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A expressão: “Nunca julgue um livro pela capa”, é bem aplicada quando o assunto é o último romance da Brittainy C. Cherry publicado no Brasil, pela editora Record. Vergonha possui uma estrutura narrativa já bastante conhecida para os leitores da autora, porém confesso que assim como a aconteceu em No Ritmo do Amor, fiquei novamente com a sensação que a Brittainy acabou “pecando” um pouco pelo excesso.
Este livro foi recebido como cortesia para resenha. |
• ISBN: 9788501302854
• Editora: Record
• Ano de Lançamento: 2019
• Número de páginas: 420
• Classificação: Muito bom
Sinopse: Um amor inesperado que surge de forma inusitada e arrebata a vida de Grace Harris. Grace Harris está perdida e sozinha em sua casa em Atlanta depois que o homem que ela pensou que ficaria a seu lado pelo resto da vida traiu sua confiança, partiu seu coração e saiu de casa, deixando seu casamento em suspenso. Grace resolve, então, passar o verão com a família em Chester, sua cidade natal, para respirar, dar um tempo de tudo. Sua vida está uma bagunça e o que ela precisa no momento é de um pouco de gentileza e compaixão. Por incrível que pareça, Grace encontra isso na pessoa mais improvável de todas: Jackson Emery, a ovelha negra da cidade. Conhecido como a erva daninha de Chester, ele é sinônimo de encrenca, e não faz nada para mudar essa imagem. Tendo perdido na infância o que havia de mais valioso na vida, Jackson se tornou um homem amargurado e não dá a mínima para o que pensam dele. Os caminhos de Grace e Jackson acabam se cruzando de um jeito inusitado e a tristeza profunda que carregam atrai os dois como ímã. Ambos sabem que não foram feitos um para o outro, mas, como tudo vai acabar mesmo com o fim do verão, resolvem deixar rolar e se entregar a uma diversão passageira. Porém, o que Grace não imaginava é que seu coração, já destroçado, seria obrigado a aprender que certos relacionamentos são capazes de causar dores muito profundas, e que é sempre preciso fazer uma escolha.
Pela sinopse fica claro que aqui vamos encontrar aquela velha história clichê, em que a boa moça se envolve com o bad boy da cidade e os dois acabam se apaixonando perdidamente. E por mais batida que essa fórmula possa parecer, ela continua funcionando bem, uma vez que é impossível durante a leitura de Vergonha não torcer por um: “E foram felizes para sempre” de Grace e Jackson.
Grace é o retrato da aparente perfeição. Ela é a boa filha, a boa esposa, tudo em sua vida é previsível e "perfeito", até que ela descobre que o seu marido é infiel. Sozinha e de coração partido, ela resolve voltar para sua cidade natal e passar o verão com a família e assim ter tempo para se curar e decidir qual será o rumo de sua história, agora que ela não tem mais o “homem da sua vida” ao seu lado.
Jackson é o total oposto de Grace. O jovem e seu pai são vistos como párias da pequena cidade. Aquelas pessoas que todo mundo quer que fique a quilômetros de distância de suas vidas de comercial de margarina. Só que por detrás de todo o comportamento hostil de Jackson existe um passado doloroso, que vamos descobrindo no decorrer da narrativa. Assim como, o que levou o seu pai a atual situação em que vive.
Quando Grace e Jackson se encontram ambos sabem que não tem nada em comum. Mas de alguma forma, a tristeza e a desilusão que os dois carregam em seus corações os tornam perfeitos um para o outro. Porém, é claro que essa união não será bem vista por muitas pessoas, especialmente por Loretta, a mãe de Grace. E quando os segredos sombrios são revelados, Grace e Jackson precisam decidir entre o passado que os maltratou ou o futuro que pode os curar.
Indo direto ao ponto o que mais me incomodou em Vergonha é o fato dos personagens serem terrivelmente estereotipados. A Grace é “boazinha” demais, enquanto o Jackson é "cruel" demais. E por mais que a autora busque justificar o jeito: “Não estou nem aí para o que pensam de mim” do protagonista, em muitos momentos a agressividade dele não é justificada. E antes que vocês me achem uma insensível, admito que meu coração em vários momentos ficou em pedaços pela criança que o Jackson foi e pelo adulto que ele acabou se tornando. Só que de verdade, eu não consigo entender o fato de um pessoa tratar mal, alguém que está apenas tentando ajudá-lo.
Esse exagero na caracterização dos personagens não ficou só no protagonistas, já que Loretta por exemplo, lembra aquelas vilãs amarguradas de novela mexicana. E tal como o Jackson, ela também tem seus motivos para ser assim. A Brittainy foi bem o oito ou oitenta. Se um personagem é “bom”, ele é altruísta demais e se ele é “mal”, ele será mesquinho demais. O único parênteses sobre isso que eu abro aqui é em relação ao Mike, pai do Jackson. Acho que a apesar de não ter se aprofundado tanto na questão do alcoolismo, a autora consegue passar um panorama geral do estrago que essa doença causa da vida da pessoa e de todos que estão a sua volta.
Só que mesmo com as minhas ressalvas, Vergonha foi uma leitura que prendeu a minha atenção do começo ao fim. A autora soube como fazer críticas pertinentes a uma sociedade que se esconde atrás da máscara do politicamente correto. O que muitos podem considerar como “hipocrisia religiosa”, ao meu ver soou mais como um lembrete que a realidade, especialmente dentro do meio familiar é muitas vezes bem diferente daquela que nós enxergamos do lado de fora. E por isso não devemos atirar pedras no telhado do vizinho, afinal o nosso telhado também é de vidro.
Confesso que o final não me surpreendeu tanto assim, pois conforme a narrativa avança e os fatos do passado vão sendo revelados, meio que já dá para ter uma noção da direção que a autora vai seguir. Ou seja, foi previsível não de um jeito ruim, apenas não causou o efeito surpresa que talvez a Brittainy esperava causar quando teceu o enredo.
“O amor de verdade significava uma compreensão mútua. Um respeito pelos sonhos, pela esperança, pelos desejos e pelos medos.”
Mesmo que a narrativa de Vergonha, tenha se mostrado envolvente, confesso que infelizmente não consegui me sentir arrebatada pela história. Li diversas resenhas em que as pessoas enaltecem a obra e além de achar essa diversidade de opiniões algo positivo, é muito legal ver como cada leitor vivencia e tem suas próprias impressões sobre o livro. A escrita da Brittainy C. Cherry é fluida e possui uma beleza muito singela, porém o fato de eu não ter criado uma forte conexão com os protagonistas pelos motivos que citei acima, fez com que no geral a história não me cativasse tanto.
Claro, que ao final me vi com sorriso bobo no rosto por Grace e Jackson terem curado seus corações através do amor. O ponto é que eu esperava um toque a mais de leveza e romance aqui e não uma carga dramática tão forte. Talvez, essa que vos escreve tenha lido Vergonha, na época “errada” de sua vida. E antes que eu me esqueça, o Tuck é o melhor personagem. ♥
Menina, eu já não julgo mais livros pela capa porque o que tem de romance com capa capenga e história maravilhosa..
ResponderExcluirEu gostei muito desse livro, apesar de achar o final meio corrido. A autora me surpreendeu da forma que ela tratou vários assuntos.
Beijos
Balaio de Babados
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Oi Ane, tudo bem?
ResponderExcluirPor que esses livros NA têm sempre um homem semi-nu na capa? Acho tão brega. :(
Infelizmente esse tipo de plot nunca me fisga e eu nunca li nada do gênero. Sabendo dos estereótipos (mocinha boazinha e mocinho bad boy), tenho certeza que a obra não é pra mim.
Adorei a resenha sincerona!
Beijos,
Priih
Infinitas Vidas
Olá, Ane.
ResponderExcluirEu li esse livro meio que obrigada pela Tamires, porque não gosto do gênero nem desse tipo de enredo e acho esse tipo de capa super apelativa. Mas acabei amando o livro. Eu entendo seu ponto de vista mas não achei que o Jackson foi apresentado como cruel demais. Acho que tudo o que ele passou justificou sim seu comportamento.
Prefácio
Oi Ane! Eu li por gostar da autora, pois a capa realmente não me chamaria atenção.Eu gostei demais da obra, achei a história inspiradora. O casal me deixou feliz com sua evolução. Bjos!! Cida
ResponderExcluirMoonlight Books
Oi Ane.
ResponderExcluirSempre gostei bastante da escrita da Brittainy C. Cherry mas não acredito que va ler esse livro. Apesar de gostar de romances, o exagero nas formações dos personagens é algo que me irrita profundamente.
Gostei bastante da sua resenha.
Beijos.
Blog: Fantástica Ficção
Me parece mesmo que a autora errou pelo excesso, os exagero de personagens estereotipados é díficil de lidar durante a leitura de um livro, pois a história toda não se torna muito "aceitável". Uma pena que o livro não tenha mesmo funcionado pra você, já que li algumas resenhas também positivas sobre esse livro.
ResponderExcluirBeijo, Blog Apenas Leite e Pimenta ♥
Oi Ane,
ResponderExcluirNesse livro, reencontrei a Brittainy antiga, aquela que me deixou apaixonada por suas obras.
É um enredo forte e que me deixou presa do início ao fim.
E claro, me emocionei lendo!
beeeijos
http://estante-da-ale.blogspot.com
Oie
ResponderExcluirEu adoro os livros desta autora, a forma que ela escescreve é impossível não se envolver. Ainda não conhecia este livro e pelas suas ressalvas apesar dos pontos negativos, parece ser uma história boa. Mas não sei se o leria.
Beijinhos
https://diariodeincentivoaleitura.blogspot.com
Oiii Ane
ResponderExcluirEu li tanta resenha aplaudindo esse livro de pé, que fiquei aliviada em ler a tua, pé no chão e realista, porque me fez ver ambos os lados da moeda de maneira mais coerente. Não gosto desse clichê bad boy e a baozinha, além disso saber que a autora inclusive exagera na caracterização desses personagens ja me deixa bem receosa. Sei que a narrativa da Cherry é envolvente e pra quem gosta de NA super empolgante, mas como não é um gênero que me empolga e os clichês da trama me cansariam, acho que será um livro que deixarei passar. A resenha ficou genial, adorei tuas colocações sobre os pontos negativos e positivos do livro.
Beijos, Ivy
www.derepentenoultimolivro.com
Livros como esses merecem ser vistos além da capa. Confesso que pela apresentação não me interesso por nenhum, mas depois de ver a premissa, eles são ótimos, né? ❤
ResponderExcluirhttps://www.kailagarcia.com
Esse é um livro que não li, li os outros dois que saíram antes mas, esse ainda não comprei. Eu detestei a capa, mas eu amo a escrita da autora e com certeza lerei em breve. Bom saber que você não ficou "encantada" com essa história. Quero muito ler. Também li muitas resenhas sobre o livro e em breve espero ler.
ResponderExcluirBeijocas.
https://www.parafraseandocomvanessa.com.br/
Oi Ariane,
ResponderExcluirGostei bastante da sua resenha, achei ela bem completa. Com certeza esse livro entra naquele gênero chiclete que todo mundo sabe como vai terminar,o que não é ruim necessariamente.
Ótima resenha.
Bjos
http://www.kelenvasconcelos.com.br/
Oi, Ane
ResponderExcluirQue pena que você não entrou pro time das que foram completamente arrebatadas pela história. Hahahahha Mas o que importa é que você gostou de certos aspectos e é como você falou, a experiência de cada leitor é diferente.
Eu não senti esse excesso de estereótipo que te incomodou, achei tudo bem balanceado.
Beijos
- Tami
https://www.meuepilogo.com
Oi, Ane!
ResponderExcluirVi também algumas resenhas desse livro, mas confesso que sempre esqueço da história porque não consigo conectá-la com essa capa de livro erótico hahaha qual a necessidade disso? Enfim, pelo visto a história também poderia ter sido bem melhor desenvolvida, e o mocinho mesmo com seus traumas de vida e a forma como cresceu poderia ter aprendido a tratar um pouco melhor as pessoas, não sendo tão agressivo e badboy assim. Entendo os pontos que você ressaltou, quem sabe um dia dou uma chance e me arrisco na leitura também
xx Carol
https://caverna-literaria.blogspot.com/
Oi Ane,
ResponderExcluirEu simplesmente amei esse livro. Entendo seu ponto de vista, mas confesso que não encontrei nada exagerado na trama. A capa realmente acaba mostrando algo diferente da história, mas mesmo assim estou recomendando para todo mundo ♥
Bjs e uma boa semana!
Diário dos Livros
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Oi Ane,
ResponderExcluirArmaria, sempre que vejo essa capa fico achando que um alien vai sair da barriga dele. Medooo!
Eu curti a premissa e te falar, eu curto vilãs nesse estilo novela mexicana haha. Soraya rainha.
E esse lance da hipocrisia religiosa, também me chama atenção.
até mais,
Canto Cultzíneo