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junho 19, 2017

Belas Maldições por Terry Pratchett e Neil Gaiman

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788528622003
Editora: Bertrand Brasil
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas: 350
Classificação: Muito Bom
Sinopse: As Justas e Precisas Profecias de Agnes Nutter, Bruxa.
O mundo vai acabar em um sábado. No próximo sábado, e ainda por cima antes do jantar. O que é um grande problema para Crowley, o demônio mais acessível do Inferno, residente na Terra, e sua contraparte e velho amigo Aziraphale, anjo genuíno e dono de livraria em Londres. Depois de quatro mil anos vivendo entre os humanos, eles pegaram um gosto pelo mundo, e o Armagedom lhes parece um evento bastante inconveniente. Então, para evitar o fim do mundo, precisam encontrar a chave de tudo: o jovem Anticristo, agora um menino de 11 anos vivendo tranquilamente em uma cidadezinha inglesa. Em seu caminho, acabarão trombando com uma jovem ocultista, dona do único livro que prevê precisamente os acontecimentos do fim do mundo, caçadores de bruxas ainda na ativa e, quem sabe, até os Quatro Cavaleiros do Apocalipse. Mas eles precisam ser rápidos. Não é só o tempo que está acabando.

Admito que apesar de ser fã de literatura fantástica tenho uma espécie de relação de amor em ódio com o autor Neil Gaiman. Por outro lado, nunca tinha lido nada do autor já falecido, Terry Pratchett. Então quando vi Belas Maldições pensei; “porque não?”, afinal com uma sinopse um tanto quanto peculiar que prometia no mínimo algumas gargalhadas, a história merecia uma chance. Para minha surpresa me deparei com uma narrativa deliciosa, irônica e completamente inusitada.

A "amizade" entre o anjo Aziraphale e o demônio Crowley é antiga, tão antiga quanto o Velho Testamento. Durante todos os séculos desde o Jardim do Éden até os dias atuais, eles conseguiram manter em “equilibro” as forças do bem e o mal no plano terrestre, ao ponto que ambos acabaram se afeiçoando não somente aos humanos como ao nosso estilo de vida. Porém, o profetizado Armagedom está prestes a acontecer e a Grande Guerra entre o Céu e o Inferno, além de desnecessária é um enorme inconveniente na opinião dos dois o que só os deixa com uma única opção, tentar impedir que isso aconteça.

Enquanto os Quatro Cavaleiros do Apocalipse cavalgam pelo mundo, causando todo o mal pelos quais são responsabilizados, uma jovem ocultista Anathema descendente direta da bruxa Agnes Nutter tenta decifrar o livro de profecias que a sua ancestral deixou. Aparentemente As Justas e Precisas Profecias é o único livro no mundo que prevê com absoluta exatidão o fim de tudo e bem, alguns acontecimentos sem tanta importância também.

Os caçadores de bruxas ainda estão ativos, ou pelos menos o que restou deles e quando as primeiras trombetas começam a tocar os caminhos deles se cruzam com o de Anathema, Aziraphale e Crowley. O plano divino segue a todo o vapor e o fim parece inevitável, só que há um pequeno problema que nem o Céu e o Inferno previram. Aparentemente alguém andou perdendo o jovem Anticristo de vista.

Acredito que não exista uma única religião no mundo que não pregue de alguma forma o Apocalipse. Por esse motivo, Neil Gaiman e Terry Pratchett foram extremamente felizes ao construir uma narrativa com o tom certo de humor político incorreto, aquele que debocha de coisas sérias sem ter a necessidade de ofender ninguém.  As situações descritas em Belas Maldições não somente fazem com que você dê aquela parada e reflita suas próprias atitudes, como também dê risada de suas crenças e de si mesmo.

Gostei muito da forma como os autores trabalharam esse eterno duelo entre o bem e o mal. A grande sacada deles aqui foi justamente mostrar com um leve toque de sarcasmo o quanto nós somos simplesmente humanos. Ou seja, que até mesmo uma pessoa com as melhores intenções pode semear a maldade e vice-versa.  O modo como Neil Gaiman e Terry Pratchett usaram as imperfeições humanas para construir um enredo criativo é sem dúvidas um dos pontos altos do livro.

Os personagens assim como a narrativa são um tanto peculiares. O relacionamento de Aziraphale e Crowley é divertidíssimo. Durante a troca de diálogos deles fica bem perceptível o modo como o bem e o mal são representados com faces diferentes de uma mesma moeda. Já o temível Anticristo não é bem o que todos imaginam, assim como o cão do inferno que está mais para um cãozinho de estimação comum.  Já os cavaleiros do Apocalipse são um capítulo a parte nessa trama mirabolante.  Todos foram inseridos na história de uma forma muito inteligente, embora a identidade de um cavalheiro em si tenha ficado um pouco "confusa" no começo.

Ao iniciar a leitura de Belas Maldições não fazia ideia do que encontraria em suas páginas. As notas de rodapé com algumas explicações um tanto “bizarras”, mas hilárias tornam a leitura ainda mais divertida. O único ponto negativo que não posso deixar de mencionar são os pequenos erros de revisão que a obra possui.  Claro que não é nada que prejudique a leitura no todo, porém levando em conta que essa é a décima quarta edição do livro, tenho por mim que a revisão devia ter sido um pouco mais cuidadosa.

“Pode ajudar na compreensão das questões humanas ter uma noção clara que a maioria dos grandes triunfos e tragédias da história é provocada não porque as pessoas são fundamentalmente boas ou más, mas porque são fundamentalmente pessoas.”

Neil Gaiman e Terry Pratchett apresentam aqui uma nova versão do Apocalipse e de outras narrativas presentes na Bíblia, por esse motivo é importante iniciar a leitura de Belas Maldições com a mente aberta. Com uma história bem equilibrada em que seus autores souberam trabalhar temas mais sérios com leveza e uma boa pitada de humor, esse é aquele livro que vai fazer você dar boas gargalhadas, ao mesmo tempo em que reflete sobre o bem o mal e o modo com a humanidade segue com a sua vida.

abril 14, 2013

Stardust: O Mistério da Estrela por Neil Gaiman

Stardust - O Mistério da Estrela por Neil Gaiman.

ISBN: 9788561384357
Editora: Rocco
Ano: 2007
Número de páginas: 280
Classificação: 4 estrelas
Onde Comprar:  Livraria Saraiva, Submarino - Compare os Preços




Sinopse: Na Inglaterra da era Vitoriana, está a vila solitária que tira seu nome de uma imponente barreira de pedra que rodeia a fértil terra. A calma de muro é interrompida a cada nove anos, quando o mortal e o mágico se encontram numa feira única.







Depois de ler várias resenhas elogiando o autor Neil Gaiman, cheguei à conclusão que precisava descobrir o que o autor tinha de tão fantástico para todos se encantarem com as obras dele. Por esse motivo, achei que nada melhor do que começar lendo Stardust – O Mistério da Estrela, afinal eu até perdi as contas de quantas vezes já assisti ao filme. Claro, que me deparei com aquelas pequenas grandes diferenças entre o livro e o filme isso era algo para o qual eu já estava preparada. Porém, confesso que ainda estou em dúvida se gosto mais do livro, do filme ou dos dois igualmente. 

Acredito que a maior diferença entre um e outro é a velocidade como que as coisas acontecem, pois a forma com que o autor começa a narrativa é um pouco infantil e lenta demais.  Os primeiros capítulos que preenchem as lacunas que o filme deixou são mais arrastados e até “chatinhos”, quando comparados ao conjunto todo do livro. Esses capítulos iniciais funcionam como um tipo de introdução, pois nesse conto de fadas nada clichê criado por Neil Gaiman a história teve inicio bem antes de Tristan nascer.

Tudo começa quando Dunstan Thorn, pai de Tristan caminhava tranquilamente pela feira que acontece a cada nove anos no vilarejo de Muralha.  Durante essa caminhada que ele conhece uma jovem e misteriosa mulher que era mantida como escrava por uma bruxa.  A atração dos dois foi imediata e tão intensa, que nove meses depois trouxe ao mundo o pequeno Tristan. Dezessete anos mais tarde, o jovem Tristan Thorn perdidamente apaixonado por Victoria Foster, a moça mais bela do vilarejo faz uma promessa ousada.  Para se casar com a sua amada ele promete trazer a ela uma estrela cadente. A partir desse ponto o livro começa a ficar mais parecido com o filme. Digo parecido, mas vou deixar vocês na curiosidade, até por que sei que vocês não gostam de spoilers.

A história é muito rica em detalhes, não apenas na descrição da terra encantada de Faërie, mas também na criação dos personagens. Tristan, por exemplo, começa como um menino bobo e cegamente apaixonado, porém no decorrer da narrativa ele foi amadurecendo de tal forma que eu me senti levemente culpada por ter me irritado tanto com a paixonite dele. O mesmo aconteceu com Yvaine, - a estrela que a principio faz questão de deixar muito claro e o tempo todo a sua infelicidade por ter caído e muitas vezes esse jeito dela de deixar evidente o seu descontentamento me parecia um tanto “rude” e egoísta. Admito que em muitos momentos achei ela uma chata rabugenta, mas no final ela acaba não se “conformando” com a situação propriamente dita, porém amolecendo e entendendo que as coisas nunca mais vão ser como eram antes só que nem por isso ela precisa passar a eternidade toda reclamando de tudo, pois ela pode sim ser feliz aqui na Terra também.

A narrativa não possui toda a ação que tem no filme e isso foi o que mais me fez falta no livro. Mesmo que ele tenha contado com alguns momentos emocionantes que chegam até ser mais “sombrios” em relação à adaptação para o cinema, eu ainda prefiro essa parte no filme.  Aqui também Tristan e Yvaine são perseguidos pela Rainha das Bruxas  e pelos príncipes Stormhold, só que a forma com que essa perseguição foi desenvolvida no livro não me agradou. Eu esperava algo mais épico, empolgante, assustador, que os obstáculos enfrentados fossem mais difíceis só que foi tudo relativamente fácil demais. Não chega a ser decepcionante, só deixa com aquela sensação chata que faltou alguma coisa.

Apesar de achar que o livro deixou um pouco a desejar nesse sentido, fiquei encantada pela maneira com que o autor Neil Gaiman desenvolveu toda a história em si. Por mais que ao pegar o livro para ler, eu tivesse uma pequena noção da história que encontraria em momento algum a narrativa foi óbvia, para minha felicidade cada capítulo foi uma surpresa.   E o que mais me surpreendeu foi o final, pois eu estava esperando aquela coisa do tipo “e foram felizes para sempre”, afinal o filme passa essa sensação. Aqui embora o desfecho seja muito bonito, ele tem um toque tristeza que torna o livro um conto de fadas diferente, – sombrio, melancólico e ao mesmo tempo mágico e lindo. Bem, pelo visto o autor Neil Gaiman ganhou mais uma fã.

Pode possuir seus atos e baixos durante a narrativa, mas não decepciona quem procura uma mistura perfeita de aventura, magia com aquele toque de romance ao contrário, Stardust é aquele típico livro que vai conquistando você página após página. Para quem assim como eu, é fã de literatura fantástica e conto de fadas, ele é um livro que não pode deixar de ser lido. E mesmo para quem não curte muito o estilo, vale apena pelos momentos agradáveis que a leitura proporciona. 


Recomendo!

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