• ISBN: 9788565530576
• Editora: Paralela
• Ano de Lançamento: 2014
• Número de páginas: 256
• Classificação: Ótimo
Onde Comprar: Livraria Cultura, Livraria Saraiva, Submarino - Compare os Preços.
• Editora: Paralela
• Ano de Lançamento: 2014
• Número de páginas: 256
• Classificação: Ótimo
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Este livro foi enviado como cortesia para resenha. |
Sinopse: O mundo de Lily, uma menina de 14 anos, mercado pela dor e pela morte de sua mãe. Diante de um momento crítico, em que a única pessoa que lhe resta está em perigo, que Lily vai iniciar sua aventura, uma experiência que a abrirá finalmente para o amor. Um romance sobre o autoconhecimento, no qual a solidariedade humana é a abelha rainha que congrega todos os corações a sua volta.
Uma das coisas que mais me cativa durante a leitura, é a capacidade de o autor trabalhar a “humanidade” em seus personagens. E a autora Sue Monk Kidd, provou mais uma vez que é capaz disso. Assim como em A Invenção das Asas, Sue nos presenteia com uma bela narrativa. Em que a cada página nos mostra que é justamente através de nossas tragédias pessoais que encontramos a força para seguir em frente.
Lily Owens nunca teve uma vida “feliz”. Desde o falecimento de sua mãe, conviver com seu pai nunca foi uma tarefa fácil. T.Ray jamais soube confortar ou demonstrar um pouco de amor pela filha. Porém agora ao completar quatorze anos, os fantasmas do passado e as incertezas do futuro estão deixando a relação com T. Ray ainda mais difícil. Para complicar, há algo em suas memórias de infância que faz com que Lily sinta-se culpada pela morte da mãe.
O pequeno consolo que Lily teve ao longo de sua vida foi à presença de Rosaleen, uma mulher de origem simples que após a fatalidade passou a ser a sua única companhia. Mas, quando a vida de Rosaleen corre perigo e a situação entre Lily e T.Ray se torna insustentável, ela resolve fugir de casa e ir finalmente atrás das respostas que tanto a atormentam. Lily então parte para a cidade de Tiburion com a única lembrança que tem de sua mãe.
Ao chegar lá sua pista leva ela e a Rosaleen, a uma excêntrica casa cor de rosa habitada pelas irmãs Boatwrigh. August, June e May formam um trio de mulheres independentes que contra todas as regras da época, conseguem levar uma vida confortável e feliz. August é uma respeitada apicultora que ao encontrar Lily em sua porta resolve ajudar a menina e a sua acompanhante. Junto com as “irmãs do calendário”, Lily aprende o delicado cultivo do mel, enquanto espera o momento certo de contar a sua gentil anfitriã os motivos que a levaram até ali. Mas, às vezes o melhor a fazer é simplesmente deixar o passado para trás.
A Vida Secreta das Abelhas é um relato de autodescoberta, ao mesmo tempo em que leva o leitor aos difíceis dias dos anos 60, quando os negros americanos estavam lutando por seus direitos. A narrativa é triste com uma carga emocional bastante forte e muitas vezes me deixou triste durante a leitura. Tipo, - fiquei me colocando no lugar daquelas pessoas vivendo em uma sociedade tão preconceituosa. Sue Monk Kidd criou um enredo forte e marcante, porém é possível perceber que apesar dos momentos trágicos pelos quais suas personagens passam aquela tênue luz de esperança está sempre presente.
Acredito que o único ponto que talvez incomode algumas pessoas é a maneira como a religiosidade foi trabalhada aqui. Em minha opinião ficou claro que a intenção da autora era reforçar o poder e a força feminina na trama. Motivo pelo qual a Virgem Maria é inúmeras vezes citada na narrativa. Não foi algo que me atrapalhou durante a leitura, na verdade achei que esse toque conseguiu suavizar a carga dramática da história. Porém, esse é o tipo de detalhe que sempre é visto de uma forma diferente por cada leitor.
“As histórias devem ser contadas, senão morrem; e, quando morrem, não nos lembramos quem somos nem porque estamos aqui".
Com uma narrativa singela e delicada, Vida Secreta das Abelhas é uma história que ficará comigo por muito tempo. Não por ter me levado aos prantos, ou me deixar de coração partido. E sim pela lição de força e determinação que as suas personagens nos deixam. Sempre acho incrível como algumas poucas páginas podem nos ensinar tantas coisas.