| Arquivado em: RESENHAS.
• Editora: Record
• Ano de Lançamento: 2017
• Número de páginas: 364
• Classificação: Ótimo
Sinopse: Elementos – Livro 03.
Quando a pequena Maggie May presencia uma cena terrível à margem de um rio, sua vida muda por completo. A menina alegre que vive saltitando de um lado para o outro e tem uma paixonite por Brooks Griffin, o melhor amigo de seu irmão, sofre um trauma tão grande que acaba perdendo a voz. Sem saber como lidar com o problema, sua família se vê em uma posição difícil e tenta procurar ajuda, mas nenhum tratamento vai adiante. Ao longo dos anos, Maggie aprende sozinha a conviver com os ataques de pânico e, sem conseguir sair de casa, encontra refúgio nos livros. A única pessoa capaz de compreendê-la é Brooks, que permanece sempre ao seu lado. A cumplicidade na infância se transforma em amizade na adolescência, até que um dia eles não conseguem mais negar o amor que sentem um pelo outro. Mas será que o forte sentimento que os une poderá resistir aos fantasmas do passado e a um acontecimento inesperado, que os forçará a navegar por caminhos diferentes?
Nada é mais gratificante para um leitor do que encontrar um livro que o cativa e emociona do começo ao fim. E foi exatamente este sentimento que esteve presente durante a minha leitura de O Silêncio das Águas, o terceiro livro da série Elementos da autora Brittainy C. Cherry. Esse foi aquele livro que logo nas primeiras páginas aqueceu meu coração, e que ao final meu deixou com um sorriso bobo no rosto.
Maggie May é uma menina alegre que vive atrás do seu irmão Calvin e seu melhor amigo Brooks Griffin. E mesmo que a presença dela seja uma chateação para os garotos, nada pode afastar Maggie de Brooks, - a sua grande paixonite. Porém, após presenciar uma terrível cena, Maggie deixa de ser menininha que contagia a todos com sua alegria. Algo naquele dia a quebrou por dentro, levanto junto a sua voz.
A sombra do que aconteceu naquele dia se estendeu por anos sobre toda a sua família, que do dia para noite teve que se acostumar com a ausência da voz de Maggie. Ela própria aprendeu sozinha a lidar com seus ataques de pânicos e ver a vida passar através das janelas do seu quarto, e nas páginas dos livros que lê. A única pessoa depois de seu pai que parece capaz de ouvir o seu silêncio é Brooks.
Brooks sempre permaneceu ao seu lado e conforme o tempo passou a amizade e a cumplicidade da infância se transformou em algo maior. Mas será que esse sentimento forte o bastante para curar Maggie do trauma que sofreu? Ou a maré da vida os guiará por caminhos diferentes em que ambos ao seu modo vão precisar encontrar a sua voz.
O Silêncio das Águas possui uma narrativa tocante que logo nas primeiras páginas nos conecta com seus personagens. Brittainy C. Cherry escreveu uma história com uma forte carga dramática, porém isso em nenhum momento deixa o enredo “pesado”. Aqui é tudo muito sutil e leve, e talvez por esse motivo emocione tanto.
Uma das coisas que mais me encantou durante a leitura foi ver o modo como à relação de Maggie e Brooks é construída. Aqui não temos aquela paixão ou desejo rompante que surgiu do “nada”. O que torna o relacionamento deles bonito é justamente a amizade que existe e se sobressai à paixão. É aquele tipo de companheirismo que mesmo com as reviravoltas da vida e das decisões “erradas” que muitas vezes tomamos continua existindo.
Maggie é uma personagem incrível e está longe de ser considerada uma garota frágil. E apesar do trauma e das consequências dele a impedirem de viver uma vida “normal”, ela nunca deixou de sonhar e principalmente de apoiar aqueles que ama. O Brooks pode até passar aquela imagem de príncipe encantado perfeitinho, porém a autora soube como explorar as fraquezas do personagem e isso o tornou ainda mais apaixonante (♥).
Além disso, O Silêncio das Águas é muito mais do que apenas a história de amor entre duas pessoas. Brittainy C. Cherry apresenta aqui de um modo doloroso e real não apenas os impactos que um trauma causa na vida da pessoa e, mas também em que é próximo a ela. Com maestria a autora mostra como a família de Maggie foi atingida mesmo que indiretamente pelo o que aconteceu naquela tarde fatídica. E por mais que algumas atitudes da mãe de Maggie, Katie e de sua irmã Cheryl tenham me incomodado e até me deixado com raiva em determinados momentos, é impossível não “entender” os motivos que elas tinham para agir daquele modo.
O Ar que Ele Respira, continua sendo o meu livro favorito da série, mas não nego que O Silêncio das Águas ficou ali de mudar isso. Pois a minha única ressalva em relação a ele é que senti que o final além de corrido, deixou um pouco a desejar. Tipo por tudo o que a narrativa abordou e pela forma que autora estava conduzindo a trama, o desfecho embora emocionante ficou “simplista” demais em minha opinião.
“E aqueles que acreditam em você quando nem mesmo você acredita mais são justamente aqueles que você precisa manter por perto.”
O Silêncio das Águas possui um ritmo suave, do tipo que nem percebemos a hora passar de tão envolvente que é a sua história. Brittainy C. Cherry nos presenteia com uma narrativa que fala de amor na sua forma mais sublime. Àquela que navega por águas calmas em alguns dias e tempestuosas em outros, mas que mesmo assim permanece forte.
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O Ar que Ele Respira. A Chama Dentro de Nós.