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agosto 07, 2016

O Cisne e o Chacal por J.A. Redmerski

| Arquivado em: RESENHAS.

ISBN: 9788556510044
Editora: Suma de Letras
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 248
Classificação: Muito Bom
Sinopse: Na Companhia de Assassinos – Livro 03.
Fredrik Gustavsson nunca considerou a possibilidade de se apaixonar certamente nenhuma mulher entenderia seu estilo de vida sombrio e sangrento. Até que encontra Seraphina, uma mulher tão perversa e sedenta de sangue quanto ele. Eles passam dois anos juntos, em uma relação obscura e cheia de luxúria. Então Seraphina desaparece. Seis anos depois, Fredrik ainda tenta descobrir onde está a mulher que virou seu mundo de cabeça para baixo. Quando está próximo de descobrir seu paradeiro, ele conhece Cassia, a única pessoa capaz de lhe dar a informação que tanto deseja. Mas Cassia está ferida após escapar de um incêndio, e não se lembra de nada. Fredrik não tem escolha a não ser manter a mulher por perto, porém, depois de um ano convivendo com seu jeito delicado e piedoso, ele se descobre em uma batalha interna entre o que sente por Seraphina e o que sente por Cassia. Porque ele sabe que, para manter o amor de uma, a outra deve morrer.

Uma das qualidades que mais me cativa na escrita de um autor, é quando ele consegue despertar a minha curiosidade em relação a um personagem especifico. Algo que a J.A. Redmerski conseguiu no livro anterior da série Na Companhia de Assassinos, quando me apresentou ao perigoso Fredrik Gustavsson. Agora em O Cisne e o Chacal a autora finalmente nos revela todos os segredos desse enigmático personagem, através de uma narrativa envolvente que ao final nos deixa com o coração partido.

Pode, ou não conter spoilers dos livros anteriores. Quem não quiser colocar a sua conta em risco, pulando dois parágrafos agora.

Fredrik Gustavsson é o especialista em “arrancar” informações das pessoas. Quando alguém se recusa a contar o que sabe de bom grado, Fredrik é chamado para fazer com que a pessoa sente-se em sua cadeira e fale. Ele é o torturador, o chacal que sente prazer em ver a dor e o sangue de outra pessoa. Porém, por traz desse seu lado sádico e até mesmo doentio se esconde um homem que sofreu todo o tipo de violência e abusos durante a infância e que cresceu acreditando que nunca poderia amar, ou ser amado por alguém. Até que ele conhecer Seraphina.

Seraphina, assim como Fredrik tem um passado sombrio e uma sede de sangue implacável. Juntos eles são imbatíveis, eles são completam, se entendem pelo menos era nisso que Fredrik acreditava. Certo dia Seraphina desaparece de sua vida, deixando para traz um rastro de morte e destruição, um rastro que o leva direto a Cassia. Fredrik sabe que o único modo de descobrir onde Seraphina está é usando Cassia para chegar até ela.  Só que conforme o tempo passa, e a moça é mantida como sua prisioneira, vai ficando cada vez mais difícil não se envolver com ela. E Fredrik sabe que para seu próprio bem e principalmente pelo bem de Cassia, ele não pode joga-la em seu mundo obscuro cheio de violência e dor. Mas nem sempre saber o certo, nos impede de fazer o “errado”.

Algo que precisa se ter em mente antes de começar a leitura de O Cisne e o Chacal é que você não encontrará em suas páginas uma bela história de amor. A própria J.A. Redmerski deixa isso bem claro, ao falar que essa sua série possui um enredo mais “pesado” e seus personagens não são nada convencionais.  E mesmo esse estilo de leitura não sendo um gênero que eu "consuma" muito, algo na série Companhia de Assassinos me conquistou. E acredito que foi justamente o fato de seus personagens fugirem de todos os estereótipos aos quais estou habituada a encontrar nos livros que leio.

O Fredrik é um personagem extremamente complexo e com graves transtornos psicológicos, e não nego que durante a leitura em vários momentos senti um certo “repúdio” pelo modo como ele conduz a situação. Só que por outro lado, conforme a autora vai revelando o passado do personagem você percebe que não tinha como ele ser diferente. A vida foi tão cruel com o Fredrik, que ele “precisou” aprender a ser cruel também para sobreviver a ela. E, diga-se de passagem, que a Seraphina não é muito diferente dele, eu diria até que ela é um pouquinho pior. E verdade seja dita aqui, não consegui me simpatizar nem com a Seraphina e muito menos com a Cassia.

É interessante acompanhar a trajetória das duas conforme a trama vai se desenvolvendo, principalmente por que uma é o completo oposto da outra. O que Seraphina tem de sanguinária, Cassia tem de submissa e o modo como a presença de cada uma impacta na vida do Fredrik é o que torna tudo ainda mais doloroso. Por que por mais perturbado e assustador que o Fredrik seja, é difícil em meio a todo caos que a vida dele foi e é, você não sentir um pouco de empatia pelo personagem e não torcer para ele ter um final “feliz”.  E nesse caso eu nem digo um feliz de “conto de fadas”, por que sei que para pessoas como o Fredrik isso não é possível. Mas algum tipo de redenção, para que ele encontre a paz e fique em paz com a vida e consigo mesmo.

J.A. Redmerski partiu meu coração em diversos momentos aqui, por que desde o começo é perceptível que o caminhada que Fredrik será cheia de dor e sofrimento, e isso dá a narrativa um toque de realidade enorme, por que infelizmente para algumas pessoas os dias sempre serão sombrios, mesmo que a gente torça pelo contrário, como eu fiz. Espero muito que a autora ainda traga essa redenção para o Fredrik. Que ele encontre de alguma forma a paz que tanto precisa na vida, por que mesmo com todos os seus problemas e sua sede de sangue quase incontrolável ele merece isso.

Gostei muito de rever a Sarai e o Victor (), mesmo eu ainda sentindo um pouco de raiva dele pelo o que ele fez no livro anterior. Admito que a minha “birra” com o Niklas diminuiu mais ainda não passou, porém foi bem legal ver a interação dele com a Sarai aqui. Acho que eles construíram aquele tipo de relação de “amor e ódio” em que um não hesitaria em dar a própria vida para proteger o outro, apesar das diferenças e magoas passadas. 

E esse é mais um ponto a favor da J.A. Redmerski, pois mesmo que O Cisne e o Chacal tenha uma trama em que o foco é o Fredrik a autora consegue dar uma boa abertura para os outros personagens na história. O que claro, me deixou ainda mais curiosa e ansiosa para ler os outros livros da série que no total conta com sete. Please, Suma de Letras não nos faça esperar tanto por eles aqui no Brasil.

“ Pessoas como eu e você...nós achamos que estamos escondendo nossa dor e a escuridão do resto do mundo, mas esquecemos que conseguimos ver tudo isso com clareza uns nos outros.”

O Cisne e o Chacal é uma leitura impactante que conta a história de uma pessoa que só conheceu a dor e a crueldade da vida. J.A. Redmerski nos leva por uma jornada tortuosa que ao final, nos deixa completamente devastados.  Um livro sombrio, digno de seu protagonista cheio de cicatrizes e coração atormentado. E eu ainda não desisti de você Fredrik. Recomendo!


Veja Também:
A Morte de Sarai.

outubro 19, 2015

O Retorno de Izabel por J.A. Redmerski

| Arquivado em: Resenhas.

ISBN: 9788581052960
Editora: Suma de Letras
Ano de Lançamento: 2015
Número de páginas: 232
Classificação: Ótimo
Onde Comprar: Submarino.
Sinopse: Na Companhia de Assassinos: Livro 02.
Determinada a levar o mesmo estilo de vida do assassino que a libertou do cativeiro, Sarai resolve sair sozinha em missão, com o propósito de matar o sádico e corrupto empresário Arthur Hamburg. No entanto, sem habilidades nem treinamento, os acontecimentos passam muito longe de sair como o planejado. Em perigo, Sarai nem acredita quando Victor Faust aparece para salvá-la — de novo. Apesar de irritado pelas atitudes inconsequentes dela, ele logo percebe que a garota não vai desistir de seus objetivos. Então não há outra opção para ele a não ser treiná-la. Com tamanha proximidade, para eles é impossível resistir à atração explosiva. Nem Victor nem Sarai podem disfarçar o que sentem, ou negar o desejo que os une. No entanto, depois de tantos anos de sofrimento e tantas cicatrizes emocionais, será que eles conseguirão lidar com um sentimento como amor? Só que Sarai — novamente na pele de Izabel Seyfried — ainda terá que passar por um último teste; um teste para provar se conseguirá viver ao lado de Victor, mas que, ao mesmo tempo, poderá fazê-la questionar os próprios sentimentos e tudo que sabe sobre esse homem.

N
ão costumo ler livros de séries na sequencia. Na verdade até gosto de dar um tempo entre um livro e outro para ver se sinto aquela “saudade” dos personagens. Porém ao contrário do que normalmente acontece, ao terminar A Morte de Sarai senti um tipo de necessidade louca para saber o que acontecia depois da frase final. Então ignorando por completo a minha meta de leitura de outubro, passei O Retorno de Izabel na frente. E mesmo com pequenos detalhes que não me agradaram tanto, ele se revelou uma leitura deliciosa e tão empolgante quanto o livro anterior.

Não sei se contém spoilers, por isso quem não quiser colocar a sua conta em risco, pode pular dois parágrafos.

Ao partir sem dizer adeus Victor Faust tinha esperanças que Sarai fosse reconstruir a sua vida. Mas, a única coisa que Sarai foi capaz de fazer depois que ele a deixou foi fingir e mentir para todos. Ela sabia que jamais conseguira levar uma vida normal, e tinha certeza que o único caminho a tomar seria seguir os passos do homem que a salvou, mesmo que ele não a quisesse por perto. Determinada ela decide volta a Los Angeles para matar o inescrupuloso empresário Arthur Hamburg. Sarai começa a traçar o seu plano para chegar até Arthur, e transforma isso em sua pequena missão especial. Porém, as coisas não saem como planejado.  E mais uma vez Victor aparece para salvar a sua vida.

Irritado com as atitudes inconsequentes de Sarai, mas não querendo perdê-la, Victor resolve finalmente ceder aos desejos dela e passa a treina-la para ser uma assassina. E apesar do perigo eminente que ronda a vida dos dois a proximidade a atração que um sente pelo outro fique a cada dia mais forte e irresistível. Mas, tanto Victor como Sarai possuem uma carga emocional pesada demais, que talvez tenham impossibilitado ambos de amar.  Quando o teste final de Sarai acontece ela tem só uma escolha, - ficar ou morrer. E se ela escolher a primeira vai ter que lidar não apenas como as consequências da sua decisão, mas com tudo o que ela e principalmente Victor significarão na sua vida.

O Retorno de Izabel começa exatamente no ponto em que a história parou em A Morte de Sarai. A narrativa continua com um ritmo frenético e envolvente do tipo que a cada final de capitulo você prende a respiração e fica com o coração na mão, como medo e ao mesmo tempo ansiosa para saber o que vai acontecer. Nesse segundo livro da série Na Companhia de Assassinos,  a autora J.A. Redmerski apresenta um enredo mais profundo, forte e cruel. Ela não apenas explora a dor e os fantasmas dos personagens de uma forma mais intensa, como também os deixa mais “humanos”.  E essa pequena mudança de foco na narrativa torna a transformação da relação entre Sarai e Victor, ainda mais intima e explosiva.

Ambos revelam traços de personalidade até então escondidos aqui, só que confesso que em muitos momentos as atitudes imprudentes (burradas mesmo), da Sarai me incomodaram bastante. Falando o português bem claro, em determinadas situações ela é insuportável se comportando pior do que uma “criança birrenta”. Sério, a minha vontade era de falar para ela; “Sarai amiga, pare! Apenas pare!”. Por outro lado Victor () começa a mostrar que por de traz de sua fachada fria e calculista, bate um coração que pode aprender a amar.

Porém, quem rouba a cena em O Retorno de Izabel é o Fredrik Gustavsson (). Ele é aquele típico personagem perigoso e enigmático que por mais que você tente, é impossível não gostar dele.  Além disso, ele se revela um personagem chave em muitos momentos decisivos na trama. Continuo tendo certa “birra”, com o Niklas,e  acho que a má impressão que ele me causou no primeiro livro vai ficar, apesar das atitudes “legais” que ele teve. É como se eu não conseguisse “confiar“ no Niklas, se é que vocês me entendem.

Mas, o ponto alto aqui é que a autora foi tão genial na construção da história e na forma como conduziu todos os fatos e os personagens, que em dois momentos em especial ela quase me matou do coração. E gente, eu não estou sendo fangirl. Ok! Talvez um pouquinho, mas a J.A. Redmerski merece o crédito, afinal ela é uma das poucas autoras que até hoje consegui me enganar direitinho. E eu nunca fiquei tão feliz por ter sido enganada descaradamente, por mais de duzentas páginas.

“Sarai e eu matamos por motivos diferentes, somos movidos por necessidades muito distintas, mas , no fim das contas, somos ambos assassinos, e sei que isso nunca vai mudar (...).”

Em O Retorno de Izabel, a autora J.A. Redmerski não apenas fugiu dos clichês, como criou uma trama  ainda mais sedutora, perigosa e surpreendente. Mal posso esperar para ler O Cisne e o Chacal.

Veja também:

outubro 08, 2015

A Morte de Sarai por J.A. Redmerski

| Arquivado em: Resenhas.

ISBN: 9788581052571
Editora: Suma de Letras
Ano de Lançamento: 2015
Número de páginas: 255
Classificação:
Onde Comprar: Submarino.
Sinopse: Na Companhia de Assassinos – Livro 01.
Sarai era uma típica adolescente americana: tinha o sonho de terminar o ensino médio e conseguir uma bolsa em alguma universidade. Mas com apenas 14 anos foi levada pela mãe para viver no México, ao lado de Javier, um poderoso traficante de drogas e mulheres. Ele se apaixonou pela garota e, desde a morte da mãe dela, a mantém em cativeiro. Apesar de não sofrer maus-tratos, Sarai convive com meninas que não têm a mesma sorte. Depois de nove anos trancada ali, no meio do deserto, ela praticamente esqueceu como é ter uma vida normal, mas nunca desistiu da ideia de escapar. Victor é um assassino de aluguel que, como Sarai, conviveu com morte e violência desde novo: foi treinado para matar a sangue frio. Quando ele chega à fortaleza para negociar um serviço, a jovem o vê como sua única oportunidade de fugir. Mas Victor é diferente dos outros homens que Sarai conheceu; parece inútil tentar ameaçá-lo ou seduzi-lo.

Q
uem acompanha o blog há mais tempo, sabe que tenho preferência por leituras mais “leves”, ou que a violência não esteja assim tão “implícita”. Por esse motivo mesmo gostando muito da narrativa da autora J.A. Redmerski a principio não cheguei a me interessar pela nova série dela lançada por aqui, a Na Companhia de Assassinos. Porém fui lendo tantas resenhas positivas, tantos elogios, tanto amor envolvido por essa série e seus personagens que resolvi dar uma chance. E durante toda a leitura de A Morte de Sarai eu me fiz a seguinte pergunta: “Ane, por que você não leu esse livro antes?”.

A vida não foi lá muito justa com a Sarai. Levada pela própria mãe para o México e entregue a Javier Ruiz, um perigoso traficante de drogas e mulheres, ela teve todos os seus sonhos de um futuro normal destruído quando tinha somente quatorze anos. Durante nove anos tudo o que Sarai conheceu foi o deserto e a violência, já que essa estava por todos os lados. Mas, apesar de terror que ela presenciava todos os dias no complexo de Javier, Sarai nunca desistiu da ideia de um dia fugir daquele inferno. E quando a oportunidade finalmente surgiu, ela não pensou duas vezes e arriscou tudo colocando a sua vida nas mãos de um assassino frio e calculista, - Victor Faust.

Victor desde pequeno foi treinado para matar a sangue frio e a bloquear qualquer sentimento humano. Ele poderia ter facilmente se livrado de Sarai, mas algo naquela garota mexia com ele, além disso, obstáculos que foram surgindo no caminho o forçaram a mantê-la perto por mais tempo. Por tempo demais na verdade. Agora não apenas a sua missão estava em risco, como também a sua vida já que o seu comportamento atípico, pode não ser muito bem visto pelos membros da Ordem para qual trabalha. Fato esse que Niklas o seu contato faz questão de lembra-lo constantemente. Poderá Sarai ser a sentença de morte de Victor? Ou será ela uma porta para liberdade?

Poderia resumir esse livro em apenas uma palavra, - fantástico. Poderia também, simplesmente fazer o meu apelo, para que todos o leiam. Mas, como não gosto de parecer fangirl, vou citar os pontos que fazem de A Morte de Sarai esse livro tão incrível. O primeiro e o principal deles é o enredo. Pense em uma história que a cada capitulo te deixa com o coração na mão, como medo e ao mesmo tempo ansiosa para saber o que vai acontecer. A narrativa aqui possui um ritmo frenético e isso faz com que você se envolva a tal ponto com a história que é praticamente impossível largar o livro.

Eu já era fã da escrita da J.A. Redmerski, por ela ser “real”. Tipo a J.A. não é aquele tipo de autora que tenta suavizar os fatos, ela ao contrário não tem medo mostrar através dos seus personagens o lado mais “feio” e “cruel” da vida. Os livros dela não são bonitinhos. São fortes, em determinados momentos pesados, mas verdadeiros e é justamente isso que faz com que suas histórias e os personagens dela sejam tão fascinantes. Por que sim, aqui os personagens são um caso a parte.

Confesso que a principio odiei o Victor com todas as minhas forças. Ficava me perguntado do por que tanta gente gostar dele, até que quando me dei conta eu também tinha entrado para o fã clube de Victor Faust ().  O Victor é um personagem forte e extremamente complexo e isso o torna tão apaixonante. Gostei da Sarai em alguns momentos e fiquei com raiva dela em outros.  Na verdade durante toda a leitura eu fiquei nessa relação de amor e ódio com os protagonistas.

O único que ganhou meu “carinho” por assim dizer de imediato foi Fredrik Gustavsson () e em contra partida o personagem pelo qual eu peguei certa “birra” foi o Niklas.  Só que eu vou falar um pouco mais desses dois, em especial do Fredrik na resenha de O Retorno de Izabel, por que sim ignorei por completo a minha meta de leitura do mês e passei ele na frente de todo mundo. Me julguem mas, não tinha como ser diferente. A Morte de Sarai foi aquele livro que me deixou sem fôlego e me fez perder algumas horas de sono.  A autora J.A. Redmerski está cada vez mais ganhando um lugarzinho especial nesse meu coração de leitora.

“(...) Eu não sou seu herói. Não sou sua alma gêmea que jamais deixará que nada de ruim lhe aconteça. Sempre confie em seus instintos primeiro e em mim, se decidir confiar, por último.”

Imprevisível, intrigante e sedutor, A Morte de Sarai além de ser uma das minhas melhores leituras desse ano me deixou com aquele irresistível gostinho de quero mais. Só tenho um arrependimento, - o de não ter lido ele antes.

junho 23, 2014

Entre o Agora e o Sempre por J.A. Redmerski

ISBN: 9788581052151
Editora: Suma de Letras
Ano de Lançamento: 2014
Número de páginas: 304
Classificação: Bom
Onde Comprar: Livraria Cultura, Livraria Saraiva, Submarino - Compare os Preços.




Sinopse: Entre O Agora e O Nunca - Livro 02.
Camryn Bennett e Andrew Parrish nunca foram tão felizes. Cinco meses depois de se conhecerem num ônibus interestadual, os dois estão noivos e prestes a ter um bebê. Nervosa, mas empolgada, Camryn mal pode esperar para viver o resto de sua vida com Andrew, o homem que ela sabe que vai amá-la para sempre. O futuro só lhes reserva felicidade... até que uma tragédia os surpreende. Andrew não consegue entender como algo tão terrivelmente triste pôde acontecer. Ele tenta superar o trauma — e acredita que Camryn esteja fazendo o mesmo. Mas, quando descobre que Camryn busca sufocar uma dor imensa de uma forma perigosa, fará de tudo para salvá-la. Determinado a provar que o amor dos dois é indestrutível, Andrew decide levar Camryn numa nova jornada carregada de esperança e paixão. O mais difícil será convencê-la a ir junto...

Sabe quando você começa a leitura com aquele medo de se decepcionar? Pois bem, eu comecei a leitura de Entre o Agora e o Sempre dessa forma. Desde que soube do lançamento da continuação de Entre o Agora e o Nunca eu fique me perguntando, - do o porquê da autora continuar uma história que já tinha terminado. Ok! O primeiro livro está longe de ser o melhor livro que eu li na minha vida e tudo mais, só que de verdade eu tinha gostado de como tudo acabou. Meu maior medo, ao começar a leitura era que a autora J.A. Redmerski estragasse com tudo. Algo que por muito pouco, não acabou acontecendo de verdade.

Fiquem tranquilos por que essa resenha não vai ter spoilers, até por que assim como no primeiro livro, a sinopse já entrega um pouco a história.  Então vou dar uma resumida em minha opinião.

Eu gostei do livro, - fato. A escrita da J.A. Redmerski é viciante de uma forma que mesmo você não concordando muito do que você está lendo, é praticamente impossível largar o livro. Só que é visível que aqui faltou um pouco da leveza e do espírito de aventura que tornam Entre o Agora e o Sempre um livro “especial”. A sensação que tenho é que a autora quis colocar todos os dramas possíveis nesse segundo livro, em uma tentativa de dar aos personagens um ar mais maduro e responsável.  Tudo bem, nada contra pessoas maduras e responsáveis, o problema é que fora o drama, a relação do casal ficou melosa demais.

Antes o que mais me agradava na relação da Camryn com o Andrew era que embora o amor deles fosse forte, ambos tinha uma personalidade determinada e independente. Mas aqui parecia que eles tinham nascido grudados, e isso no decorrer dos capítulos foi me irritando um pouco.  Sei lá, achei um pouco forçada e até mesmo doentia essa dependência que um criou pelo outro.

Outro detalhe foi que por mais que J.A. Redmerski tentasse resgatar, o ingrediente principal de Entre o Agora e o Nunca, a maneira como o livro começa o desenvolvimento do relacionamento dos personagens fez com que tudo parecesse apenas uma repetição de algo que já tinha acontecido. É como se a Camryn e o Andrew estivem tentado reviver a mesma história, o que obviamente não dá muito certo.

Porém o que mais me incomodou em Entre o Agora e o Sempre, foi o excesso de palavrões nas cenas de sexo. Não querendo ser puritana, ou algo assim, mas realmente eu achei um pouco apelativa essa parte do livro. Entendo que a autora queira dar um toque mais sensual a narrativa, e que desde o livro anterior o enredo possui isso, só que de verdade a linguagem chula era desnecessária. Teve momentos que eu tinha vontade de lavar a boca o Andrew com sabão (sim estou dando uma de tia chata me condenem).

Mas nem tudo está perdido, pois apesar dos pesares e do já esperado clichê, de certa forma os personagens aqui, em especial a Camryn se mostram “mais verdadeiros”. Ela e o Andrew passam por tantas coisas que muitas vezes acabam destruindo com os relacionamentos. E eles terem vencido todos esses obstáculos e terem continuado juntos, acabou fazendo uma lágrima ou outra caírem no final. Ah! Gente, eu sou manteiga derretida, fazer o que?

"Eu sei que você está com medo. Eu estaria mentindo se dissesse que não estou com um pouco de medo também, mas preciso acreditar que dessa vez vai ficar tudo bem. E vai ficar. Nós passamos por tanta coisa juntos. Mais do que a maioria das pessoas em tão pouco tempo. Mas em qualquer situação, a única coisa que nunca mudou é que ainda estamos juntos. (...). Acho que podemos afirmar com toda certeza que somos indestrutíveis”.

Em suma, Entre o Agora e o Sempre é um bom livro, só que não traz nenhum fato marcante que torne o livro único e especial. Para os fãs de Camryn e Andrew é uma leitura válida e prazerosa, desde claro você não vá com muita sede ao pote. Fica a dica!

junho 23, 2013

Entre o Agora e o Nunca por J.A. Redmerski



• ISBN: 9788581051406
• Editora: Suma de Letras
• Ano de Lançamento: 2013
• Número de páginas: 368
• Classificação: Muito Bom
Onde Comprar: Livraria Cultura, Livraria Saraiva, Submarino - Compare os Preços.

Sinopse: Camryn Bennett é uma jovem de 20 anos que desistiu do amor desde que Ian, seu namorado, morreu num acidente de carro há um ano. Sua melhor amiga, Natalie, é a única capaz de animá-la. Mas a relação entre as duas fica abalada quando o namorado de Nat revela à Camryn que está apaixonado por ela. Perdida, sem saber o que fazer, Camryn vai para rodoviária e pega o primeiro ônibus interestadual, sem se importar com o destino. Com uma carteira, um celular e uma pequena bolsa com alguns itens indispensáveis, Camryn embarca para Idaho. Mas o que ela não esperava era conhecer Andrew Parrish, um jovem sedutor e misterioso, a caminho para visitar o pai, que está morrendo de câncer. Andrew se aproxima da companheira de viagem, primeiro para protegê-la, mas logo uma conexão irresistível se forma entre os dois. Camryn tenta lutar contra o sentimento, já que jurou nunca mais se apaixonar desde a morte de Ian. Andrew também tenta resistir, motivado pelos próprios segredos.

Confesso que ao iniciar a leitura de Entre o Agora e o Nunca, eu estava bem receosa em relação ao que ia encontrar nele. O motivo desse meu “pé atrás”, é minha tendência a não gostar muito desses livros que se tornam uma espécie de “febre literária” e que todo mundo parece amar. Sou uma chata mesmo e admito isso, mas para minha surpresa, Entre o Agora e o Nunca superou e muito todas as minhas baixas expectativas em relação a ele. Não que eu tenha achado ele o melhor que li em 2013, só que às vezes é realmente bom não esperar muito de um livro.

Como vocês podem perceber a sinopse tecnicamente entrega boa parte da história, então vou dar uma resumida. Camryn é aquela menina toda certinha que do dia para noite vê sua vida virar de cabeça para baixo. Primeiro ela perde seu namorado em um trágico acidente, seu irmão vai para cadeia, seus pais se separam e por ultimo a relação com sua melhor amiga, Natalie fica estremecida. Cá entre nós, um belo dramalhão mexicano não é mesmo? Só que com tudo isso acontecendo, Camryn percebe que precisa dar um tempo em tudo para decidir qual caminho seguir. Colocando em uma mala apenas o essencial, ela parte de ônibus para o primeiro destino que lhe vem à mente, esperando que esse tempo em que passará sozinha a ajude cicatrizar todas as suas feridas e a organizar a bagunça que está a sua vida. 

Porém, o destino quis que ela não passasse essa fase de reflexão tão sozinha assim, e por isso logo tratou de colocar Andrew em seu caminho. Mas, Andrew possui seus próprios segredos e cicatrizes para esconder, algo que está correndo um sério risco de acabar descoberto, a cada segundo que ele passa ao lado de Camryn. Há principio a sutil troca de fartas no meio de uma viagem qualquer, se torna um elo forte demais para acabar da próxima parada, e o que então era para ser mais uma simples viagem para dois, se transforma na viagem de suas vidas.

Bem, eu gostei muito da premissa do livro, afinal que nunca quis pegar um ônibus e sair por ai sem destino certo só para dar um tempo na “dona realidade”. O problema é que senti falta daqueles pequenos detalhes que sempre acabam fazendo grande diferença na história. A narrativa em si fica muito focada na Camryn e no Andrew, em seus dilemas e no seu óbvio envolvimento que acabou me dando aquela sensação de superficialidade na história. Mesmo ambos sendo personagens mais maduros, senti falta de narrativa mais sólida e menos fantasiosa, por assim dizer.

A autora J.A. Redmerski, possui uma escrita envolvente que mesmo apesar de algumas “licenças poéticas” prendeu minha atenção do começo ao fim do livro. Gostei da forma como ela guiou a história, embora em certos momentos eu reconheça que algumas situações me pareceram um pouco vagas e um tanto forçadas. Sabe quando o autor enrola um pouco para fazer o que é óbvio acontecer, e quando acontece força um pouquinho a barra? Foi mais ou menos assim que aconteceu. Outro ponto, é que o livro ele possui uma linguagem bem “cotidiana”, o que por um lado foi muito bom já que deu a narrativa um ritmo mais rápido, só que por outro o excesso de palavrões deixou as partes que deveriam ser as mais bonitas do livro um pouco vulgares. Assim, no em meu ponto de vista não tinha a necessidade de escrachar tanto, mas fazer o que não é (...).

Ouvi bastante gente comentar que não curtiu o final por que achou corrido e forçado demais. Bem, - foi corrido? Sim! Foi forçado? Infelizmente sim também! Principalmente por que ele meio que foi totalmente contra a forma com que a autora vinha conduzindo a história. É tão ruim assim? Não, claro que não! Se eu falar que não me emocionei estou mentindo. Claro que a manteiga derretida aqui tinha que acabar chorando no final, mas também não nego que esperava um final mais surpreendente e menos clichê.  Até mesmo em relação ao final, sinceramente eu não vejo qual o gancho que a autora usou para escrever o segundo livro, já que em meu ponto vista ela deixou tudo bem fechado aqui. Vamos ter que esperar para ver o que vem por ai em, The Edge of Always.

“Coincidência é só nome que os conformista dão ao destino.”

Com uma narrativa simples, Entre o Agora e o Nunca é aquele um livro despretensioso que conquista o leitor com personagens cativantes e uma história que faz qualquer um sentir vontade de pegar a mochila e cair na estrada.

Fica a dica!

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