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setembro 01, 2020

Tarde Demais por Colleen Hoover

| Arquivado em: RESENHAS

Ao iniciar a leitura de Tarde Demais da Colleen Hoover, eu já sabia que não seria uma leitura fácil. Afinal, todas as resenhas que li sobre este livro e até mesmo a contracapa dele, deixam bem claro que os temas abordados pela autora são pesados. Segundo a Colleen, Tarde Demais era um projeto no qual ela trabalhava durante seus bloqueios criativo e que a sua intenção a princípio, não era publicá-lo.

Talvez, justamente por ser um livro que ela escreveu por “diversão” é perceptível a diferença na linha estrutural da história aqui para as outras obras da autora. E apesar de já ter se passado um tempinho desde que finalizei a leitura, confesso que ainda tenho sentimentos muito conflitantes com tudo que encontrei aqui. Tipo, do meu ponto de vista é tanta coisa “errada” que tem nesse livro que fica até difícil definir ele com uma leitura boa ou ruim.

Resenha
ISBN: 9788501115003
Editora: Galera Record
Ano de Lançamento: 2018
Número de páginas: 384
Classificação: Não sei o que pensar, só o que sentir...
Sinopse: Para proteger o irmão, Sloan foi ao inferno e fez dele seu lar. Ela está presa em um relacionamento com Asa Jackson, um perigoso traficante, e quanto mais os dias passam, mais parece impossível enxergar uma saída. Imersa em uma casa incontrolável que mais parece um quartel general, rodeada por homens que ela teme e sem um minuto de silêncio, também parece impossível encontrar qualquer motivo para se sentir bem. Até Carter surgir em sua vida. Sloan é a melhor coisa que já aconteceu a Asa. E se você perguntasse ao rapaz, ele diria que também é a melhor coisa que já aconteceu a Sloan. Apesar de a garota não aprovar seu arriscado estilo de vida, Asa faz o que é preciso para permanecer sempre um passo a frente em seu negócio e proteger sua garota. Até Carter surgir em sua vida.  A chegada de Carter pode afetar o frágil equilíbrio que Sloan lutou tanto para conquistar, mas também pode significar sua única saída de uma situação que está ficando insustentável. Colleen Hoover não tem medo de escrever sobre assuntos delicados e Tarde Demais prova isso. Perpassando as formas mais cotidianas de machismo até as formas mais intensas e cruéis de abuso, a autora mergulha na espiral atordoante que é um relacionamento abusivo.

Não vou entrar em detalhes sobre a história em si, porque acredito que a sinopse já resume bem o que encontramos aqui. Vou tentar compartilhar com vocês mais o que eu senti, durante a leitura. E sem sombra de dúvidas, foi uma leitura densa que em muitos momentos tive que fechar o livro, respirar fundo para conseguir continuar.

A escrita da Colleen Hoover é fantástica, a narrativa é fluida e por mais “doentio” que todo o cenário descrito seja, somos compelidos pela a autora a seguir em frente com a esperança que no próximo capítulo as coisas vão melhorar. Só que elas não melhoram, ao contrário vão ficando cada vez pior.

Tarde Demais não é aquele livro em que podemos separar os mocinhos dos vilões, porque todos, - digo todos em alguma situação agem de forma horrível, mesquinha e imperdoável. Em vários momentos, a pergunta que me vinha a mente era: “Colleen, amiga o que você tomou enquanto escrevia esse livro?”. É sério gente, não dá para defender ou culpar ninguém porque até mesmo a Sloan e o Carter, vulgo os mocinhos tiveram ações extremamente baixas.

“Mas Ane, o Asa bem que mereceu.”. Não gente! Independente do Asa, ser uma pessoa desprezível, pelo menos em minha opinião essa determinada atitude do Carter e da Sloan, não foi somente desnecessária como também, os rebaixou para o mesmo nível do Asa.

Além disso a forma como a história evolui é rápida demais. A sensação que tive, é que tudo acontece em um intervalo de quinze dias, ou menos até. Agora me respondam como toda a sinceridade: Como uma pessoa que está presa em um relacionamento abusivo com um traficante perigoso, do dia para noite passa a amar um desconhecido que surgiu do nada? Não tem coerência nenhuma nisso. É como se a autora tivesse tirado a Sloan dos braços do Asa e jogado nos braços do Carter, com a simples justificativa que o Carter é o “salvador” dela. 

Entendam, não estou criticando o romance entre a Sloan e o Carter e sim, a forma como ele foi mal desenvolvido. Uma pessoa que passa pelas as experiências retratadas no livro precisa de ajuda séria, e o modo como a Colleen coloca, é que bastou ela conhecer um cara legal que o problema está resolvido. Claro que o amor tem seu poder curativo, mas isso não diminui a importância de um acompanhamento psicológico sério para a superação dos traumas.

Acredito que se a linha temporal da história fosse maior, isso teria deixado a narrativa mais coerente. Só que infelizmente nesse sentindo, Tarde Demais é um show de incoerência, principalmente quando levamos em conta que a história em si acaba na página 251 e temos uma sequência de epílogos do epílogo que parecem intermináveis. 

Para um livro que foi escrito como forma de lidar com um bloqueio criativo, Tarde Demais apresenta temas reais e que realmente nos incomodam durante a leitura. Não concordei em muitas situações e com a postura dos personagens, mas sei que o mundo está cheio de homens asquerosos como o Asas e mulheres que não conseguem sair desses relacionamentos abusivos como a Sloan.

Minha maior “queixa”, se é que posso chamá-la assim é o fato de a Colleen não ter trabalhado a superação da protagonista de outra forma. Gostaria de ter visto a personagem superando as dificuldades de um jeito diferente, e não embarcando em um outro relacionamento com alguém que ela mal conhecia. Quem sabe um dia, eu deixe de me incomodar com as relações fast dos livros do gênero. Quem sabe (...).

Resenha
© Ariane Gisele Reis.


“– E este beijo é apenas o começo de um livro totalmente novo. Um livro em talvez milagres não sejam tão impossíveis assim.”

Mesmo com todo os problemas presentes na história, e olha que não são poucos, a autora Colleen Hoover consegue nos manter envolvidos em turbilhão de sentimentos e emoções conflituosas. Tarde Demais é sem dúvidas um livro pesado e até um pouco "mórbido", porém que traz uma realidade nua, crua e dolorosa e que precisa ser debatida com muita consciência por todos nós.

janeiro 28, 2018

Confesse por Colleen Hoover

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.

ISBN: 9788501109323
Editora: Galera Record
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 320
Classificação:
Sinopse: Auburn Reed perdeu tudo que era importante para ela. Na luta para reconstruir a vida destruída, ela se mantém focada em seus objetivos e não pode cometer nenhum erro. Mas ao entrar num estúdio de arte em Dallas à procura de emprego, Auburn não esperava encontrar o enigmático Owen Gentry, que lhe desperta uma intensa atração. Pela primeira vez, Auburn se vê correndo riscos e deixa o coração falar mais alto, até descobrir que Owen está encobrindo um enorme segredo. A importância do passado do artista ameaça acabar com tudo que Auburn mais ama, e a única maneira de reconstituir sua vida é mantendo Owen afastado.

Colleen Hoover foi àquela autora que literalmente me provou que sempre vale a pena dar uma segunda chance a um autor. Depois de um primeiro encontro "desastroso" com Métrica e um segundo encontro cheio de amor, com O Lado Feio do Amor, os livros da Colleen se tornaram uma presença frequente na minha lista de desejados. E na real, não sei nem por onde começar a falar sobre Confesse, porque de verdade acredito que nada que eu diga nessa resenha fará jus ao quanto esse livro é maravilhoso ().

Ainda na adolescência, Auburn Reed aprende da forma mais dolorosa possível, que nada é para sempre. Anos depois, ela busca reconstruir sua vida e sabe que para alcançar o seu maior objetivo, não pode cometer nenhum erro. Auburn se fechou para qualquer tipo de relacionamento, mas isso começa a mudar no dia que ao voltar do trabalho para casa, ela se depara com o ateliê Confesse e seu enigmático dono Owen Gentry.

Owen é um talentoso artista que se inspira nas confissões deixadas anonimamente em seu ateliê para compor suas telas. Ele é gentil, sensível, engraçado e logo sentimentos que Auburn pensou que jamais sentira novamente começam a surgir. Mas, o que ela não sabe é que Owen guarda um segredo. Algo que ele pensou que ficaria no passado para sempre, mas que volta à assombra-lo no instante que Arburn entra em seu ateliê. 

Porém, por mais que ambos tentem se afastar e negar o que sentem um pelo outro, o destino insiste em deixa-los cada vez mais próximos. A atração entre eles é intensa, mas será que vale a pena colocar tudo aquilo pelo qual Arburn vem lutando, por romance rápido? E o que de tão grave Owen está escondendo? Entre a paixão e a confissão Owen e Arburn vão descobrir que para ser feliz, muitas vezes é preciso correr risco. E principalmente que nada liberta mais do que fazer as pazes consigo mesmo e com o próprio passado.

Preciso começar dizendo que, Confesse é um livro não para ser somente "lido". Sua narrativa precisa ser sentida de uma maneira muito mais profunda. Colleen Hoover nos apresenta aqui uma história de uma riqueza e sentimentos única, em que a cada capítulo vamos criando uma conexão com seus personagens e torcendo para que eles tenham um final feliz. Sim, - eu sei que falando assim essa parece ser somente mais uma história clichê, mas acreditem quando falo que ela é muito mais que isso.

Através dos dilemas de Arburn e Owen vamos percebendo o quanto algumas escolhas em nossas vidas moldam não apenas o nosso futuro, mas daqueles que amamos ou por ventura vamos amar. E, além disso, de um modo muito verdadeiro e doloroso a autora nos mostra a importância da sinceridade em nossos relacionamentos. A importância de sermos sinceros com o outro e principalmente com nós mesmos.

Arburn foi uma personagem que ganhou minha empatia logo nas primeiras páginas. Sofri, por ela e com ela, do mesmo modo que senti sua felicidade nas pequenas vitórias que tinha. O Owen () conquistou meu coração não somente pela sua sensibilidade como artista, mas pelo garoto que se culpou por anos por um erro e que encontrou finalmente em uma confissão a sua paz de espírito. Ambos foram do inferno ao céu, por razões parecidas e ao mesmo tempo diferentes, e justamente por isso é que mereciam o seu feliz para sempre.

Outro ponto, é que fazia um bom tempo que um personagem não me deixava com tanta raiva como o Trey, (aquela típica pessoa que não percebe que está sobrando) me deixou. Sério! Que cara insuportável! E se não bastasse ele, ainda tinha a mãe dele, a Lydia. Acho que esse foi o primeiro livro que li da Colleen que ao mesmo tempo em que ficava com o meu coração quentinho, sentia raiva por essas duas pessoas mesquinhas infligirem tanto sofrimento na vida dos outros. E se pararmos para pensar, quantos Treys e Lydias existem por ai (...).

Em suma, Confesse se revelou uma leitura maravilhosa de muitas formas. Colleen Hoover nos leva novamente a sentir um misto de emoções. Chorei, sorri e ao final fiquei com aquele gostinho de quero mais.

“– Acho que o amor é a palavra mais difícil de definir – digo para ela. – É possível amar várias coisas numa pessoa sem amar a pessoa em si.”

Em Confesse, Colleen Hoover nos presenteia com uma narrativa na medida certa, entre o romance encantador e o drama de quebra nossos corações em pedaços. O típico livro que a primeira vista parece clichê, mas que nos deixa com um sorriso bobo no rosto enquanto enxugamos as lágrimas.

dezembro 11, 2016

Novembro, 9 por Colleen Hoover

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788501076250
Editora: Galera Record
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 352
Classificação: Ótimo
Sinopse: Fallon conhece Ben, um aspirante a escritor, bem no dia da sua mudança de Los Angeles para Nova York. A química instantânea entre os dois faz com que passem o dia inteiro juntos – a vida atribulada de Fallon se torna uma grande inspiração para o romance que Ben pretende escrever. A mudança de Fallon é inevitável, mas eles prometem se encontrar todo ano, sempre no mesmo dia. Até que Fallon começa a suspeitar que o conto de fadas do qual faz parte pode ser uma fabricação de Ben em nome do enredo perfeito. Será que o relacionamento de Ben com Fallon, e o livro que nasce dele, pode ser considerado uma história de amor mesmo se terminar em corações partidos?

S
empre que vejo um novo livro da Colleen Hoover sinto um misto de ansiedade para começar logo a leitura e receio de me decepcionar com o que vou encontrar. Acredito que seja “normal” se sentir assim quando o livro em questão é de um autor de quem gostamos muito. E por esse motivo, Novembro, 9 foi aquela leitura que comecei de mansinho e sem "grandes" expectativas, mas que a cada capítulo foi conquistando o meu coração.

9 de Novembro tem sido uma das piores datas do ano para a jovem Fallon  O’Neil.  Esse é o dia que a recordação de tudo o que ela perdeu se torna ainda mais dolorosa, porém isso está prestes a mudar. Benton Kessler entra na vida de Fallon de forma intempestiva, mas foi preciso apenas alguns minutos de conversa com o aspirante a escritor para ela perceber que quer passar seu último dia em Los Angeles com ele. Como a mudança da jovem é inevitável e nenhum dos dois pretende abrir mão do relacionamento que começaram, eles fazem um acordo. Eles prometem se encontrar todos os anos no mesmo dia, - 9 de Novembro.

Conforme os anos se passam e eles seguem com suas vidas em separado, Ben começa a escrever um romance que tem Fallon como protagonista. Já Fallon do outro lado do país, tenta retomar a sua vida do ponto em que ela parou.  Mas um ano é tempo demais para ficar longe de alguém e muita coisa pode mudar nesse período.  Quando mais fortes e profundos os sentimentos se tornam mais perto de uma dolorosa verdade Fallon se aproxima.  Afinal diferente dos livros, os romances na vida real nem sempre terminam com um, “E eles viveram felizes para sempre”.

Confesso que assim que li a sinopse de Novembro, 9 me recordei do livro Um Dia do autor David Nicholls. E me perdoem a sinceridade, mas infelizmente esse livro foi uma das minhas maiores decepções literárias. Então sim, essa que vos escreve estava morrendo de medo de se decepcionar aqui.  Porém Colleen Hoover soube pegar uma fórmula totalmente clichê e até mesmo previsível e transformá-la em uma história intrigante.

Novembro, 9  possui uma narrativa bem amarrada e cheia de reviravoltas, daquelas que nos deixam com o coração na mão. Senti que ao contrário dos livros anteriores em que o romance era o ponto central da história, nesse a autora optou em focar mais a história no drama e nos segredos dos personagens. Embora a Collen tenha abordado suas vidas em apenas uma data especifica do ano, a Fallon é uma personagem que “desvendamos” mais rápido. Já o Ben é nos capítulos finais que conhecemos sua verdadeira história e descobrindo suas reais motivações. E apesar  do relacionamento deles ser “indefinido” ainda sim ele consegue aquecer o nosso coração e nos faz ficar na torcida para que tudo acabe bem.

É visível também o quanto os personagens amadurecem durante a narrativa. Como mesmo sem se ver durante um ano todo eles conseguem manter a conexão que criaram um com o outro. Porém o que mais cativou durante a leitura foi o fato dos personagens não serem perfeitos. Tanto Fallon como Ben possuem cicatrizes, umas visíveis e outras, as mais dolorosas, escondidas para que ninguém as veja. Em muitas situações me identifiquei com os dois, o que tornou a leitura envolvente e emocionante. 

Gostei da forma como a Colleen desenvolveu Novembro, 9 no todo, mas não nego que senti  falta de alguns detalhes e achei o final um pouco corrido também. Claro que em muitos momentos meus olhos se encheram de lágrimas, mas ainda sim senti falta de alguma coisa aqui. Não sei se foi da intensidade de O Lado Feio do Amor ou da suavidade de Talvez um Dia. Novembro, 9   é uma boa mescla dos livros anteriores que li da autora, só que mesmo terminando a leitura satisfeita e até surpresa com o que encontrei, admito que esperava aquele "algo a mais" que deixa tudo ainda mais especial.

“- Amar alguém não inclui só a pessoa, Ben. Amar alguém significa aceitar todas as coisas e pessoas que este alguém também ama.”

Novembro, 9  não é apenas mais um romance clichê. Essa é uma história que fala de perdas e como elas nos ferem e nos transformam. É uma história que nos lembra de que todos nós cometemos erros e que é preciso saber perdoar os outros e a si mesmo. E principalmente que um dia é sim, capaz de mudar a nossa vida para sempre.

junho 30, 2016

Talvez um Dia por Colleen Hoover

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788501050311
Editora: Galera Record
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 368
Classificação:
Sinopse: Sydney acabou de completar 22 anos e já fez algo inédito em sua vida: socou a cara da ex- melhor amiga. Até hoje, ela não podia reclamar da vida. Um namorado atencioso, uma melhor amiga com quem dividia o apartamento... Tudo bem, até Sydney descobrir que as duas pessoas em quem mais confiava se pegavam quando ela não estava por perto. Até que foi um soco merecido. Sydney encontra abrigo na casa de Ridge. Um músico cujo talento ela vinha admirando há um tempo. Juntos, os dois descobrem um entrosamento fora do comum para compor e uma atração que só cresce com o tempo. O problema é que Ridge tem uma namorada, e a última coisa que Sydney precisa agora é se transformar numa traidora.

Confesso que tenho uma relação um tanto “conflitante” com alguns autores. Por esse motivo, apesar de O Lado Feio do Amor ser um dos meus livros favoritos, comecei a leitura de Talvez Um Dia sem grandes expectativas. Afinal já diz o ditado que é, “melhor se surpreender do que se decepcionar”. Porém tenho admitir que Colleen Hoover, me conquistou mais uma vez e claro, partiu meu coração em mil pedacinhos.

Tem fases na vida da gente que tudo parece dar errado, e para Sydney o seu momento atual é a prova viva disso. Ela acaba de ganhar um verdadeiro “presente de grego” no dia do seu aniversário. No lugar de uma linda festa preparada pelo seu namorado perfeito Hunter e sua melhor amiga Tori, ela descobre que os dois têm um caso.  Agora além do coração partido Sydney está desabrigada, pois não existe a mínima chance dela continuar a dividir o apartamento com Tori. Não depois de saber a verdade e de quebra ter dado um soco na ex-melhor amiga.

Ridge é o talentoso músico que encontra na varanda de seu apartamento o refúgio perfeito para tocar violão. Sydney passou vários finais de tarde ouvindo Ridge de sua própria varanda, e por mais que eles nunca tenham trocado se quer uma palavra, uma inimaginável ligação surgiu entre os dois. Por isso ao vê-la parada no meio da chuva sem ter para onde ir, Ridge oferece a Sydney um lugar para ficar. E mesmo com raiva do mundo e insegura Sydney acaba aceitando a ajuda.

A intenção dela é passar apenas uma noite e ir embora na manhã seguinte, só que Sydney vai ficando.  Conforme os dias se passam Sydney e Ridge vão se conhecendo melhor e tal proximidade faz com que os dois passem a compor juntos.  Logo a atração que sentem se torna ainda mais forte, porém Ridge tem namorada e Sydney simplesmente não pode aceitar a ideia de ela se tornar uma traidora como Tori. Talvez um dia, no futuro as coisas possam ser diferentes, - quem sabe (...).

Com uma narrativa simples e até mesmo clichê, Colleen Hoover nos apresenta um história comum de encontros e desencontros de duas pessoas que se conheceram no momento errado de suas vidas.  Enquanto Sydney tenta encontrar um modo de colocar tudo no lugar novamente, para Ridge as coisas estão perfeitamente onde devem estar, ou pelo menos era nisso que ele acreditava até Sydney entrar em sua vida. E mesmo ambos sabendo que não podem ter o que querem, eles simplesmente não são fortes o bastante para se afastar.

Mas antes que você pense que Talvez um Dia é mais uma história sobre traição e triângulo amoroso, preciso dizer que esse livro é muito mais que isso. Através de personagens extremamente humanos Colleen conseguiu criar um enredo que fala de escolhas e principalmente, de você colocar as necessidades e a felicidade do outro acima da sua. Em diversas ocasiões meus olhos se encheram de lagrimas, por saber o quanto aquilo que sentiam um pelo outro machucava a Sydney e o Ridge. Eles lutam o máximo que podem contra o que sentem ao mesmo tempo em que, esse sentimento vai transformando aos poucos a vida dos dois.

A maneira como eles evoluem como pessoas no decorrer a trama, deixa tudo mais “intimo” e belo, por que o modo como a Colleen desenvolveu a narrativa nos aproxima muito de seus personagens.  Aqui ninguém esconde suas emoções e todos os sentimentos são mostrados de forma intensa. Meu coração se partia sempre que Ridge se sentia frustrado por não conseguir demonstrar com palavras com o que estava sentindo. Do mesmo modo todos os arrependimentos da Sydney pareciam ser meus também. Por que apesar de toda dor e culpa que existe entre os dois, há também paixão e por que não dizer amor.

Outro ponto positivo é o papel que o Warren, melhor amigo do Ridge desempenha na história. Não vou negar que em um determinado momento fiquei "chateada" com ele, mas o Warren age como um amigo leal. Aquele que dá bronca quando é preciso e que mesmo sabendo que vai magoar, fala a “verdade”. Ele é aquele personagem coadjuvante que conquista pela leveza que traz para história.  Maggie a namorado de Ridge,também é uma personagem incrível e ao final conforme o passado dela é mostrado me vi torcendo para que ela encontrasse seu final feliz.

Com uma delicadeza enorme, Colleen Hoover escreveu uma história sobre os erros e acertos da vida. Em como é difícil seguir em frente, já que na maioria das vezes é mais fácil desistir de tudo quando o primeiro obstáculo aparece.  Pois a vida cedo ou tarde nos obriga a fazer escolhas que vão acabar magoado direta ou indiretamente alguém que amamos.  E que nada é melhor do que um dia após o outro para curar o nosso coração.

“Tentamos tanto esconder tudo o que estamos realmente sentindo daqueles que provavelmente mais precisam saber os nossos verdadeiros sentimentos.”

Ao final me vi surpresa em perceber o quando uma narrativa tão despretensiosa, cheia de música e melodia tinha conseguido me emocionar tanto. E acredito que são justamente esses pequenos detalhes que fazem de Talvez um Dia, aquele típico livro que chega de mansinho e nos arrebata. Seus personagens são pessoas comuns como eu, você e seus amigos. Pessoas que estão tentando alcançar a sua cota de felicidade em um mundo tão complicado. Buscando através dos encontros e desencontros da vida, talvez um dia encontrar o seu feliz para sempre.

novembro 26, 2015

O Lado Feio do Amor por Colleen Hoover

| Arquivado em: RESENHAS.

ISBN: 9788501105738
Editora: Galera Record
Ano de Lançamento:  2015
Número de páginas:  336
Classificação:
Onde Comprar: Submarino.
Sinopse: Quando Tate Collins se muda para o apartamento de seu irmão, Corbin, a fim de se dedicar ao mestrado em enfermagem, não imaginava conhecer o lado feio do amor. Um relacionamento onde companheirismo e cumplicidade não são prioridades. E o sexo parece ser o único objetivo. Mas Miles Archer, piloto de avião, vizinho e melhor amigo de Corbin, sabe ser persuasivo... apesar da armadura emocional que usa para esconder um passado de dor.O que Miles e Tate sentem não é amor à primeira vista, mas uma atração incontrolável. Em pouco tempo não conseguem mais resistir e se entregam ao desejo. O rapaz impõe duas regras: sem perguntas sobre o passado e sem esperanças para o futuro. Será um relacionamento casual. Eles têm a sintonia perfeita. Tate prometeu não se apaixonar. Mas vai descobrir que nenhuma regra é capaz de controlar o amor e o desejo.

Confesso que tinha um pé atrás com a autora Colleen Hoover, já que fui uma das poucas pessoas que conheço que não caiu de amores por Métrica. Porém depois que li a resenha da Cida do Moonlight Books, do livro O Lado Feio do Amor, fiquei bastante curiosa para conhecer a história. Por isso mais uma vez passei a frente na minha meta de leitura, um livro que não estava nela. E como vocês já puderam perceber valeu a pena cometer essa pequena “travessura”.

Miles Archer é um jovem e belo piloto de avião que passou os últimos seis anos assombrado pelos fantasmas do passado. Miles se fechou para o mundo e principalmente para o amor. Ele acredita que não é mais capaz de amar ninguém e por isso faz de tudo para se afastar desse sentimento. À noite em que ele e Tate Collins se conhecem é apenas um bom exemplo de como ele deixou que a amargura tomasse conta do seu coração e de sua vida.

Tate é a irmã caçula de Corbin, amigo e vizinho de Miles, que por necessidades financeiras precisa passar um tempo no apartamento do irmão enquanto cursa seu mestrado em enfermagem. Tate não é uma jovem inexperiente quando o assunto é relacionamentos, por isso ela logo percebe que a atração que sente por Miles pode ser perigosa para o seu coração. Afinal Miles faz questão de deixar bem claro que não está em busca de um grande amor. Ele quer um relacionamento casual, sem perguntas a respeito do seu passado e muito menos planos para o futuro.

Porém quando duas pessoas se tornam muito próximas, acordos e regras podem ser facilmente quebradas e mudadas. Será Tate capaz de romper a muralha que Miles construiu em volta de si, fazendo o jovem piloto voltar a acreditar no amor? Ou ela sairá dessa relação arruinada e com seu coração partido? Tate descobrirá que amar, nem sempre acaba sendo uma experiência boa para algumas pessoas. Ao contrário, pode ser algo sombrio e triste deixando cicatrizes profundas demais em quem conhece esse lado “feio do amor”.

Sabe aquele livro que você ama e odeia ao mesmo tempo? Pois bem, nesse momento esse livro para essa que vos escreve é O Lado Feio do Amor.  Mas, antes que vocês achem que estou "maluca", vou explicar os motivos para tamanha confusão de sentimentos nesse meu coração de leitora. Vamos começar pelo fato que eu praticamente devorei o livro. Li ele em apenas um dia tamanha era a minha necessidade de decifrar o introspectivo Miles e de ver a Tate colocando ele e suas regras egoístas no seu devido lugar.

Só que em muitos momentos odiei a forma “passiva” com Tate aceita o que Miles quer dar a ela. Odiei quando mesmo sabendo que poderia terminar com o coração partido ela continuou insistindo na relação.  Odiei que Tate tenha se “humilhando” por migalhas de atenção sabendo que era exatamente isso que ela estava fazendo, - se humilhando. Mas, eu amei a sua coragem de jogar as verdades na cara do Miles quando era necessário. Amei quando a ela seguiu em frente quando foi preciso e principalmente por ela não ter desistido dele

Odiei o Miles por ter deixado que o seu passado quase o destruísse. Odiei quando ele se fechava e agia como um cafajeste. Odiei quando ele dava falsas esperanças para Tate e para mim. Odiei pensar nele muitas vezes como um covarde egoísta. Porém, todo esse enigma que é Miles Archer me fez ama-lo e querer cuidar dele também. Colleen Hoover não escreveu uma história “bonitinha” aqui. O Lado Feio do Amor possui uma narrativa fluida e intensa em que autora soube como trabalhar as fraquezas dos personagens para criar uma história triste, melancólica e acima de tudo tocante.

Gostei de ver como Tate e Miles se aproximaram e se envolveram mesmo achando que a principio o relacionamento dos dois não era algo muito saudável para ela. Gostei como a autora foi revelando o passado de Miles, trazendo a tona os acontecimentos que o tornaram o homem triste, amargurado e com tanto medo de amar que Tate conhece. Os personagens secundários também tem um papel importante no desenvolvimento da história em especial o fofo do Corbin e o Cap, pois ambos a sua maneira deixaram a narrativa mais interessante.

Todos esses elementos fazem do O Lado Feio do Amor um livro que nos conquista aos poucos.  A autora soube trabalhar com a sensualidade na relação dos dois sem deixa-la vulgar, enquanto a cada capitulo ia deixando tudo mais tenso e dramático. Esse foi aquele livro que fez meu coração andar por uma corda bamba de sentimentos e sensações. Eu pressentia que tudo podia ruir de uma hora para outra e quando isso aconteceu meu coração se partiu junto. Foi triste, feio, belo e libertador. Tudo ao mesmo tempo e com a mesma intensidade.

“O amor nem sempre é bonito, Tate. Algumas vezes você gasta todo o seu tempo esperando que finalmente algo seja diferente. Algo melhor. Então, antes que você saiba você está de volta ao primeiro quadrado, e você perdeu seu coração em algum lugar do caminho.”

O Lado Feio do Amor é um livro que fala de dor, de perdas, de medos e recomeços.  E por mais clichê que possa parecer, ele consegue emocionar mesmo você odiando e amando tudo nele.  Mesmo que não concorde com nada e ache que tudo está errado, você ainda assim vai torcer por um final feliz. Recomendo!

novembro 19, 2013

Na Livraria - 02




Olá leitores! Tudo bem com vocês?

No post de Na Livraria de hoje vou comentar sobre dois livros que aparentemente não tem lá muito haver um com o outro, mas que de uma maneira diferente abordam o mesmo tema, - problemas familiares.

Um eu gostei bastante já o outro embora eu tenha me emocionado em alguns momentos, a história ficou um pouco abaixo do que eu estava esperando.  Os livros do post de hoje foram ambos lançados pela editora Galera Record, e também tem em comum o fato de terem histórias curtas. 

Curiosos? Confiram o que eu achei de Métrica e A Probabilidade Estatística do Amor à Primeira Vista (nome curtinho heim).

Bem , vou começar por Métrica da autora Colleen Hoover, que foi justamente o livro que eu não curti tanto assim. Mas, antes que vocês me apedrejem por não ter caído de amores, por um dos livros mais adorados dos últimos tempos deixem explicar os meus motivos. Ok!?

Eu gostei de Métrica. Achei a proposta da autora embora não muito original boa, mas o casal protagonista simplesmente não me convenceu. “Como assim Ane?” Tipo, a parte em que a mocinha da história se muda para outra cidade após um acontecimento trágico e acaba se apaixonando por quem não devia tinha tudo para ser uma “grande história”, o que obviamente não foi.

A sensação que eu tive ao ler Métrica, foi que a autora pegou todos os clichês e tragédias literárias existentes e juntou tudo em um mesmo livro, com a intenção de fazer o leitor ficar desidratado ao final. Não que eu não tenha me emocionado e achado alguns acontecimentos tristes. Na verdade achei algumas coisas muito tristes, mas do tipo que de tão “força a barra”, e previsível que não chegaram ao ponto de me fazer chorar.

A protagonista Lake em determinados momentos tem alguns ataques de rebeldia e age de uma forma tão infantil que não condizia com a imagem que a autora tentava passar dela. O mesmo vale para o Will que apesar de tentar passar certo grau de maturidade, também não me convenceu muito. Assim, a intenção do romance entre eles até que é bonitinha e tem toda aquela coisa de ele gostar de poesias (o que é super fofo e tal), porém o envolvimento deles em si é um tanto superficial. Sabem aquela sensação que faltou alguma coisa?  Bem isso (...).

O que eu gostei do livro mesmo, além das poesias (que mesmo sendo algumas aparentemente sem nexo eram interessantes), foi à maneira com a autora trabalhou as questões familiares. A Lake que já vinha de uma perda recente precisava se forte por ela e pelo seu irmão caçula, o Kel. Já do outro lado nós temos o Will que ainda vinha superando todas as dificuldades que a vida tinha lhe imposto, e era tudo o que seu irmão mais novo, Caulder tinha. Preciso mencionar que foram justamente os irmãos mais novos dos personagens centrais, que se destacaram na história. Muito amor por esses dois viu .

Claro que teve outros personagens legais que chegam a ser mais carismáticos que o casal principal, porém o que mais me incomodou em Métrica foi o excesso do “drama show”. Tudo bem que a história de vida pessoal tanto da Lake, como do Will é bem triste e que é o tipo de coisa que pode acontecer com qualquer um. A narrativa em si tenta passar uma mensagem positiva e alegre apesar de tudo, só de verdade em meu ponto de vista houve pouco exagero.

É um bom livro, que possui os elementos certos para ser uma história emocionante, porém não chegou a me surpreender e emocionar. Uma pena (...).

“Arrependimento é contraproducente. É ficar se lembrando de um passado que não pode mudar. Duvidar das coisas à medida que elas ocorrem pode evitar que o arrependimento surja no futuro.”

Sei que muita gente não curtiu esse livro e achou tudo nele fantasioso e superficial, o que não deixa de ser verdade quando você analisa o livro por um lado mais lógico.  Porém, eu gostei da maneira com que a autora trabalhou de uma forma bem “lúdica” e despretensiosa a questão tanto do amor à primeira vista (que eu mesmo não acredito que exista), como a relação algumas vezes complicada entre pais e filhos.

Em A Probabilidade Estatística do Amor à Primeira Vista da autora Jennifer E. Smith, temos Hadley e Oliver como protagonistas. Eles se conheceram em um voo entre os Estados Unidos para a Inglaterra, mas precisamente Londres, e vamos supor que ambos não estavam muito felizes em ter que fazer essa viagem.


Hadley estava indo para o casamento do seu pai e Oliver, bem ele não estava indo para uma reunião familiar muito animada por assim dizer. O ponto legal da história em minha opinião nem foi o fato dos dois terem se apaixonado perdidamente um pelo outro em apenas vinte e quatro horas. E (isso não é spoiler), é algo que você já sabe que vai acontecer antes mesmo de começar a ler o livro mas, voltando o ponto que me chamou a atenção foi que direta ou indiretamente um ajudou ao outro a superar as dificuldades que sugiram no caminho.

Ok! Que tudo o que aconteceu no decorrer da narrativa é bem impossível acontecer na vida real de alguém em apenas vinte quatro horas, - ou não, sei lá vai que aconteça. Ok!Estou apenas divagando (novidade). Só que justamente essa impossibilidade e a maneira “atropelada” como tudo acontece na história é o que me fez gostar tanto do livro.

Fiquei pensando em como tantas coisas podem acontecer em um único dia, e que às vezes esse único dia pode mudar a vida de alguém para sempre. Além disso, os motivos que levaram os dois a Londres, são muito opostos que mesmo seus conflitos familiares não sendo tão “pesados” como os vividos pelos protagonistas de Métrica.  O encontro de Hadley e Oliver parece realmente ser um daqueles maravilhosos acasos do destino (que todo mundo adoraria que acontecesse ao menos uma vez na própria vida).

Foi um livro que me cativou mesmo sendo um pouco “conto de fadas”, perfeitinho demais.

“Talvez os atrasos no decorrer do dia sejam apenas detalhes, mas, se não fosse por eles, teria sido por causa de alguma outra coisa.”

Espero que vocês tenham gostado do Na Livraria desse mês, reforçando que os dois livros são bons dentro do que cada autora se propôs a escreve. Recomendo!

Até o próximo post!

Beijos;***


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