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dezembro 16, 2016

Suzy e as Águas-vivas por Ali Bejamin

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788576865377
Editora: Verus
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 223
Classificação: Bom
Sinopse: Às vezes, quando nos sentimos mais solitários, o mundo decide se abrir de formas mágicas. Suzy Swanson está quase certa do real motivo da morte de Franny Jackson. Todos dizem que não há como ter certeza, que algumas coisas simplesmente acontecem. Mas Suzy sabe que deve haver uma explicação — uma explicação científica — para que Franny tenha se afogado.  Assombrada pela perda de sua ex-melhor amiga — e pelo momento final e terrível entre elas —, Suzy se refugia no mundo silencioso de sua imaginação. Convencida de que a morte de Franny foi causada pela ferroada de uma água-viva, ela cria um plano para provar a verdade, mesmo que isso signifique viajar ao outro lado do mundo... sozinha. Enquanto se prepara, Suzy descobre coisas surpreendentes sobre o universo — e encontra amor e esperança bem mais perto do que ela imaginava.

Assim que li a sinopse de Suzy e as Águas-vivas me encantei com a premissa da história. Afinal vocês sabem como essa que vos escreve adoro um livro com uma forte carga dramática. Porém, não sei se comecei a leitura com muitas expectativas ou li o livro no momento errado de minha vida (...). Mas infelizmente não consegui me envolver tanto com a leitura como gostaria.

Aos doze anos Suzy Swanson está passando pela dor de ter perdido sua melhor amiga, Franny Jackson. Mas ao contrário de todos que parecem ter aceitado o fato que as “coisas simplesmente acontecem” ela não consegue acreditar nisso.  Afinal como Franny pode ter morrido afogada se ela era uma ótima nadadora? Após uma visita da escola ao aquário da cidade, Suzy fica convencida que a causa da morte da amiga foi uma ferroada de uma água-viva. Agora ela está disposta a provar que sua teoria é verdadeira, nem que para isso tenha que viajar sozinha para o outro lado do mundo.

Confesso que está sendo bem difícil escrever essa resenha, pois meus sentimentos estão muito, mais muito conflitantes (...).  Ali Bejamin escreveu uma história tão singela que estou me sentindo uma completa insensível por não ter derramado uma lágrima sequer durante a leitura.  Tipo por mais empatia que sentisse pela Suzy a forma como a autora trabalhou o luto da personagem não conseguiu me cativar por completo. Achei um pouco cansativa toda a parte “teórica” sobre as águas-vivas e acredito que se a autora tivesse abordado mais o relacionamento da Suzy com o "mundo exterior" teria sido diferente.

A Suzy é uma menina maravilhosa e inteligente que depois da morte da amiga se fecha em seu próprio mundo.  Foi dolorido ver como a amizade que começou na infância foi se acabando conforme ela e a Franny foram crescendo. Só que ao mesmo tempo por mais “mesquinhas” e fúteis que algumas atitudes da Franny possam parecer, Ali Bejamin somente mostrou com uma sutileza enorme a realidade da vida. Que as pessoas mudam e que às vezes até os grandes amigos não permanecem amigos para sempre.

Meu coração se partiu pela Suzy, pelo fato dela não entender como a vida pode ser dura e as pessoas “cruéis”. Que apenas por ela ser diferente acabar se transformado em um alvo para o bullying. Claro que Suzy tinha o apoio das pessoas que a amavam, como seus pais e seu irmão Aaron.  E me deixou profundamente triste perceber que a Suzy sentia que não podia compartilhar a sua dor com eles, por que tinha medo de não ser entendida.

Tudo isso, junto com uma bela narrativa fazem de Suzy e as Águas-Vivas um livro lindo, que nos faz refletir sobre como a perda de uma pessoa que amamos tem impacto em nossas vidas. Que nem sempre a pessoa que está sofrendo consegue falar em voz alta o que sente e principalmente que na vida pessoas e coisas mudam constantemente. Nós precisamos seguir em frente e recomeçar. Só fico me sentindo um pouco “frustrada” por a história não ter me emocionando tanto como pensei que aconteceria quando comecei a leitura. Foi realmente uma pena (...).

“Talvez seja isso que acontece quando uma pessoa cresce.Talvez o espaço entre você e as outras pessoas em sua vida fique tão grande que você pode enchê-lo de todo o tipo de mentiras.”

Para quem busca uma narrativa mais delicada, Suzy e as Águas-vivas se revela uma história tocante e ao mesmo tempo mágica. É aquele tipo de tristeza “bonita”, que apesar de não ter me marcado e encantado tanto, ainda sim foi uma leitura surpreendente. Recomendo!

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