aprendizados ao mesmo tempo.

Espero contar como sempre contei, com o carinho e compreensão de vocês. Que continuem a me apoiar e a torcer por mim neste novo capítulo da minha vida, que será dedicado à música, minha pós-graduação e ao meu reencontro com a escrita. Afinal, após tanto tempo de recolhimento chegou a hora de florescer.

Vejo vocês em breve!

julho 18, 2021

Amor

| Arquivado em: CRÔNICAS & POESIAS

Crônica sobre o Amor escrita por Ariane Gisele Reis
imagem: Shutterstock

Há rascunhos por toda parte, folhas que o vento espalhou. Frases soltas de minhas tentativas de escrever uma carta de amor. É como se as palavras certas escapassem de minhas mãos, quando aproximo a caneta do papel. Como se eu não conseguisse mais transformar meus sentimentos em palavras, ficando presa entre a inspiração e o silêncio.

Sinto o calor do sol em meu rosto, tão leve e tímido como nosso primeiro beijo. Aquele momento mágico e único que tentamos capturar, mas que por ironia nossa memória costuma esquecer. Gostaria de poder colocar todos os nossos momentos felizes nessas folhas. Tudo o que já vivemos e aquilo que imagino que ainda vamos viver.

Queria ver sua tentativa de esconder o sorriso de meus sonhos bobos e palavras piegas, - meu terrível clichê. Vejo você se perguntando como em meio a tantas diferenças entre nós, conseguimos fazer com que a sua ordem e meu caos coexistam em harmonia.

O amanhã chega me despertando de um sonho tão vivido, que me pareceu real.
Sinto seus braços me envolvendo e me aconchego ainda mais neles. De longe vejo a minha pasta velha e surrada com meu caderno e todos os papéis que deixei espalhados no dia anterior, agora protegidos e perfeitamente arrumados.

Esse é o seu modo prático, metódico e ao mesmo tempo, doce e carinhoso de dizer que se importa e que me ama. Enquanto eu sigo buscando formas de traduzir em palavras perfeitas, que tudo o que sinto e que está presente em cada canto bagunçado e confuso de minha mente e coração.

Também amo você ...

 

texto escrito por: Ariane Gisele Reis.  ©  Todos os Direitos Reservados.

julho 11, 2021

#naplaylist - Para afastar os móveis e dançar

| Arquivado em: MÚSICAS


P
ode afastar os móveis da sala ou do seu quarto, porque a #naplaylist de hoje é para dançar.  Afinal, se tem algo que sempre me ajuda a renovar as energias e espantar o tédio é uma boa seleção de músicas animadas.  Essa playlist em especial, me ajudou muito a lidar com os dias mais cinzentos no último mês. Sempre que sentia que profundamente desanimada era só colocá-la para tocar que aos poucos, me sentia energizada.  

E como essa blogueira que vos escreve, ama dançar porque não unir o útil com o agradável, não é mesmo? Claro que isso não significa que eu saiba dançar bem, porém adoro deixar as tarefas comuns do dia a dia mais leves e divertidas, e como você pode perceber a música é minha maior aliada para tornar isso possível.
 

Moça dançando com headphones no sofá
imagem: Shutterstock

Há algum tempo me perguntaram no Instagram qual é a minha #naplaylist favorita e de verdade, não sei responder a essa pergunta. Sinto que cada playlist representa um momento de minha vida e que isso as torna únicas, mesmo quando algumas músicas se repetem.  Quando comecei a selecionar as músicas para compor a seleção de hoje, a minha intenção era não apenas que fosse uma trilha sonora alegre e dançante, mas que ela trouxesse um pouco de calor nos dias frios e enevoados.

Que cada um que a ouvi-la sinta-se um pouco mais feliz e animado seja para começar o dia, trabalhar ou fazer aquela faxina no final de semana. Todos nós estamos passando em diferentes estágios por situações difíceis e se eu, uma simples blogueira do interior de São Paulo conseguir com esse post deixar o dia de alguém mais leve, as horas que passei criando essa playlist terão valido a pena.

| naplaylist

Músicas para animar o isolamento social em tempos de pandemia


Ao total são 33 músicas o que corresponde a 1h50 dos mais variados ritmos e estilos, como destaque ao K-POP porque como você sabe, eu sou jovem (cringe) e não há nada que me deixe mais animada do que as músicas do estilo.
 
Espero que você e todos a quem ama estejam bem, e que de alguma forma o post de hoje tenha ajudado o seu dia a ficar melhor. Fiz essa playlist com todo o meu carinho e amor para agradecer a você, que mesmo a distância está sempre presente aqui comigo no blog. Dá play e depois me conta o que achou. 

julho 04, 2021

A beleza do cotidiano nas obras de Peijin Yang

| Arquivado em: ARTE 


C
omeço esse post, pedindo desculpas pela minha ausência aqui no blog no último mês. Junho foi um mês emocionalmente bem complicado, em que não tive animo para nada. Não li, não escrevi e até mesmo o piano, acabou sendo abandonado. Confesso que ainda não estou 100%, mas sei que não posso deixar a ansiedade e o desanimo levarem a melhor sobre mim, motivo pelo qual hoje resolvi compartilhar com você as lindas obras de Peijin Yang.

Há quase um ano e meio todos nós precisamos de alguma forma, aprender a conviver com uma ameaça invisível e com o poder de nos tirar tudo. Não digo que foi processo fácil e não nego que em alguns dias me sinto sufocada, porém a pandemia me ensinou a ter um outro olhar sobre as pequenas sutilezas da vida. Aqueles momentos que são tão cotidianos, mas que em toda a sua simplicidade são cheios de beleza.


A beleza do cotidiano nas obras de Peijinyang
Hey Little one

Quando vi os belíssimos trabalhos da ilustradora, a primeira sensação que eles me causaram foi de paz. Com muita sensibilidade e usando uma paleta de cores que transmite aconchego, Peijin Yang retrata situações comuns do dia a dia. Situações corriqueiras e cheias de carinho, leveza e amor. Uma parte de mim, até se sente um pouco “representada” nas ilustrações da artista, pois algumas de suas ilustrações remetem muito a momentos do meu dia a dia.

As obras da Peijin são tão graciosas que deixam nossos corações quentinhos ao mesmo tempo que reforça a importância de prestarmos atenção aos detalhes da vida. Aqueles instantes que de tão únicos, acabam passando por vezes desapercebidos e rápidos demais.

| Outros trabalhos:

A beleza do cotidiano nas obras de Peijinyang
Cozy Afternoon

A beleza do cotidiano nas obras de Peijinyang
The Song of Us

A beleza do cotidiano nas obras de Peijinyang
You Cute Creature

A beleza do cotidiano nas obras de Peijinyang
Hey Cutie 


A beleza do cotidiano nas obras de Peijinyang
Hey you

A beleza do cotidiano nas obras de Peijinyang
Lazy Weekend

Admito que além de ter tido, uma dificuldade enorme para selecionar as ilustrações para esse post, não consigo escolher a minha favorita. Todas são tão belas e doces que é praticamente impossível escolher uma só. Mas as ilustrações com que mais me identifiquei são a Hey Little one, Cozy Afternoon e a Lazy Weekend. Ambas são cenas bem cotidianas aqui em casa, apesar do meu pequeno Odin não ser mais tão pequeno assim.

Ao final do post estão os links para você possa conhecer e se encantar por outros trabalhos da Peijin Yang. Peço mais uma vez desculpas pelo sumiço e não se esqueça de deixar nos comentários qual ou quais, dessas lindas ilustrações conquistou o seu coração.

+ Peijin Yang
Instagram | Site

maio 30, 2021

Os 12 signos de Valentina por Ray Tavares

| Arquivado em: RESENHAS

Os 12 signos de Valentina da autora Ray Tavares, foi um livro que me achou a atenção desde a época do seu lançamento, por um motivo um tanto óbvio para quem me conhece, o fato dele ter com plano de fundo um dos meus hobbies favoritos, - a astrologia.

Com uma narrativa leve e fluida, esse é o meu o primeiro livro que leio da autora e confesso que, comecei a leitura achando que ele ia entrar na minha lista de favoritos, pois os capítulos iniciais são bem promissores.  Só que infelizmente, no decorrer da leitura,  tive a sensação que a autora acabou "escorregando" um pouco tanto na construção, como no desenvolvimento da história e de seus personagens.


ISBN: 9788501110886
Editora: Galera Record
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 392
Classificação: Bom
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Sinopse: Isadora é ariana e seu ex-namorado pisciano... Inferno astral! Em busca da combinação astrológica perfeita, ela cria um blog para relatar suas experiências. Isadora descobriu da pior forma possível que o namorado a traíra. E com sua melhor amiga, ainda por cima! A estudante de jornalismo entra numa fossa sem fim. Sem nenhum estágio à vista, ela se afoga em filmes feitos para chorar, pizza e em sua mais nova obsessão: stalkear o perfil do ex-namorado no Facebook. Até descobrir exatamente o que deu errado entre ela e Lucas: seus signos são incompatíveis. Basta encontrar um rapaz de libra e seu mundo entrará nos eixos novamente. Com a nova obsessão e a desculpa do trabalho final de jornalismo online, uma reportagem investigativa sob um pseudônimo, Isadora une o útil ao agradável e cria um blog para relatar a experiência: Os 12 signos de Valentina. Já que precisa encontrar o libriano perfeito, por que não aproveita e experimenta os outros signos do zodíaco para ter certeza mesmo?


Isadora é uma estudante de jornalismo, que não está conseguindo lidar direito com o fim de seu longo relacionamento. Cansada de ver a jovem sofrendo por quem não a merece, Marina sua prima, a arrasta para uma balada. Depois de ficar bêbada e passar praticamente a noite toda se escondendo no banheiro, Isadora descobre o porquê seu namoro com Lucas não deu certo. Segundo a faxineira do local, os dois são "astrologicamente" incompatíveis, afinal ele é peixes e ela é de áries.

Tal descoberta acende uma luz na mente de Isadora que então, passa a mergulhar fundo no misterioso mundo da astrologia. Obcecada pelo assunto e disposta a comprovar que a culpa do seu namoro não ter dado certo é das estrelas, Isadora resolve unir o útil ao agradável e transforma o seu trabalho final de jornalismo online, em um meio de conhecer e se divertir com os outros signos do zodíaco enquanto não encontra seu paraíso astral, ou seja o libriano perfeito.

Mas o que Isadora não esperava, é que seu blog, Os 12 signos de Valentina em pouco tempo fosse se tornar um dos assuntos mais comentados pelos corredores da universidade. Agora ao mesmo tempo em que, segue a sua saga de encontros pela mandala astrológica, ela vai precisar lidar com dois problemas. O primeiro é evitar que todos descubram a verdadeira identidade de Valentina e o segundo, proteger o seu coração do charmoso Andrei.

Os 12 signos de Valentina, possui todos os elementos que compõem uma boa comédia romântica. A narrativa começa bem, mas conforme a história avança os dramas e algumas atitudes da Isadora vão se tornando cansativas, visto que na tentativa de criar uma protagonista desconstruída, a autora acaba “pecando” pela superficialidade.

O enredo como um todo têm pequenos, mas perceptíveis problemas em sua construção e isso, no decorrer da narrativa acaba gerando diversas incoerências. Os personagens no geral são pouco desenvolvidos e muitos deles parecem que foram simplesmente “jogados” na história para dar “volume”.

De todos o que senti falta de um desenvolvimento melhor foi o Andrei. Ele é um personagem carismático e com uma narrativa pessoal interessante, mas que acaba sendo pouco explorada por conta das aventuras pelo zodíaco da protagonista. Além disso, a facilidade com que a Isadora encontra os rapazes lindos de cada signo para o seu “experimento”, deixou tudo muito simplista e terrivelmente previsível.

Porém algumas situações na história me incomodaram mais que outras como, por exemplo, o modo como a Isadora lida com o fim do seu relacionamento. Consigo entender todo o sofrimento que o término causa na personagem, mas acreditar que seu namoro terminou por “culpa” da astrologia é no mínimo imaturo.

Em nenhum momento, vi a Isadora parar e refletir sobre os pequenos sinais de que seu namoro com o Lucas não vinha bem e quando confrontada sobre os problemas existentes na relação, a protagonista alega que suas atitudes foram motivadas pelo simples fato de ser  ariana.

“- O que seria das nossas vidas sem alguns acontecimentos inesperados? Completamente entediante.”


Outro ponto que reforça o que comentei acima, sobre a tentativa da autora criar uma personagem desconstruída, mas acabar acertando na militância e superficialidade é quando a Isadora confunde gentileza com machismo. A protagonista fica brava porque o rapaz abre a porta do carro para ela e paga a conta do jantar sozinho. Gente, quer dizer que agora é proibido um homem ser gentil? “Menos Isadora, bem menos”. Até porque a incoerência é tanta que em uma outra situação, ela não se incomoda do rapaz pagar a conta sozinho.

O estereótipo exagerado como os signos são apresentados também me pareceu "forçado". Desde o único rapaz gordinho, comilão e ciumento ser do signo de touro, o descendente de coreano reservado e sério do signo de virgem, o confuso de gêmeos, mulherengo de sagitário e por aí vai. De verdade, isso me irritou muito durante a leitura, porque fica claro que a única fonte de pesquisa que a autora consultou sobre o tema, foram aquelas revistinhas de banca que todo mundo em algum momento da vida leu.

Sei que o intuito do livro é ser divertido e em partes, a narrativa entrega exatamente isso. Porém a astrologia já é um tema muito "banalizado" e como uma pessoa que dedica uma parte do seu tempo para estudar o assunto, me senti profundamente incomodada, em ver que não houve uma pesquisa prévia e séria sobre o tema que é o plano de fundo da obra.

Ray Tavares acertou ao inserir na narrativa elementos, referências e expressões da cidade de São Paulo. Uma das coisas que mais gosto nos livros nacionais é me identificar com essa brasilidade. Os 12 signos de Valentina, se passa em lugares clássicos da capital paulista e isso, me deixo morrendo de saudades de uma época sem pandemia e nos meus passeios no bairro da Liberdade e na Avenida Paulista.

Além disso, mesmo com as minhas ressalvas não nego que em muitos capítulos fiquei com um sorriso no rosto, especialmente porque é impossível não se encantar com o Andrei durante a leitura. Em suma, Os 12 signos de Valentina é uma comédia romântica fofa e que funciona bem, para aqueles momentos em que estamos precisando de algo mais leve para deixar o nosso coração quentinho.

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