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outubro 01, 2012

Fios de Prata por Raphael Draccon


Fios de Prata: Reconstruindo SANDMAN por Raphael Draccon.


• ISBN: 978580445961
• Editora: LeYa
• Ano: 2012
• Número de páginas: 352
• Classificação: 5 estrelas
Onde Comprar: FNAC, Livraria Cultura, Livraria Saraiva, Livraria da Travessa, Submarino - Compare os Preços


Sinopse:

“Tu inspirastes Rowling, e foi nas terras de Morpheus que se moldou Hogwarts.  Tu inspirastes Tolkien, e foi nas terras de Phantasos que se anexaram as extensões de Terra-Média.Tu inspirastes Lovecraft e em minhas terras se fixou Miskatonic. Então eu te pergunto com sinceridade, anjo: Até onde vai tua vontade de ser coadjuvante em um mundo de formas e pensamentos?”





Acredito que só pela sinopse vocês já devem ter percebido que Fios de Prata reuniu em um livro só tudo o que mais amo na literatura fantástica. Tanto que ele é sem sombra de dúvidas um dos melhores livros que li este ano, e um que com certeza irei reler algumas vezes na vida. Chega ser até difícil eu conseguir traduzir em palavras o quanto eu gostei deste livro. Ele é tão mágico, perturbador e envolvente que eu simplesmente não conseguia parar de ler e falar dele. Pensem em uma pessoa que foi dormir às duas da manhã e no outro dia foi que nem zumbi para aula. Acho que já deu para entender como foi a minha relação com este livro não é?

Fios de Prata nos conta a história de Mikael Santiago, o Allejo, um jovem de vinte dois anos e uma promessa no futebol mundial e Ariana Rochembach uma ginasta em ascenção. A vida dos dois parecia um sonho, mas nem todos os sonhos são o que parecem. Por traz deles se existem mundos e seres que deveriam permanecer ocultos para sempre.

Mesclando fatos reais com fantasia, Fios de Prata é um livro que prende o leitor do começo ao fim. Embora o romance entre Allejo e Ariana seja essencial para história, a narrativa em si não é completamente centralizada no casal. Há outros personagens como os próprios deuses dos sonhos; Morpheus, Phantasos, Phobetor e claro, seres humanos que, por menor que sejam as suas participações em toda a narrativa, desempenham um papel de extrema importância no conjunto final da obra.

Ele é o tipo de livro que faz o leitor viajar para mundos distantes, e realmente se sentir parte de tudo o que está acontecendo na história. A riqueza de detalhes é tão grande que eu podia me ver horas no reino fantástico habitado por elfos e outras criaturas mágicas do deus Phantasos, como também conseguia sentir medo e agonia no reino sombrio de Phobetor. Senti raiva da arrogância de Morpheus, medo e nojo de Phobetor e admiração pelo bom senso, inteligência e coragem de Phantasos. Acho que já deu para perceber quem se tornou o meu deus dos sonhos favoritos não é mesmo?

Que Allejo é um grande herói, isso é inquestionável. Acredito que poucos seres humanos assumiram a missão incerta que ele assumiu por amor. E o que parece ser mais uma história de regaste do ser amado, se torna uma história de regaste espiritual, de encontro consigo mesmo e a redenção de duas almas perturbadas. Essa jogada do autor em meu ponto de vista foi simplesmente perfeita! Ele conseguiu criar um romance bonito, sem ser água com açúcar em uma narrativa que teoricamente um romance deste tipo não teria espaço, afinal a história em si se trata de uma sórdida guerra travada entre os deuses do Sonhar por poder.

Eu digo sórdida por que neste caso o “vilão” não é bem quem parece ser. Na verdade muitas coisas neste livro não são bem o que parecem, e eu realmente adorei isso. Adorei as surpresas que cada capítulo me trazia. As revelações e principalmente a forma com que o autor trabalhou junto temas que eu amo como; mitologia, dogmas religiosos e espiritualidade de uma maneira muito centrada, sem fugir muito da realidade que conhecemos, mas também apresentando novas hipóteses. Sabe quando você termina um livro e bate palma para o autor, por que ele conseguiu criar um final que você jamais esperaria?  Foi exatamente isso que aconteceu comigo.

Raphael Draccon me surpreendeu pela forma com que ele construiu toda história e desenvolveu tanto ela como seus personagens. Algumas linhas de pensamento que o autor expôs no livro vão muito de encontro com o que eu acredito. E isso me deixou muito feliz, por que foi o primeiro livro que eu li que apresentou um conceito do bem e do mal de uma forma não tão “bonitinha” e cheia de falsos moralismos. Raphael Draccon mostra que um santo também pode matar e que um assassino também pode ser nobre, mas que ao final todos tem o que pedem e merecem.

Raphael Draccon é mais um autor nacional entrou para a minha lista de autores favoritos. Afinal com a empolgação que eu estou escrevendo esta resenha é meio óbvio que o autor ganhou um lugar de destaque na minha estante. Fios de Prata não perde em nada para livros estrangeiros de literatura fantástica e quero parabenizar tanto o autor como a editora LeYa por este lançamento.  Fios de Prata é mais que uma capa bonita, é uma história de redenção, coragem, amor e sonhos. 

Realmente um dos melhores livros que li em 2012, que recomendo para todos que estejam procurando um livro "realmente fantástico" para ler. Leiam Fios de Prata!

“O sonho é irmão gêmeo da morte”Homero.

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