| Arquivado em: RESENHAS.
Este livro foi recebido como cortesia para resenha. |
• ISBN: 9788528623666
• Editora: Bertrand Brasil
• Ano de Lançamento: 2018
• Número de páginas: 392
• Classificação: Regular
Sinopse: Laurie não acredita em amor à primeira vista. Afinal de contas, a vida não é a cena de um filme romântico. Mas, então, em uma manhã de dezembro fria e com neve, o ônibus de dois andares em que voltava para casa para em um ponto. Ao olhar para baixo, ela o vê. Por um segundo transcendental, seus olhos se encontram... e então o ônibus começa a andar. Depois de muitos meses com a esperança de cruzar novamente com ele, Laurie acha que nunca mais verá o garoto do ônibus. No entanto, um ano depois, em uma festa de Natal, sua melhor amiga, Sarah, apresenta o novo namorado, o grande amor de sua vida. Para seu profundo desespero e surpresa, ele é ninguém menos que o garoto do ônibus. Determinada a esquecê-lo, Laurie segue com sua vida. Mas e se o destino tiver outros planos?
A minha intenção era postar a resenha desse livro antes do Natal. Porém, Um Dia de Dezembro da autora Josie Silver, acabou se revelando uma leitura um pouco “complicada”. Por isso, achei melhor não escrever essa resenha no calor do momento e sim esperar alguns dias. Sim, tive problemas com a narrativa, com os protagonistas e confesso que foi por pouco, mais muito pouco mesmo que não abandonei a leitura.
Em um dia frio de dezembro às vésperas do Natal, Laurie está em um ônibus pensando em seus problemas quando em uma das paradas vê um rapaz. Laurie nunca foi do tipo de acreditar em amor à primeira vista, porém algo naquele rapaz parado ali no ponto de ônibus mexe com ela. É como se uma estranha e irresistível conexão entre os dois tivesse surgido naqueles poucos segundos. A jovem tem a sensação que encontrou o amor de sua vida e fica determinada a encontrá-lo novamente.
Um ano se passa, e por mais que Laurie tenha procurado seu grande amor por toda Londres, sua busca foi sem sucesso. Ela sabe que não faz mais sentido ficar procurando por alguém que ela viu por poucos segundos e decide que já passou da hora de seguir em frente e esquecer o rapaz. Durante a festa de Natal, Sarah a sua melhor amiga apresenta o novo namorado, Jack que para surpresa de Laurie é ninguém menos do que o rapaz do ponto de ônibus. Entre o amor de sua vida e a melhor amiga, Laurie decide esquecer qualquer sentimento que ainda possa ter por Jack e focar seus esforços em sua vida profissional.
Mas, conforme os anos se passam conviver com Jack e Sarah como um casal não torna a determinação de esquecer seu grande amor mais fácil. Entre encontros e desencontros Laurie, Jack e Sarah vão descobrindo as alegrias e tristezas que a vida adulta traz. E principalmente como um segundo, uma decisão pode mudar a sua vida para sempre.
Não é segredo para ninguém que não gosto de triângulos amorosos, porém como eles são praticamente inevitáveis nos romances, eu meio que consegui ignorar que a base da narrativa de Um Dia de Dezembro é um triângulo amoroso. O que eu não consegui ignorar foi a falta de carisma dos protagonistas e o lenga-lenga sem fim a que a história parecia estar condenada.
Outro ponto é que não acredito em paixão instantânea, então foi bem difícil engolir o fato de Laurie ter se apaixonado perdidamente, por alguém que ela viu por alguns segundos em um ponto de ônibus. Sério, fiquei mais de uma semana sem chegar perto do livro, porquê de verdade eu não me sentia conectada com a narrativa e com os personagens. O que me deixou com uma frustração enorme por que a escrita da Josie Silver em si é fluída.
Acredito que o problema da narrativa comigo, foi o modo como a autora construiu as personalidades dos personagens. Elas são tão contratantes que praticamente imploram para você escolher um lado da história. Enquanto Laurie passa praticamente todo o livro se lamentando em um estado de apatia constante, Sarah é alegre e divertida, do tipo que sabe o que quer e corre atrás de seus objetivos. Era muito mais interessante acompanhar a vida de Sarah do que a de Laurie.
Já o Jack não sei nem o que comentar (...). No começo eu até “simpatizei” com ele, mas conforme a narrativa avança ele tem tantas atitudes cretinas que admito em muitos momentos torci para que ele ficasse sozinho, por que era isso que ele merecia. Além disso, nenhum momento senti uma química verdadeira entre Laurie e Jack, o que por consequência tornou bem difícil enxergá-los como um casal. Outro ponto, foi que achei a presença de um personagem em especial perdida no meio de todo o drama que a autora criou. A partir do ponto que ele aparece, você sabe que o coitado está ali para “tapar buraco” e que a sua participação não vai mudar em nada o desfecho na história.
Um Dia de Dezembro possui todos os elementos que normalmente funcionam comigo em livros do gênero. Tanto que vi muitas pessoas comparando ele com Um Dia e Simplesmente Acontece. Porém mesmo eu não gostando de Um Dia como um todo, na época que li eu consegui sentir que apesar dos encontros e desencontros o casal principal combinava, que eles tinham um futuro juntos. Só que em momento algum, mesmo torcendo para estar errada eu senti que a relação de Laurie e Jack tinha futuro.
O pior de tudo isso é você perceber que a história tinha um potencial enorme de se tornar uma dos seus romances favoritos, mas acaba sendo um romance mediano. Em minha opinião Josie Silver “pecou” não somente em dar à narrativa um ritmo lento com capítulos em que nada de relevante acontecia, mas principalmente por ter “atropelado” o final. Não nego que embora corrido, eu achei o final “fofinho”, mas assim no contexto geral da obra, infelizmente senti que ficou faltando alguma coisa.
“(...), na vida, sempre chegamos a um ponto em que temos que escolher a felicidade porque é cansativo demais ficar sempre triste.”
Não digo que Um Dia de Dezembro é um livro “ruim”. Talvez o problema é que eu posso ter lido ele em um momento errado, e por isso a história não funcionou muito bem comigo. Porém, não nego que durante toda a leitura fiquei esperando por aquele momento arrebatador, que deixasse meu coração mais quentinho e um sorriso bobo em meu rosto. Só que isso não aconteceu, o que realmente foi uma pena.