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abril 24, 2019

The Chase - A Busca de Summer e Fitz por Elle Kennedy

| Arquivado em: RESENHAS.

The Chase é o primeiro livro da nova série da autora Elle Kennedy, a Briar U. Spin-off da minha outra série queridinha, Amores Improváveis tem uma proposta muito clara, - nos levar de volta ao universo dos jogos de hóquei, com personagens cativantes e romances gracinhas. Porém, não sei se sou eu que estou passando por uma fase de chatice literária muito grande, ou esse snip-off que foi lançado um pouco “cedo” demais.  Mas, infelizmente não consegui me sentir tão conectada com a narrativa e seus personagens aqui.  A verdade é que ao finalizar a leitura fiquei com aquela terrível sensação que ficou faltando alguma coisa.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.





ISBN: 9788584391363
Editora: Paralela
Ano de Lançamento: 2019
Número de páginas: 320
Classificação: Bom
Sinopse: Briar U – Livro 01.
Spin-off da série Amores Improváveis.
Todo mundo diz que os opostos se atraem. E deve ser verdade, porque não tem nada que explique minha atração por Colin Fitzgerald. Ele não faz meu tipo e, o pior de tudo, me acha superficial. Essa visão distorcida que ele tem de mim é o primeiro ponto contra. Também não ajuda que ele seja amigo do meu irmão. E que o cara que mora com ele tenha uma queda por mim. E que eu tenha acabado de me mudar para a casa deles. Mas isso não importa. Estou ocupada o bastante com uma faculdade nova, um professor que não larga do meu pé e um futuro incerto. Além do mais, Fitz deixou bem claro que não quer nada comigo, embora tenhamos uma química de dar inveja a qualquer casal. Nunca fui de correr atrás de homem, e não vou começar agora. Então, se o meu roommate gato finalmente acordar e perceber o que está perdendo… Ele sabe onde me encontrar.

Após ser convidada a se retirar da Universidade de Brown por supostamente ter colocado fogo na casa da fraternidade em que morava, Summer Di-Laurentis acaba sendo aceita na Universidade de Briar graças a influência do pai. Porém, seus problemas ainda não estão totalmente resolvidos, Summer precisa encontrar um lugar para morar e aparentemente sua fama de incendiária já chegou a Briar e nenhum fraternidade quer aceitá-la.

Triste e sem ter para onde ir, ela acaba aceitando o convite do irmão, Dean para uma festa de ano novo, festa essa que Colin Fitzgerald, também está. Summer não consegue entender a atração que sente por Fitz, especialmente por que ele já deixou bem claro de todas as formas possíveis que não quer nada com ela. Mas, a química entre os dois é visível e em breve ela será colocada à prova. Afinal, Fitz e seus amigos Hunter e Hollis estão precisando de mais uma pessoa para dividir a casa, e nenhum deles seria louco o suficiente para negar um favor ao Dean. Agora que estão morando na mesma casa, resta saber por quanto tempo Fitz será capaz de resistir a sua atração por Summer Di-Laurentis.

The Chase possui uma premissa bem clichê e mescla todos os elementos que eu particularmente amo nos livros do estilo. Só que confesso que achei que a Elle Kennedy exagerou um pouco na dose de “drama” presente na narrativa, porque é óbvio que a Summer e o Fitz vão ficar juntos, então a tentativa da autora de formar um triângulo amoroso entre: Fitz, Summer e Hunter para depois o Hunter ser “esquecido” no banco de reservas o restante da narrativa me incomodou bastante.

Isso me lembrou um pouco o primeiro livro da série Amores Improváveis em que a autora recorreu também a esse recurso e depois esqueceu o Logan no churrasco do time. Até porque quem já leu a série anterior deve ter percebido que após o segundo livro que narra a história dele, o Logan meio que “some” da série. Inclusive aqui, temos as pequenas participações do Dean (meu amorzinho ), Garret e do Tucker enquanto o Logan só é citado.

E tudo bem que o terceiro livro vai abordar a história do Hunter, só que sinceramente eu não vi nenhuma necessidade desse triângulo amoroso, quando a autora poderia ter abordado outros pontos mais interessantes na história. Um bom exemplo disso, é a questão do assédio sexual dentro das universidades, que embora tenha tido uma introdução promissora acabou não sendo muito bem trabalhado. A impressão que pelo menos eu tive, é que o tema ficou “meio jogado” na narrativa, como se a Elle não conseguisse desenvolver ao todo a ideia que tinha em mente quando começou a escrever, o que de fato foi uma pena.

Os personagens secundários desempenham um bom papel na construção da história em especial a Brenna que em muitos momentos chega a ser uma personagem mais cativante que a própria Summer. Não que eu não tenha gostado da Summer, na verdade ela é uma personagem muito carismática que mesmo com toda a sua “superficialidade” tem um coração enorme e passa por problemas muito reais dos quais ela mesma muitas vezes se sente culpada.

O meu problema aqui com a Summer foi que realmente eu não consegui ver ela e o Fitz como um casal a “longo prazo”. Talvez seja porque eu não acredito muito nessa história de que os oposto se atraem, e eles são muito opostos. Então a sensação que tive durante a leitura é que o relacionamento deles era mais baseado na atração sexual que sentiam um pelo outro do que aquele sentimento mais profundo que une duas pessoas. Acredito que se a Elle não tivesse criado todo um drama desnecessário no início da história em volta do relacionamento dos dois a minha visão seria diferente.

Além disso, o Fitz infelizmente não foi aquele protagonista masculino que fez meu coração bater mais forte. Achei algumas atitudes dele um tanto egoístas, mesmo que nas entrelinhas a autora tenha tentado justificá-las. Acho que ainda estou muito apegada ao Dean. ()#sorry

"Percepção e realidade são coisas muito diferentes. A verdade em geral está em algum lugar entre as duas."

The Chase possui a narrativa fluida e envolvente já tão característica das obras da autora Elle Kennedy. Porém, infelizmente no meu caso senti que a história aqui é um pouco “inferior” quando comparada a série que deu origem a ela. Mas, não nego que estou bem curiosa para ler os próximos volumes da Briar U, especialmente ao livro do Hunter. Quais as surpresas que dona Elle aprontou para ele?

novembro 15, 2018

Coração-Granada por João Doederlein

 | Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.



ISBN: 9788584391219
Editora: Paralela
Ano de Lançamento: 2018
Número de páginas: 198
Classificação:
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Sinopse: Combinando novos ressignificados e poemas, @akapoeta apresenta textos de sensibilidade e poesia. Segundo o autor, o amor (correspondido ou não) mexe com nossa alma e nosso corpo. A ansiedade, quando nos toma de assalto, também. Outro ponto em comum: os dois fizeram e continuam fazendo artistas de todos os tipos produzirem criações capazes de gerar reflexão e também de dar sentido ao que, muitas vezes, parecia já não ter. É o caso de @akapoeta, pseudônimo de João Doederlein, neste seu segundo livro. Nele, o escritor fala de paixões e crises de ansiedade e da relação entre ambas, com a mesma delicadeza que transformou a sua obra de estreia, 'O livro dos ressignificados'.

Não sei vocês, mas essa blogueira que vos escreve tem o hábito de folhear os livros antes de começar a leitura propriamente dita. Sim, sei dos riscos de pegar spoilers, porém às vezes é um risco que vale a pena como foi o caso de Coração-Granada do autor João Doederlein. Sinceramente eu não conhecia o trabalho dele e por conta disso não fazia a menor ideia do que se tratava a obra. Só ao folhear o livro acabei me deparando com uma poesia sobre a ansiedade e aquelas palavras me tocaram tanto que eu pausei a leitura de A Nuvem para ler Coração-Granada.

Eu particularmente sempre amei poesias. Gosto como alguns autores conseguem de uma forma simples e ao mesmo tempo profunda colocar muitas vezes em poucas palavras uma imensidão de emoções e sentimentos.  Porque eu de alguma forma não apenas me identifico com suas palavras, mas principalmente em muitos momentos só consigo expressar meus sentimentos em toda sua confusão e totalidade através da escrita.

“Tenho tantas cicatrizes em minha alma que ela mais parece um quadro pintado por Pablo Picasso em um dia de chuva e muita tristeza.  Você não imagina a bagunça. É bonita, mas assusta.”

Conforme lia Coração-Granada a sensação que eu tinha era de ser abraçada. Sabe quando um desconhecido parece conseguir te entender melhor do que seus amigos e as pessoas que convivem diariamente com você? Foi assim que eu me senti durante a leitura. Afinal, quantas vezes já ouvi que não tenho motivos para ter ansiedade ou que preciso deixar de ser ansiosa, como seu fosse uma chave que eu pudesse ligar e desligar em minha mente.

Me senti abraçada, porque mesmo que em alguns dias tudo seja um caos em minha vida, de alguma forma eu não estou nesse caos sozinha. De diferentes formas, modos, rostos e motivos outras pessoas se sentem como eu. Sozinhas entre amigos e muitas vezes vendo as pessoas que amam se afastar porque não sabem como lidar com a sombra que ansiedade lança sobre nós, ansiosos.

É perceber que não só sou eu que em alguns dias precisa de uma força extra para sair da cama e que esconde atrás de um sorriso contido uma tristeza que vem do nada, mas que significa tudo. Porque a verdade é que tudo fica menos complicado e pesado quando você aceita a ansiedade como parte de sua vida ao invés de tentar expulsá-la quando ela aparece.

“Ansiedade é imaginar diálogos que não vão acontecer. Ansiedade é imaginar o momento em que tudo dará errado toda vez que algo começa a dar certo.”

Coração-Granada foi um acalento para esse meu coração ansioso. Foi conversar com um velho amigo que por mais que não entenda como eu me sinto, não me julga, não me condena só escuta, me abraça e diz que vai ficar tudo bem.

agosto 22, 2018

Ele por Elle Kennedy e Sarina Bowen

| Arquivado em: RESENHAS.



ISBN: 9788584391202
Editora: Paralela
Ano de Lançamento: 2018
Número de páginas: 256
Classificação: Muito Bom
Sinopse: James Canning nunca descobriu como perdeu seu melhor e mais próximo amigo.Quatro anos atrás, seu tatuado, destemido e impulsivo companheiro desde a infância simplesmente cortou contato. O maior arrependimento de Ryan Wesley é ter convencido seu amigo extremamente hétero a participar de uma aposta que testou os limites da amizade deles. Agora, prestes a se enfrentarem nos times de hóquei da faculdade, ele finalmente terá a oportunidade de se desculpar. Mas, só de olhar para o seu antigo crush, Wes percebe que ainda não conseguiu superar sua paixão adolescente. Jamie esperou bastante tempo pelas respostas sobre o que aconteceu com seu relacionamento com Wes, mas, ao se reencontrarem, surgem ainda mais dúvidas. Uma noite de sexo pode estragar uma amizade? Essa e outras questões sobre si mesmos vão ter que ser respondidas quando Wesley e Jamie se veem como treinadores no mesmo acampamento de hóquei.

Embora Elle Kennedy seja uma das minhas autoras queridinhas quando o assunto são livros do gênero new adult, Ele foi a minha primeira experiência com livros LGBT com essa conotação mais adulta. Co-escrito com a autora Sarina Bowen, Ele possui uma narrativa fluida e personagens apaixonantes, o que torna a história ainda mais envolvente e gostosa de se acompanhar. Mas, (Ane e seus mas) não posso deixar de confessar que tenho sentimentos conflitantes a respeito da obra.

Ryan Wesley e James Canning costumavam ser amigos inseparáveis, até que um dia sem nenhum motivo aparente Wes cortar completamente o contato entre eles. O que James não pode imaginar é que Wes agiu movido pela culpa de ter “forçado” o seu amigo a participar de uma aposta que colocou a amizade deles em jogo. Agora depois de quatro longos anos de silêncio, os dois estão prestes a se reencontrar o que para Wes é a oportunidade perfeita para se desculpar pelo que fez no passado.

O problema é que Wes, continua apaixonado por Jamie e esse reencontro promete fortes emoções. Afinal, Jamie esperou anos para descobrir o que tinha motivado o melhor amigo a cortar as relações com ele. Porém, a conversa que era para esclarecer as dúvidas que Jamie tinha acaba deixando ele ainda mais confuso.

Quando Jamie se deixa levar pelo calor do momento e Wes não consegue mais esconder seus sentimentos pelo amigo. Poderá uma noite de sexo acabar com o que restou na amizade de Jamie e Wes. Conforme o verão passa os dois embarcam juntos em uma jornada de autodescobrimento que ao final pode os levar a descobrir verdades sobre si mesmos que eles jamais imaginaram.

Essa que vos escreve, estava sofrendo de uma terrível ressaca literária. Por isso ao escolher Ele como leitura eu realmente esperava encontrar um romance clichê, daqueles que você lê em uma tarde preguiçosa de domingo. E foi exatamente isso que encontrei, porém não posso deixar de comentar que em muitos momentos senti falta de “história” propriamente dita.

A narrativa de Elle Kennedy conseguiu em muitos momentos me emocionar durante a leitura da série Amores Improváveis, mas nessa parceria com a Sarina Bowen parece que as preliminares, por assim dizer foram “esquecidas “, reduzindo a narrativa em uma cena de sexo após outra. E isso me incomodou por que passou a sensação que as autora objetivaram demais o relacionamento homoafetivo, partindo da premissa que a base desse tipo de relacionamento é só “pegação”. E tipo não é, afinal nenhum relacionamento é feito apenas de sexo, mas de companheirismo e obviamente, - amor.

Que fique claro que eu gostei do livro, afinal eu amo um bom clichê. Além disso, Wes e Jamie são personagens maravilhosos, do tipo que você quer guardar em um potinho e cuidar pelo resto da vida. Só que sem sombra de dúvidas eu teria me apaixonado ainda mais por eles e automaticamente pela história, se durante a construção do enredo as autoras tivessem tido esse cuidado de realmente desenvolver um relacionamento em que fosse possível identificar aquele momento único em que o amor entre Wes e Jamie surgiu.

O fato de tudo acontecer rápido demais, (algo que me incomoda em qualquer livro) e as autoras deixarem a parte interessante do relacionamento protagonistas, aquela que nos deixa com o coração quentinho para os capítulos finais faz com que a narrativa soe pouco rasa também. Outro ponto é que se tratando de um romance homoafetivo, a abordagem dada ao preconceito sofrido pelos personagens aqui foi superficial e nem pode ser considerado um debate saudável, já que tudo se resume a um “piti” de um personagem pequeno e secundário.

Volto a dizer que sim, gostei muito do livro e me apeguei bastante ao Wes e ao Jamie e talvez justamente por isso os meus sentimentos em relação a Ele sejam tão conflitantes. Afinal, por mais que eu tenha encontrado um bom clichê aqui e me envolvido de um modo gostoso com a história, infelizmente não posso fechar os olhos para as falhas que a narrativa teve em sua construção. Elle Kennedy e Sarina Bowen acertaram em cheio ao criar uma história de sensual e erótica entre dois homens, mas esqueceram de colocar aquela pitadinha de açúcar para transformá-la no romance que pretendiam.

“Você é o rei das más ideias”, ele lembra. “Pelo menos essa termina com nós dois felizes.”

Para quem busca uma história clichê, mas como ingredientes diferentes das narrativas “tradicionais”, Ele se apresenta com uma opção de leitura fluida e cativante que nos conquista logo nas primeiras páginas. Pode estar longe de ser o “romance perfeito”, mas ainda assim é o tipo que nos deixa com um sorriso bobo no final.

junho 24, 2018

Mais que Amigos por Lauren Layne

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.



ISBN: 9788584391073
Editora: Paralela
Ano de Lançamento: 2018
Número de páginas: 224
Classificação: Bom
Sinopse: Love Unexpectedly - Livro 01.
Será que vale a pena arriscar uma grande amizade em troca de um amor inesquecível? Aos vinte e dois anos, a jovem Parker Blanton leva a vida que sempre sonhou. Tem um namorado inteligente e responsável, um emprego promissor e a companhia de seu melhor amigo, Ben Olsen, com quem divide um lindo apartamento. Parker e Ben são tão grudados que muita gente duvida que eles morem sob o mesmo teto sem nunca ter vivido um caso, mas eles não se importam com o que as pessoas pensam. Sabem que não foram feitos um para o outro — pelo menos não para se envolver.  Por isso, quando um acontecimento inesperado faz com que Parker se veja sem namorado e com o coração partido, ela sabe que pode contar com Ben para ajudá-la a sacudir a poeira e partir para outra. Afinal, ninguém seria mais ideal do que seu melhor amigo para lhe mostrar os prazeres da vida de solteiro… certo? Mais que amigos é uma comédia romântica irresistível!

Acredito que basta uma rápida lida na sinopse de Mais que Amigos da autora Lauren Layne é previsível do começo ao fim. Ou seja, ele possui todos os clichês que tornam as comédias românticas envolventes e irresistíveis.

Parker e Ben se conheceram no primeiro ano de faculdade e logo se tornaram inseparáveis. A ligação dos dois é tão forte, que muita gente duvida que eles são apenas bons amigos. Na verdade, eles se orgulham de ao longo de todos esses anos de amizade, não terem caído no clichê da “amizade colorida”. Afinal, Parker é completamente apaixonada por Lance, seu namorado perfeito e Ben está feliz com a sua vida de solteirão invicto.

Porém, quanto Lance pede um tempo deixando Parker com o coração partido é no melhor amigo que ela se apoia. Mas, Parker não está disposta a ficar em casa chorando e lamentando o fim do se relacionamento. Ela quer sair, conhecer pessoas novas e aproveitar o seu novo status de solteira e ninguém melhor que Ben, para ajudá-la. Só que Parker, ao contrário de Ben não se sente confortável com relacionamentos casuais.

Por isso, contrariando a tudo aquilo que sempre negou Parker sugere a Ben que a amizade deles ganhe alguns tons mais coloridos, por assim dizer. Há princípio, Ben se sente relutante só que não demora muito para ele perceber que a ideia de um relacionamento casual entre ele e Parker não é uma ideia tão absurda assim.

Conseguirá a amizade entre os dois a mesma, depois que a atração sexual fizer parte dela? Parker e Ben podem acabar descobrindo que é fácil do que ambos imaginam uma amizade se transformar em algo mais forte.  Mas, será que eles estão preparados para lidar com essa descoberta?

Quando comecei a leitura de Mais que Amigos já sabia o que ia encontrar, porém não nego que uma parte de mim estava na expectativa que de alguma forma o primeiro livro da série, Love Unexpectedly fosse me surpreender. Infelizmente isso não aconteceu, mas apesar da narrativa de Lauren Layne seguir uma fórmula já conhecia, gostei bastante do que encontrei aqui. Mais que Amigos é uma leitura leve, do tipo que logo em suas primeiras páginas já nos envolve com sua trama divertida, sexy e açucarada.

Parker e Ben são bons personagens, embora essa blogueira que vos escreve se sinta no dever de admitir que alguns pontos na construção dos personagens tenha lhe causado um certo “desconforto”. Sim, Ane sendo a chata para variar.

O primeiro ponto que me incomodou foi o fato de todos os personagens aqui serem top models lindos e perfeitos. Isso em meu ponto de vista deixou a narrativa superficial, ainda mais quando tanto se vem falando e lutando pela quebra dos estereótipos de beleza que há anos a mídia vem pregando que é o correto. Eu sei que é só uma obra de ficção e que personagens com corpos maravilhosos são meio que item obrigatório para livros no gênero new adult, porém acredito que já passou da hora das autoras desse estilo quebrar um pouco esse mundinho perfeito e inserir “personagens reais “em suas obras.

Outro ponto é que Lauren Layne se esforce para que alguns situações pareçam descontraídas, no meu ponto de vista elas soaram machistas e bem desnecessárias. Em muitos momentos fiquei irritada com as atitudes de Ben, pois é simplesmente ridículo o fato dele jogar a responsabilidade da organização e limpeza do apartamento com que divide com Parker em cima dela. Eu ficava tipo: “Sério que você não tem a capacidade de lavar suas próprias cuecas?”. E sim, eu sei que isso é uma obra de ficção, mas a mensagem que passa é tão errada que infelizmente fica bem difícil não se incomodar com ela.

Porém mesmo com esses pontos negativos que citei, Lauren Layne consegue apresentar uma narrativa que em nenhum momento parece forçada. A química que ela criou entre Parker e Ben é incrível, tanto que é praticamente impossível não esperar e torcer por um final diferente para a história.

Gostei como a narrativa foi estruturada, com o capítulos intercalando os pontos de vista de ambos os protagonista, pois isso sempre acaba nos aproximando mais dos personagens e de suas emoções. Mas, não sei se foi impressão minha só que algumas vezes tive a sensação que a narrativa sofria um corte. Como se autora tivesse no meio de uma ideia e do nada resolveu não seguir em frente com ela. E independente de sua previsibilidade, Mais que Amigos foi uma leitura gostosa e despretensiosa.

“Porque me apaixonei por uma garota incrível no primeiro ano de faculdade. Só que não sabia o que era isso, então fiz a única coisa que podia para ficar perto dela: virei seu amigo. Seu melhor amigo (...).”

Como fã de clichês bem construídos, gostei do que encontrei em Mais que Amigos,  especialmente porque a história funcionou como um ótimo antídoto para minha ressaca literária, além de claro ter deixando um sorriso bobo em meu rosto.

agosto 07, 2017

As Cores do Amor por Camila Moreira

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
•  ISBN: 9788528621785
•  Editora: Paralela
•  Ano de Lançamento: 2017
•  Número de páginas: 350
•  Classificação: Bom
Sinopse: O que define uma pessoa? O dinheiro? O sobrenome? A cor da pele? Filho único de um barão da soja, Henrique Montolvani foi criado para assumir o lugar do pai e se tornar um dos homens mais poderosos da região. No entanto, o jovem se tornou um cafajeste aos olhos das mulheres, um cara egocêntrico segundo os amigos e um projeto que deu errado na concepção do pai. Quando o destino coloca Sílvia em seu caminho, uma jovem decidida e cheia de personalidade, Henrique reavaliará todas as suas escolhas. O amor que ele sente por Sílvia o fará enfrentar o pai e transformará sua vida de uma maneira que ele nunca pensou que fosse possível. Um sentimento capaz de provar que nada pode definir uma pessoa, a não ser o que ela traz no coração.

Confesso que ao começar a leitura de As Cores do Amor da autora Camila Moreira, esperava encontrar um típico romance clichê com aquela dose certa de drama, mas que ao final consegue deixar o nosso coração mais quentinho. Em partes a história conseguiu suprir minhas expectativas, porém alguns pontos no desenvolvimento da narrativa me ”incomodaram” um pouco.

Filho único de um dos homens mais poderosos da região, Henrique Montolvani desde criança foi criado para assumir o lugar do pai, Enzo. Porém, o barão da soja nunca foi um homem fácil de agradar. Conforme crescia Henrique foi se afastando cada vez mais do pai e dos planos que Enzo tinha para ele. Para o poderoso Enzo Montolvani, o filho foi um projeto que deu errado, já o jovem passou a não se importar com imagem de cafajeste e egocêntrico que passa para todos, incluindo os amigos mais próximos.

Quando Henrique e Sílvia se conhecem em uma festa de casamento, a atração que sente um pelo outro é instantânea. Sílvia ao contrário de Henrique, nunca teve uma vida “fácil” e desde muito jovem precisou a aprender a lidar com o preconceito e a fazer sacrifícios para sobreviver. Sílvia sabe que se envolver com Henrique pode ser um erro, em especial levando em conta a fama e algumas atitudes do rapaz. Porém, é parece que um ímã que a puxa para os braços do rapaz.

O relacionamento de Sílvia e Henrique está longe de ser um mar de rosa. Afinal, Enzo jamais vai aceitar que o filho se envolva com uma negra e ele está disposto a fazer de tudo para separar o casal. Mas o que sente por Sílvia é tão forte que Henrique finalmente encontra forças para enfrentar o pai e tomar as rédeas da própria vida. Os obstáculos nessa relação são enormes, mas nenhum dos dois pretende abrir mão do amor que sente tão facilmente. Mas, será que esse sentimento será forte o suficiente para sobreviver a tantas provas?

Esse foi meu primeiro contato com a escrita da Camila Moreira, e como comentei logo no começo da resenha gostei de alguns pontos que a autora abordou na narrativa, mas em alguns momentos senti que a autora “forçava” um pouco a barra.  Algumas situações descritas me soaram muito exageradas, além do fato que em nenhum momento senti que o casal protagonista tinha química.

Em diversas situações fiquei irritada com as atitudes do Henrique e apesar dele ter se redimido durante o desenvolvimento da história, eu já tinha pegado birra, e não consegui sentir aquela empatia pelo personagem. Já a Sílvia me pareceu uma personagem "caricata" e todo o drama construído em volta do relacionamento deles fez com que a narrativa me remetesse as novelas mexicanas e as séries turcas que são transmitidas pela Band que a minha mãe assiste.

Sem sombra de duvidas, As Cores do Amor se destaca por  abordar o preconceito racial na narrativa, e acredito que precisamos cada vez mais de livros que tragam temas como esse. Mas até esse detalhes que tinha tudo para ser o ponto mais alto da trama, acabou ser "perdendo". O problema aqui, pelo menos no meu ponto de vista foi o “exagero” como tudo acontece.  E sim, eu sei que em muitos lugares do Brasil e no mundo há pessoas que ainda vivem e pensam igual à Idade Média, mas ainda sim o excesso de clichês e de drama me incomodaram durante a leitura.

Não nego que senti um desprezo enorme pelo Enzo e em minha opinião a autora acertou em cheio, ao criar  um “vilão” detestável.  As atitudes mesquinhas de Enzo conseguiram me deixar enjoada e extremamente furiosa, mas essas foram às únicas emoções que a história despertou em mim, - infelizmente.  Já os demais personagens embora não tenham uma participação tão expressiva, conseguem contrabalancear os momentos mais dramáticos, dando leveza para a narrativa. Gostei bastante do Lucas e da Pietra e fiquei bem curiosa para conhecer a história deles.

Em suma As Cores do Amor foi uma leitura cheia de altos e baixos, que embora siga a mesma fórmula já conhecida pecou ao não apresentar nada de novo e ainda pecar pelo excesso em diversas ocasiões. Foi uma boa leitura, porém eu realmente esperava um pouco mais.

“Podemos passar a vida inteira ao lado de uma pessoa sem amá-la de verdade. Da mesma forma, podemos viver poucos momentos e descobrir que eles foram suficientes para mudar nossa vida para sempre."

Apesar de não corresponder totalmente as minhas expectativas, As Cores do Amor é um livro que indico para quem está em busca de um romance com toque hot, e que ao mesmo tempo traz para narrativa, elementos atuais e a discussão sobre um tema importante. Queria ter me envolvido mais com a história e seus personagens, mas não foi dessa vez.

julho 03, 2017

A Conquista por Elle Kennedy

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788584390663
Editora: Paralela
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 296
Classificação: Ótimo
Sinopse: Amores Improváveis – Livro 04.
De todos os jogadores do time de Hóquei da universidade de Briar, John Tucker se destaca por ser o mais sensato, gentil e amável. Diferente de seus amigos mulherengos, ele sonha mesmo é com uma vida tranquila- esposa, filhos e, quem sabe um dia, abrir um negócio próprio. Mas nem mesmo o cara mais calmo do mundo estaria preparado para o turbilhão de emoções que ele está prestes a enfrentar. Sabrina James é a pessoa mais ambiciosa, dedicada e batalhadora do campus. Seu jeito sério e objetivo é interpretado por muitos como frieza, mas ela não está nem aí para sua fama de antipática. Tudo o que ela quer é passar em Harvard, tirar ótimas notas e conquistar a tão sonhada carreira como advogada. Só assim ela conseguirá escapar de seu passado difícil e de sua família terrível. Um acontecimento inesperado vai desses jovens de cabeça para baixo. Tucker e Sabrina vão precisar se unir e rever seus planos para o futuro. Juntos, eles aprenderão que a vida é cheia de surpresas, e que o amor é a maior conquista de todas.

Sempre sinto aquele misto de felicidade e tristeza quando uma série que acompanho chega ao fim. E é justamente essa foi a sensação que tive ao ler as últimas frases de A Conquista, quarto livro da série Amores Improváveis da autora Elle Kennedy. Ao mesmo tempo em que tinha um sorriso bobo no rosto, uma parte de mim estava triste por me despedir de personagens que ao longo de quatro livros conquistaram um lugarzinho especial em meu coração.

Sabrina James já se acostumou a ser taxada de bruxa do campus da Universidade de Briar. Em especial por que Dean Di Laurentis fez questão de espalhar para quem quisesse ouvir que ela é uma pessoa fria e calculista. Só quem conhece Sabrina de verdade, sabe que por debaixo de sua aparente “antipatia” e de sua personalidade ambiciosa, a vida da jovem não é nada fácil. Ao contrário de muitos dos seus colegas, Sabrina sempre precisou batalhar muito para chegar aonde chegou.

Sabrina não tem tempo para relacionamentos, à verdade é que apesar de curtir uma noite ou outra de sexo casual, ela não quer as complicações que um namoro pode trazer. Tudo o que ela mais deseja é se formar em Havard e deixar seu passado sombrio para trás. Só que depois de uma noite com John Tucker, ela se vê encantada com o jeito carinhoso e gentil do jogador de hóquei. O mesmo acontece com Tucker, que percebe que apesar da fachada de durona Sabrina é doce e frágil.

Tucker se apaixona perdidamente por Sabrina e por mais que ela tente manter o rapaz afastado, com o tempo à atração que um sente por ele acaba falando mais alto. Eles então começam um relacionamento que está praticamente fadado a terminar, deixando ambos com o coração partido após a formatura. Afinal ela vai continuar em Boston enquanto Tucker voltará para sua cidade natal no Texas. Mas o destino tinha outros planos, e o que começou com uma noite de sexo casual transformará a vida deles para sempre.

Talvez soe "exagerado" de minha parte dizer que Elle Kennedy deixou o melhor para o final. Porém quando penso no desenvolvimento de toda a série é exatamente essa a impressão que tenho. A Conquista, além de trazer uma visível evolução da escrita da autora nos apresenta também uma história mais sensível e madura quando comparada aos livros anteriores. E grande parte disso se dá por conta de seus protagonistas.

Sabrina é aquele tipo de pessoa que nunca conheceu o amor em seu meio familiar e que cresceu decidida a mudar sua história e principalmente a fugir do seu passado. Não que ela tenha “vergonha” de suas origens, ao contrário, Sabrina se orgulha de conquistar as coisas com o suor de seu trabalho e claro, seu intelecto. Só que ela não gosta que as pessoas sintam pena dela e por isso faz de tudo para que os outros não descubram de onde ela vem.

E mesmo que Tucker não tenha tanto dinheiro como seus amigos de república, ele cresceu com certo conforto e principalmente com todo o amor que faltou na vida de Sabrina. É muito bonito ver como a relação deles vai sendo construída e causando mudanças e transformações profundas nos dois, apesar de todos os obstáculos que enfrentam.  E mesmo o Dean () sendo o meu amorzinho, não nego que com seu jeito carinhoso e dedicado o Tucker me conquistou também.

Em A Conquista temos uma narrativa que nos encanta e nos emociona de uma forma muito leve e fluida. Elle Kennedy nos presenteia com uma história cheia de imprevistos e surpresas, mostrando o quanto os elos de amor e amizade são importantes em nossas vidas. Sorri e chorei ao acompanhar a trajetória de Sabrina e Tucker e torci a cada capítulo para que em meio a todas as dificuldades, eles tivessem seu final feliz.

Confesso que quando li o primeiro livro da série,  O Acordo não imaginava que ai acabar me apegando tanto aos seus personagens e suas histórias. Terminei a leitura de A Conquista, com o coração quentinho e já morrendo de saudades de Hannah e Garret, Grace e Logan, Allie e Dean, Sabrina e Tucker.  Mal posso esperar pelas próximas histórias da Elle Kennedy, por que assim como seus personagens, ela também tem um lugar especial no coração dessa leitora aqui ().

“Somos iguais. E seu passado, com quem mora, de onde veio, isso não importa. Você está criando seu próprio futuro, e quero ver onde a estrada via te levar.”

A série Amores Improváveis pode até ser clichê. Mas é aquele clichê irresistível que aos poucos nos conquista e nos deixando completamente apaixonados por suas histórias em personagens. Com uma narrativa envolvente e um romance super gracinha, sem sombra de duvidas A Conquista fechou com chave de ouro a série ().

Veja Também:

maio 02, 2017

O Jogo por Elle Kennedy

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788584390571
Editora: Paralela
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 343
Classificação: Muito Bom
Sinopse: Amores Improváveis – Livro 03.
Talentoso, inteligente e festeiro, Dean Di Laurentis sempre consegue o que quer. Sexo, notas altas, sexo, reconhecimento, sexo… É sem dúvida um galanteador de primeira, e ainda está para encontrar uma mulher imune ao seu charme descontraído e seu jeito alegre de encarar a vida. Isto é, até ele se envolver com Allie Hayes. Em uma única noite, essa jovem atriz cheia de personalidade virou o mundo de Dean de cabeça para baixo. E agora ela quer que eles sejam apenas amigos? Dean adora um desafio, e não vai medir esforços para convencer essa mulher tão linda quanto teimosa de que uma vez não é suficiente. Mas o que começa como um simples jogo de sedução logo se torna a experiência mais incrível e surpreendente de sua vida. Afinal, quem disse que sexo, amizade e amor não podem andar de mãos dadas?

Acredito que não é segredo para ninguém que a série Amores Improváveis tem um lugarzinho especial em meu coração. Adoro narrativas despretensiosas com aquele toque clichê em que mesmo eu já imaginando como tudo vai terminar, o autor consegue me surpreender no meio do caminho. E as histórias da autora Elle Kennedy são assim. Por esse motivo, não nego que comecei a leitura de O Jogo, terceiro livro da série  com um medo de me decepcionar, porém bastaram poucos capítulos para que essa que vos escreve ficar mais uma vez completamente envolvida  com a história.

A vida de Dean Di Laurentis é perfeita. Inteligente, bonito e rico ele se orgulha de sempre conseguir o que quer. Além disso, Dean nunca precisou se esforçar para conseguir companhia por uma noite. Afinal o talentoso jogador do time de hóquei da Universidade de Briar possui um invejável fã-clube. Dean tem boas razões para acreditar que nenhuma mulher é imune ao seu charme, até que ele conhecer Allie Hayes.

Depois da noite ardente que passam juntos, Dean simplesmente não consegue tirar a jovem atriz de sua mente. Só que ao contrário das outras garotas do campus que caem aos pés de Dean, Allie não quer nada com ele. Só que Dean não é do tipo que desisti assim tão facilmente quando quer uma coisa, e ele está disposto a jogar pesado para ter Allie em sua cama novamente. Porém o que começa como um simples jogo de sedução logo torna algo mais forte.

Allie acaba se surpreendendo com a personalidade doce de Dean, percebendo que ele é uma pessoa bem diferente daquela que demonstra ser. Já Dean que nunca passou mais que uma noite com a mesma garota, se vê cada dia mais envolvido e encantado com a personalidade alegre e cativante de Allie. Juntos eles descobrem que amizade, romance e sexo cabem na mesma equação.  Só que como nem tudo são flores na vida, algumas coisas às vezes inevitavelmente acabam dando errado.

Elle Kennedy apresenta em O Jogo uma história gostosa de acompanhar e não apenas pelo romance em si. O Jogo possui uma narrativa balanceada em que a autora soube trabalhar bem  os momentos divertidos com situações um pouco mais dramáticas. Além disso, Elle Kennedy abordou mesmo que nas entrelinhas alguns temas atuais especialmente, a forma como a mulher muitas vezes erroneamente se vê e é vista pela sociedade.

O relacionamento de Dean e Allie começa em uma noite de sexo casual e antes de se tornar algo mais “sério”, é somente a tal amizade colorida com “benefícios”.  E é visível que enquanto Dean leva a situação numa boa, Allie se preocupa com que os outros vão pensar dela, incluindo o seu ex-namorado.  E apesar desse dilema da personagem ser um ponto importante na narrativa, confesso em algumas situações as atitudes e “paranoias” da Allie me incomodaram um pouco. Tipo eu entendo que ela tinha medo de ser vista com o Dean por causa da reputação dele, mas às vezes sentia que ela “exagerava” um pouco em relação a isso.

Já o Dean () é um personagem que gosto desde o primeiro livro. Ok! Eu gosto de todos os rapazes, mas eu sentia que o Dean era muito mais do que demonstrava ser. E tudo bem que em muitos momentos ele é o cumulo da autoconfiança aka convencido. Só que quando Dean abaixa a guarda e deixa suas boas qualidades transparecerem, ele se tonar uma pessoa tão, mais tão encantadora que é impossível não se apaixonar por ele.

Gostei muito do modo com narrativa não foi totalmente centralizada em Dean e Allie como casal. A autora trabalhou individualmente os protagonistas ao mesmo tempo em que inseriu novos personagens secundários, que foram importantes para o desenvolvimento da história com um todo. Adorei rever o Garret e a Hannah, sem falar que dei muita risada com o Logan. Porém são os momentos que Dean passa longe do campus da Universidade que mais revelam a verdadeira personalidade dele.  E fiquei muito feliz por a Elle Kennedy não ter me decepcionado aqui, por que o Dean é muito melhor do que eu imaginei que ele seria.

Em O Jogo, Elle Kennedy apostou em uma história madura e mais próxima da realidade.  Claro que o clichê está presente, só que é perceptível que o relacionamento de Dean e Allie é mais do que somente o “fogo da paixão”, mesmo que tenha começado por esse motivo. Existe entre eles uma ternura, um afeto e respeito genuínos. Aquele companheirismo que torna mais “fácil” superar os obstáculos que a vida muitas vezes coloca em nosso caminho. E acredito que justamente por esse motivo é que O Jogo se tornou o meu livro queridinho da série até o momento ().

"Achei que você tinha dito que não queria dançar salsa. E Dean Di Laurentis só faz o que quer, lembra?" Ele dá de ombros. "Tô fazendo o que quero." Ergo as sobrancelhas, esperando sua explicação. "Tô fazendo você feliz."

Com uma narrativa leve e personagens bem construídos, O Jogo possui todos os ingredientes necessários para ser um clichê envolvente e inesquecível. Você vai se divertir e ao mesmo tempo ficar de coração partido com a história de Dean e Allie. E vai por mim, eles são incríveis juntos!

Veja Também:

abril 06, 2017

O Perfume da Folha de Chá por Dinah Jefferies

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788584390465
Editora: Paralela
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 432
Classificação: Muito Bom
Sinopse: Em 1925, a jovem Gwendolyn Hooper parte de navio da Escócia para se encontrar com seu marido, Laurence, no exótico Ceilão, do outro lado do mundo. Recém-casados e apaixonados, eles são a definição do casal aristocrático perfeito: a bela dama britânica e o proprietário de uma das fazendas de chás mais prósperas do império. Mas ao chegar à mansão na paradisíaca propriedade Hooper, nada é como Gwendolyn imaginava: os funcionários parecem rancorosos e calados, e os vizinhos, traiçoeiros. Seu marido, apesar de afetuoso, demonstra guardar segredos sombrios do passado e recusa-se a conversar sobre certos assuntos. Ao descobrir que está grávida, a jovem sente-se feliz pela primeira vez desde que chegou ao Ceilão. Mas, no dia de dar à luz, algo inesperado se revela. Agora, é ela quem se vê obrigada a manter em sigilo algo terrível, sob o preço de ver sua família desfeita.

Não sei quanto a vocês, mas às vezes só de ler a sinopse de um livro me sinto conectada com a história. E foi exatamente assim que me senti logo no meu primeiro contato com O Perfume da Folha de Chá da autora Dinah Jefferies. Seja pelo fato da narrativa se passar em um lugar exótico ou por possuir pequenos mistérios, algo me dizia que essa seria uma leitura no mínimo interessante. E para a felicidade dessa blogueira que vos escreve, a intuição dela está certa.

Ao chegar ao exótico e distante Ceilão para se encontrar com marido, a jovem Gwendolyn Hooper acredita que assim como nos contos de fadas, “viverá feliz para sempre”. Afinal eles são o retrato perfeito do que a sociedade espera de um casal feliz. Ela a jovem e recatada dama inglesa e Laurence o proprietário de uma fazenda que além de paradisíaca é uma das mais prosperas do império britânico. Porém o dia-a-dia acaba revelando uma realidade uma pouco diferente das fantasias românticas de Gwen.

Logo que chega ao seu novo lar Gwen começa a perceber que apesar da beleza do local os empregados não parecem muito felizes em trabalhar na fazenda e que a vizinhança não é nem um pouco confiável também.  Mas esses são “problemas” com os quais ela sabe que pode lidar de uma forma ou de outra. O que deixa Gwen, mais intrigada é a mudança no comportamento de Laurence, pois embora ele continue a ser o homem apaixonado com que ela casou, é perceptível que o marido esconde algo dela.

Enquanto Gwen tenta se adaptar a um mundo totalmente diferente daquele em que foi criada, ela precisa também aprender a lidar com as mudanças repentinas de humor de Laurence. Conforme o tempo passa e as pequenas dificuldades no relacionamento dos dois são vencidas, o destino resolve pregar uma peça em Gwen. Ela então terá que decidir entre uma verdade que pode acabar de vez com todos os seus sonhos, ou viver para sempre com a sombra de uma mentira.

Dinah Jefferies criou um enredo consistente e repleto de detalhes que leva o leitor a se sentir realmente dentro da história. E o melhor de tudo isso é que em nenhum momento a narrativa se torna cansativa, já que são justamente esses pequenos detalhes que deixam a trama mais rica e delicada. Outro ponto que me agradou bastante durante a leitura, foi perceber o cuidado com que a autora construiu os personagens. Eles são tão “humanos”, tão cheios de defeitos e qualidades que isso deu a história  um toque ainda mais cativante.

O relacionamento entre Gwen e Laurence é retratado de uma forma muito verdadeira. Em momento algum a autora “floreou” o romance entre eles, e talvez por esse motivo seja que a história dos dois seja tão dolorosa e bonita. Os personagens secundários também desempenham um papel importante na composição do enredo. Confesso que ao longo dos capítulos desenvolvi uma birra enorme por alguns personagens, enquanto por outros meus sentimentos foram bem “bipolares”. Tipo, em um momento o Laurence me conquistava sendo super fofo e no outro ele colocava tudo a perder com atitudes mais rudes.

Só que o grande diferencial de O Perfume da Folha de Chá é o modo como a autora trabalhou questões mais sérias e delicadas. O livro se passa na metade dos anos vinte e começo dos anos trinta, época em o Ceilão, atualmente conhecido como Sri Lanka ainda era colônia do império britânico. Com muita sutileza Dinah Jefferies abordou o preconceito inter-racial e condições precárias de trabalho, algo que infelizmente ainda acontece em muitos lugares do mundo.

O único ponto que me “desapontou” um pouco foi o final. Tipo depois de tanto sofrimento, tantos segredos eu esperava algo menos #heartbreak. Eu li e reli pensando: “Por que ser tão má e cruel Dinah Jefferies? Qual é a necessidade disso...”. Mas a autora foi fiel ao seu propósito de escrever uma história que fosse a mais próxima possível da realidade, que infelizmente às vezes é cruel (...).

“Um único sentimento a dominava, o amor, que parecia de alguma forma ter se condensado naquele instante perfeito.”

O Perfume da Folha de Chá é uma daquelas histórias que nos lembra do peso que as escolhas tem não somente em nossas vidas, mas na vida de quem amamos. É sobre o poder libertador da verdade. E principalmente, sua história reforça o fato que por mais difícil que uma situação pareça, ou por mais obstáculos que a vida coloque em nosso caminho, o amor faz com que tudo valha a pena.  

novembro 28, 2016

O Erro por Elle Kennedy

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788584390410
Editora: Paralela
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 279
Classificação: Muito Bom
Sinopse: Amores Improváveis – Livro 02.
Logan parece viver uma vida de sonhos. Com um talento incrível para jogar hóquei e um charme inato para conquistar mulheres, ele é uma das maiores estrelas da universidade de Briar. Mas por trás do característico sorriso maroto, ele esconde duas grandes angústias – a primeira, estar apaixonado pela namorada de seu melhor amigo. A segunda, saber que sua vida, após a formatura, se tornará um beco sem saída. Um dia, por acaso, ele conhece Grace, uma garota tão encantadora quanto intrigante. Tudo nela parece ser original e deliciosamente contraditório – tímida, mas ao mesmo tempo vibrante. Doce, mas ao mesmo tempo forte e confiante. A cada encontro, Logan se vê mais e mais envolvido. Mas um grande erro colocará o relacionamento desses dois jovens em risco. Agora, Logan terá que se esforçar para reconquistar Grace – nem que para isso ele precise amadurecer e encarar de frente as suas questões mais profundas e doloridas.

Tem autores que conseguem nos cativar de tal modo com a sua escrita, que mal acabamos um livro e já queremos ler o próximo. Foi exatamente assim que me senti quando terminei a leitura de O Acordo e agora ao finalizar O Erro segundo livro da série Amores Improváveis da autora Elle Kennedy. Como uma narrativa leve e clichê, essa é uma daquelas histórias que aquece o nosso coração e nos deixa um sorriso tipicamente bobo no rosto.

A primeira impressão que se tem ao olhar para John Logan é que ele leva uma vida invejável. O astro do time de hóquei da Universidade de Briar e um famoso arrasa corações desavisados. Porém por traz dessa fachada Logan esconde dois segredos terríveis. O primeiro é o fato de estar apaixonado pela namorada do seu melhor amigo e o segundo é que sua vida de sonhos está acabando e logo vai se tornar um pesadelo. Mas enquanto a formatura não chega ele está disposto a aproveitar os dias de paz que lhe restam e é justamente em um dia desses qualquer que Logan conhece Grace.

Grace é totalmente diferente nas garotas com quem Logan costuma se relacionar. E apesar de todos os seus instintos gritarem para que ele se afaste dela o mais rápido possível, a cada novo encontro mais envolvido Logan fica. Tudo parecia ir bem, até que em uma noite fatídica ele coloca tudo a perder. Logan sabe que errou e Grace não está muito disposta a perdoa-lo tão facilmente. Agora Logan terá que provar que está arrependido e principalmente que seus sentimentos são sinceros se quiser reconquistar Grace. E nesse processo talvez ele tenha que expor suas cicatrizes em enfrentar seu futuro sombrio antes do planejado.

Sempre digo que o que faz uma história ser completa não é a quantidade de páginas do livro, e sim a forma como o autor desenvolve sua história. Em O Erro, Elle Kennedy soube construir um enredo que tem um pouco de tudo. Temos um romance cheio de sensualidade, dramas pessoais e momentos engraçados. E talvez por ser uma trama tão comum, o tipo de coisa que pode acontece com qualquer um é que me vi tão envolvida com a história.

Confesso que o Logan tinha chamado a minha atenção desde o livro o anterior, por esse motivo não nego que estava bem curiosa em conhecer a história dele ().  E posso dizer com toda certeza que ela partiu meu coração. Elle Kennedy nos apresenta aqui um personagem forte e embora a sua personalidade possa passar uma certa “superficialidade” é na verdade de uma nobreza incrível. Em muitos momentos me identifiquei com a situação pela qual o Logan passa, e nessas ocasiões foi difícil conter minhas lágrimas. Por que tipo, - eu já passei por isso (...).

Gostei da Grace também, e mesmo adorando o Logan me divertir bastante com a forma como ela o fez correr trás do prejuízo. A única coisa que me incomodou um pouco no começo é a forma como a Grace se deixava levar pela melhor amiga. Porém, reconheço que independente do meu “desamor” pela Ramona, ela foi importante no contexto geral da trama.

O que mais gosto na narrativa da Ellen é o fato dela ser bem direta.  Nada fica subentendido e a autora consegue trabalhar bem com todas as emoções e contradições dos personagens sem que a história perca o ritmo ou fique cansativa. Adorei rever a Hannah e o Garret, e já estou morrendo de curiosidade para conhecer a história do Dean (). Por que esse é mais um dos motivos que torna os livros da série Amores Improváveis tão gracinhas. A autora dá espaço para os personagens secundários criando tramas paralelas que nos fazem sentir que somos parte daquilo que estamos lendo, e com isso nos apegando cada vez mais aos seus personagens.

A primeira vista O Erro parece ser mais uma daquelas histórias que já vimos em vários livros. E sim ele é bem previsível em determinados pontos, porém é o modo como a autora encaixa as peças que torna sua história especial. Não é nada fast ou simples demais. Muito pelo contrário no decorrer dos capítulos você consegue ver o amadurecimento dos personagens e do seu relacionamento.  Só achei o final corrido, mas o epilogo até que “compensa”  isso. Mas não nego que teria gostado se a Ellen tivesse alongado um pouco mais ele.

“Os próximos anos provavelmente vão ser como se eu estivesse vagando num túnel escuro, mas no fim dele existe uma luz. Enquanto você estiver comigo, vai existir uma luz dentro dele também. Sem você, seria só escuridão.”

O Erro é aquele livro que vai fazer você se arrepender de ter lido rápido demais. Porém uma vez que você pega ele para ler, dificilmente vai conseguir largar antes das páginas finais.  Para quem está procurando uma nova série para chamar de sua a minha dica é, - comece a ler Amores Improváveis agora! Clichê do jeito que amamos e completamente irresistível.

Veja Também:
O Acordo

maio 16, 2016

O Acordo por Elle Kennedy

| Arquivado em: RESENHAS.

*Este livro foi recebido como
prova antecipada para resenha.
ISBN: 9788584390274
Editora: Paralela
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 360
Classificação: Muito Bom
Sinopse: Amores Improváveis – Livro 01.Hannah Wells finalmente encontrou alguém que a interessasse. Mas, embora seja autoconfiante em vários outros aspectos da vida, carrega nas costas uma bagagem e tanto quando o assunto é sexo e sedução. Não vai ter jeito: ela vai ter que sair da zona de conforto Mesmo que isso signifique dar aulas particulares para o infantil, irritante e convencido capitão do time de hóquei, em troca de um encontro de mentirinha. Tudo o que Garrett Graham quer é se formar para poder jogar hóquei profissional. Mas suas notas cada vez mais baixas estão ameaçando arruinar tudo aquilo pelo qual tanto se dedicou. Se ajudar uma garota linda e sarcástica a fazer ciúmes em outro cara puder garantir sua vaga no time, ele topa. Mas o que era apenas uma troca de favores entre dois opostos acaba se tornando uma amizade inesperada. Até que um beijo faz com que Hannah e Garret precisem repensar os termos de seu acordo.

Tem momentos em nossa vida de leitor que tudo o que queremos é uma leitura leve, daquelas que aqueça nosso coração e ainda deixe um sorriso bobo em nosso rosto. O Acordo de Elle Kennedy é bem esse tipo de leitura. Clichê do começo ao fim, mas nem por isso menos envolvente e apaixonante.

Hannah Wells está completamente caidinha por Justin, um lindo rapaz do time de futebol da faculdade. Porém Justin, nem sabe que ela existe e Hannah é insegura demais em assuntos referentes ao coração para se aproximar do moço. Mas a “solução” para os seus problemas está prestes a surgir de uma forma um tanto inusitada. Desesperado para recuperar sua média e não ser afastado do time de hóquei do qual é capitão, o convencido e irritante Garrett Graham propõem a Hannah um acordo. Ela o ajuda a melhorar suas notas e em troca Garrett a leva para um encontro de mentirinha, que tem como único propósito fazer com que Justin finalmente note a existência dela.

Porém o que começa com uma simples troca de favores, e de fardas por assim dizer logo se torna uma amizade daquelas inimagináveis. Afinal é só olhar para Hannah e Garrett para perceber que eles não têm nada em comum, não é mesmo? Só que onde há fumaça, há fogo e um beijo nada inocente, pode provar aos dois que eles são mais compatíveis do que eles pensam ser.

Se você está pensando: “Já li isso antes”, não está enganado. O Acordo é aquele típico livro que você começa sabendo como vai terminar, e que durante a leitura vai te levar a relembrar inúmeras histórias “parecidas”.  Mas isso não faz com que sua narrativa seja menos agradável. Na verdade acredito que o que torna o livro da Elle Kennedy, tão gostoso de ler é justamente a sua previsibilidade.

O relacionamento de Hannah e Garrett começar da forma menos “tradicional” possível e no melhor estilo cão e gato, ou melhor, dizendo gata. É tudo tão “sessão da tarde” que é impossível você não se divertir com as discussões bobas dos dois, até por que você sabe muito bem como elas vão terminar. Além disso, Elle Kennedy construiu uma trama em que os personagens se revelam aos poucos e com isso vamos conhecendo eles, ao mesmo tempo em que Hannah e Garrett  se conhecem melhor.

Ambos possuem um passado cheio de dor e péssimas lembranças, e ver o modo como que cada um revela isso ao outro é lindo. Só que não vou negar que em muitos momentos achei as atitudes tanto da Hannah como de Garrett extremamente infantis, principalmente no começo do livro. Garrett é tão convencido e cheio de si, que chega a dar nos nervos. Já a Hannah parece ser aquela típica “menininha boba”, apaixonada por um príncipe. Só que conforme a leitura avança vamos percebendo que eles não nada disso, mas admito que no começo  as “birrinhas” deles são bem irritantes.

Outro ponto interessante do enredo é a forma como  a autora trabalhou os personagens secundários e equilibrou a narrativa. Elle Kennedy soube apresentar uma trama cheia de sensualidade, com momentos divertidos e assuntos sérios sem nunca deixar a narrativa perder o ritmo ou se tornar monótona.  E isso faz como que O Acordo, apesar de parecer meio que o mais do mesmo que já estamos acostumados a ler por ai, seja um livro único daqueles que conquista nosso coração, antes mesmo da gente se dar conta disso.

“ – Parabéns, você é mesmo um psicopata.
– Não, só sou meticuloso. Gosto de conhecer meu adversário.”

Perfeito para quem busca histórias leves com um toque de romance avassalador e drama, O Acordo é uma leitura rápida que mesmo sendo previsível é viciante. Dificilmente você vai pensar em fazer outra coisa depois de começar a ler esse livro.  Recomendo!

*O Acordo é o primeiro livro da série e chega as livrarias no dia 25 de maio.

março 03, 2016

Gigantes por Pedro Henrique Neschling

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788584390120
Editora: Paralela
Ano de Lançamento: 2015
Número de páginas: 232
Classificação: Bom
Sinopse: Tudo começa numa festa de formatura de ensino médio. Cinco amigos comemoram juntos o tão aguardado fim da vida escolar. Apesar de bem diferentes entre si, têm algo em comum: enxergam o futuro como um mar de possibilidades a ser descoberto e explorado. Sonham em ser gigantes, tão grandes quanto suas ambições. Mas para nenhum deles o futuro será conforme o previsto. À medida que os anos passam, os jovens deparam com as complexidades trazidas pelo chamado da vida adulta. Desilusões amorosas, questões familiares, conflitos na carreira, dúvidas e mais dúvidas… É inevitável: ao chegar perto dos trinta, todos nos tornamos um pouco mais desencantados e - por que não? - sábios. Mas e os sonhos da juventude, onde vão parar?

Q
uem não tem uma história inesquecível dos tempos de escola ou aquela amizade que com o passar dos anos ficou ainda mais forte? Ao começar a leitura de Gigantes do autor Pedro Henrique Neschling, esperava encontrar uma história leve, divertida e emocionante, no melhor estilo Sessão da Tarde. Porém, apesar de uma narrativa bem construída, e que em certos momentos me deixou com uma deliciosa sensação de nostalgia, ao final senti que ficou faltando alguma coisa.

A formatura do ensino médio é um marco na vida de todo adolescente.  O mundo se apresenta com um mar de possibilidades e de sonhos a realizar. E Fernando, Duda, Camila, Zidane e Lipe estão ansiosos para começar essa nova etapa de suas vidas. Durante a festa de formatura esses cinco amigos tão diferentes entre si, compartilham o sentimento de liberdade e a certeza que o futuro será repleto de conquistas. Conforme o tempo passa cada um deles percebe que junto com a vida adulta chegam também as responsabilidades, as primeiras decepções e a inevitável  verdade, que a vida é um pouco mais "complicada" do que eles imaginavam.

Duda tem sua cota de desilusões e se fecha para o amor. Fernando se forma na profissão de seus sonhos, mas descobre que no mundo que escolheu viver nem tudo é fama e glamour. Lipe passa uma vida em busca de aceitação. Camila tenta encontrar o seu lugar no mundo, mesmo não sabendo direito o que fará quando chegar lá. Já Zidane insiste em não crescer, e se mantém firme até quando tudo dá errado, aos seus sonhos de adolescência.

Cinco amigos que seguiram em direções diferentes e que em determinados momentos do trajeto acabam se reencontrando, compartilhando suas perdas e conquistas. Afinal independente, das escolhas que feitas e da distancia que elas impõem, - alguns laços são para sempre.

Gigantes possui uma narrativa franca, onde o autor Pedro Henrique Neschling mostra de uma forma bem direta todos os altos e baixos pelos quais os protagonistas passam até chegarem à vida adulta. Gostei muito do fato do autor não “romantizar” a história.  Ao contrário, ele criou um enredo que mostra a vida com ela é, onde experiências ruins podem nos destruir por dentro, ou nos fazer mudar de ideia jogando para o alto tudo em busca de um novo começo.

Porém, os que assim como eu são fãs de um enredo bem trabalhado vão sentir falta de uma narrativa com mais detalhes e principalmente, de criar uma conexão com os personagens. É perceptível que a intenção do autor era mesmo de escrever uma trama despretensiosa, mas ausência de informações me deixou com a impressão que alguns fatos ficavam suspensos no ar e que tudo acontecia meio que rápido demais. 

Outro ponto que a principio me causou certa estranheza, mas que ao final se tornou um dos grandes diferenciais na leitura são as passagens de tempo. Aqui embora elas não sejam definidas com datas, as mesmas foram bem representadas por referencias a filmes, músicas e eventos da época.  A cada capitulo conforme os anos vão passando para os personagens o autor nos leva a uma viagem no tempo pela cultura pop da década de 90 até os dias atuais.

Gigantes é uma leitura agradável, embora confesse que esperava um pouco mais da história em si. De um modo geral gostei bastante do que encontrei, porém realmente sou aquele tipo de leitora que prefere quando o autor “peca” pelo excesso de detalhes do que pela falta deles.  Em suma Gigantes nos faz refletir sobre nossas escolhas, ao mesmo tempo em que nos deixa com saudades de um período em que tudo parecia mais simples e por que não mais feliz. 

“A beleza da vida está no que há de mais de simples. Está em se permitir sem medo.”

Com uma história simples e personagens comuns, Gigantes é aquele tipo de livro nos lembra o quanto a vida é uma verdadeira caixinha de surpresas. Em que quase sempre precisamos decidir os planos que vamos levar em frente e principalmente por quais sonhos se vale a pena lutar. 

novembro 17, 2014

A Vida Secreta das Abelhas por Sue Monk Kidd

ISBN: 9788565530576
Editora: Paralela
Ano de Lançamento: 2014
Número de páginas: 256
Classificação: Ótimo
Onde Comprar: Livraria Cultura, Livraria Saraiva, Submarino - Compare os Preços.
Este livro foi enviado como
cortesia para resenha.



Sinopse: O mundo de Lily, uma menina de 14 anos, mercado pela dor e pela morte de sua mãe. Diante de um momento crítico, em que a única pessoa que lhe resta está em perigo, que Lily vai iniciar sua aventura, uma experiência que a abrirá finalmente para o amor. Um romance sobre o autoconhecimento, no qual a solidariedade humana é a abelha rainha que congrega todos os corações a sua volta.







Uma das coisas que mais me cativa durante a leitura, é a capacidade de o autor trabalhar a “humanidade” em seus personagens.  E a autora Sue Monk Kidd, provou mais uma vez que é capaz disso. Assim como em A Invenção das Asas, Sue nos presenteia com uma bela narrativa. Em que a cada página nos mostra que é justamente através de nossas tragédias pessoais que encontramos a força para seguir em frente.

Lily Owens nunca teve uma vida “feliz”. Desde o falecimento de sua mãe, conviver com seu pai nunca foi uma tarefa fácil. T.Ray jamais soube confortar ou demonstrar um pouco de amor pela filha. Porém agora ao completar quatorze anos, os fantasmas do passado e as incertezas do futuro estão deixando a relação com T. Ray ainda mais difícil.  Para complicar, há algo em suas memórias de infância que faz com que Lily sinta-se culpada pela morte da mãe.

O pequeno consolo que Lily teve ao longo de sua vida foi à presença de Rosaleen, uma mulher de origem simples que após a fatalidade passou a ser a sua única companhia. Mas, quando a vida de Rosaleen corre perigo e a situação entre Lily e T.Ray se torna insustentável, ela resolve fugir de casa e ir finalmente atrás das respostas que tanto a atormentam. Lily então parte para a cidade de Tiburion com a única lembrança que tem de sua mãe.

Ao chegar lá sua pista leva ela e a Rosaleen, a uma excêntrica casa cor de rosa habitada pelas irmãs Boatwrigh. August, June e May formam um trio de mulheres independentes que contra todas as regras da época, conseguem levar uma vida confortável e feliz. August é uma respeitada apicultora que ao encontrar Lily em sua porta resolve ajudar a menina e a sua acompanhante. Junto com as “irmãs do calendário”, Lily aprende o delicado cultivo do mel, enquanto espera o momento certo de contar a sua gentil anfitriã os motivos que a levaram até ali. Mas, às vezes o melhor a fazer é simplesmente deixar o passado para trás.

A Vida Secreta das Abelhas é um relato de autodescoberta, ao mesmo tempo em que leva o leitor aos difíceis dias dos anos 60, quando os negros americanos estavam lutando por seus direitos. A narrativa é triste com uma carga emocional bastante forte e muitas vezes me deixou triste durante a leitura. Tipo, - fiquei me colocando no lugar daquelas pessoas vivendo em uma sociedade tão preconceituosa. Sue Monk Kidd criou um enredo forte e marcante, porém é possível perceber que apesar dos momentos trágicos pelos quais suas personagens passam aquela tênue luz de esperança está sempre presente. 

Acredito que o único ponto que talvez incomode algumas pessoas é a maneira como a religiosidade foi trabalhada aqui. Em minha opinião ficou claro que a intenção da autora era reforçar o poder e a força feminina na trama.  Motivo pelo qual a Virgem Maria é inúmeras vezes citada na narrativa. Não foi algo que me atrapalhou durante a leitura, na verdade achei que esse toque conseguiu suavizar a carga dramática da história. Porém, esse é o tipo de detalhe que sempre é visto de uma forma diferente por cada leitor.

“As histórias devem ser contadas, senão morrem; e, quando morrem, não nos lembramos quem somos nem porque estamos aqui".

Com uma narrativa singela e delicada, Vida Secreta das Abelhas  é uma história que ficará comigo por muito tempo. Não por ter me levado aos prantos, ou me deixar de coração partido. E sim pela lição de força e determinação que as suas personagens nos deixam. Sempre acho incrível como algumas poucas páginas podem nos ensinar tantas coisas.

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