| Arquivado em: Resenhas.
• Editora: Saída de Emergência Brasil
• Ano de Lançamento: 2015
• Número de páginas: 464
• Classificação: Muito Bom
Onde Comprar: Submarino.
Sinopse: A Saga do Império - Livro 01.
Mara, a filha mais nova da poderosa Casa dos Acoma, estava destinada a uma vida de contemplação e paz. Mas quando seu pai e seu irmão são mortos, sua vida muda de um dia para outro. Apesar do sofrimento, cabe a ela a tarefa de vestir o manto da liderança e enfrentar as dificuldades e os inimigos implacáveis. Inexperiente na arte de governar, Mara terá de recorrer a toda a sua força e astúcia para sobreviver no Jogo do Conselho, recuperar a honra da Casa dos Acoma e assegurar o futuro de sua família. Mas quando percebe que os inimigos que quase aniquilaram a sua casa vão voltar a atacar com fúria renovada, Mara só tem uma dúvida: será que ela, apenas uma mulher, ainda quase menina, poderá vencer em um jogo perigoso no qual seu pai e seu irmão falharam?
Não é segredo para ninguém que acompanha o blog há mais tempo que fantasia é um dos meus gêneros literários favoritos. Por esse motivo, acredito que não seja nenhuma surpresa eu ter ficado ansiosa para conferir a nova saga do autor Raymond E. Feist lançada no Brasil. E embora a Saga do Império a primeira vista prometa uma viagem de volta ao reino de Midkemia, ela na verdade nos apresenta outro lado da história narrada na Saga do Mago. Agora embarcamos rumo a Kelewan, o Império de Tsuranuanni, e somos convidados a conhecer esse misterioso mundo através dos olhos de uma jovem e destemida herdeira.
Mara dos Acoma estava preste as fazer os votos sagrados que selariam o seu destino. Ela seria uma das servas da deusa da Luz Interior, Lashima quando recebe a noticia que muda a sua vida para sempre. Seu pai e seu irmão estão mortos e a partir desse momento ela é senhora da casa dos Acoma. Porém, além de lidar com a dor da perda e como o futuro das famílias que moram em suas terras, Mara precisa descobrir meios de escapar dos perigosos inimigos que tramam para que ela tenha o mesmo fim que sua família.
Criada para uma vida de paz e contemplação Mara terá que recorrer a toda a sua astúcia, se quiser vencer as artimanhas e intrigas do império. Quando as peças do Jogo do Conselho são colocadas no tabuleiro o destino de todos os seus jogadores é posto em xeque. Mara dos Acoma descobrirá que a cada manobra bem sucedida esconde-se um novo perigo eminente. E que nem sempre a vitória é doce. Poderá a jovem e inexperiente herdeira de uma das cinco famílias mais antigas do império sobreviver sem que suas mãos também se manchem de sangue?
A Filha do Império traz um enredo bem amarrado e cheio de reviravoltas, o que torna história completamente imprevisível. Não vou ficar tecendo elogios à escrita do autor Raymond E. Feist, tanto para não parecer fangirl, como também por que vocês já sabem que dentro do gênero ele é um dos meus autores favoritos. Só que não sei se pelo fato, da Saga do Império ser escrita em parceria com a autora Janny Wurts, dessa vez eu senti que a história demorou e um pouquinho mais para me envolver e cativar.
Um dos motivos foi que a narrativa em muitos momentos se perdia em detalhes desnecessários, quando o “melhor” da história era abordado de forma muito rápida. Outro ponto é que ao começar a leitura eu confesso que esperava uma coisa e encontrei outra totalmente diferente. Tipo, enquanto a Saga do Mago tinha uma presença muito forte de magia, de seres mágicos como elfos e anões, aqui nós temos uma trama basicamente estrategista e por esse motivo mais “lenta”. Mas, se o desenvolvimento da narrativa “peca” um pouco no ritmo, os autores acertaram em cheio na construção dos personagens.
A Mara é uma personagem extremamente inteligente, que sabe manipular a situação para que ela se reverta ao seu favor, fazendo com que tudo pareça apenas à vontade dos deuses, ou uma mera “questão de sorte”. Claro que aqui temos outros personagens marcantes como o Keyoke, Papewaio, Lujan, Arakasi e a rabugenta Nacoya. Só que a Saga do Império se destaca pela figura imponente da Mara. E não somente por ela ser aquela protagonista forte que segura bem história, e sim por ela não ter vergonha de se mostrar frágil e “arrependida” das decisões difíceis que toma para salvar a legado de sua família.
A evolução da Mara de uma menina inocente a mercê dos seus inimigos, para uma mulher a quem os outros devem temer é fantástica. E há muito tempo eu não lia um livro em que o crescimento de um personagem tem tanto peso e significado dentro da sociedade em que ele está inserido. Estou bastante animada para vê-la mudando a ordem das coisas e principalmente encontrando a felicidade. Por que mesmo cometendo erros, a Mara merece viver em paz e ser muito feliz.
“Não queria falar; era como se o silêncio pudesse esconder a verdade”.
A Filha do Império se apresenta como um prelúdio de uma história que tem tudo para ser grandiosa. E confesso que esse meu coração de leitora, não vê a hora da Saga do Império e a Saga do Mago se encontrarem, por que é evidente que isso vai acontecer em algum momento. E acompanhar a Guerra do Portal por outro ponto de vista, tem tudo para ser uma experiência bem interessante.