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Este livro foi recebido como cortesia para resenha. |
• ISBN: 9788501107381
• Editora: Galera Record
• Ano de Lançamento: 2016
• Número de páginas: 280
• Classificação: Bom
Sinopse: Pelo que Fei se lembra, nunca houve um ruído em seu vilarejo todos são surdos. Na montanha, ou se trabalha nas minas ou na escola, e as castas devem ser respeitadas. Quando algumas pessoas começam também a perder a visão, inclusive a irmã de Fei, ela se vê obrigada a agir e a desrespeitar algumas leis. O que ninguém sabe é que, de repente, ela ganha um aliado: o som, e ele se torna sua principal arma. Ao seu lado, segue também um belo e revolucionário minerador, um amigo de infância há muito afastado em função do sistema de castas. Os dois embarcam em uma jornada grandiosa, deixando a montanha para chegar ao vale de Beiguo, onde uma surpreendente verdade mudará suas vidas para sempre. Fei não demora a entender quem é o verdadeiro inimigo, e descobre que não se pode controlar o coração.
Não é segredo para ninguém que acompanha o blog há mais tempo, que essa que vos escreve adora cultura oriental. Por esse motivo, confesso que assim que vi a capa de Silêncio da Richelle Mead pensei comigo mesma, “preciso ler esse livro”. Sim julguei o livro pela capa, então podem me julgar também. E embora a narrativa tenha apresentado elementos interessantes, não nego que no final da leitura acabei com aquela sensação “chatinha” de que ficou faltando alguma coisa.
No alto na montanha existe um vilarejo pobre, onde o silêncio reina absoluto e as castas são respeitadas. A jovem Fei nasceu aqui e graças ao seu talento, tanto ela com a irmã escaparam do trabalho braçal nas minas, tornando-se aprendizes na escola. Fei e Zhang Jing são artistas, pessoas responsáveis por retratar através da arte o dia a dia do povoado onde todos são surdos. Esse é o trabalho de maior prestigio na pequena comunidade, e por essa razão quando Fei perceber que assim como outras pessoas do vilarejo sua irmã também está perdendo a visão, ela começa a ficar aflita. Fei sabe que se os tutores descobrirem que Zhang Jing está perdendo a visão, o destino de sua irmã será as ruas.
Desesperada para proteger a irmã, Fei está disposta a quebrar todas as regras, ainda mais agora que ela ganhou uma vantagem, - o som. Ninguém no pequeno vilarejo sabe o porquê as pessoas estão perdendo a visão e aparentemente Fei é a única em que o sentido da audição voltou. Após uma tragédia o seu amigo de infância Li Wei, um jovem e destemido mineiro decide descer a montanha em busca de respostas, Fei resolve ir com ele. Juntos eles partem para uma jornada perigosa em que não somente suas vidas, mas o futuro do seu pequeno povoado estão em risco.
O Silêncio foi o segundo livro que li da autora Richelle Mead e mesmo ele tendo sido uma leitura “rápida”, alguns pequenos detalhes em seu desenvolvimento me incomodaram um pouco. Para começar senti que até a metade do livro a autora estava com dúvida se escrevia uma fantasia ou uma distopia, pois a narrativa passeia bem pelos dois estilos. Outro ponto é que em determinados momentos você fica com aquela impressão de que a história “não sai do lugar”. São capítulos em que não acontece nada, absolutamente nada que cause um grande impacto na trama, ou surpreenda o leitor de alguma forma.
Richelle Mead se “perde” em detalhes que no meu ponto de vista foram desnecessários, o que torna na narrativa em algumas situações repetitivas. Tipo, a premissa promete uma história cheia de mistério e aventura, e em partes a autora entrega isso. Só que aqui acontece aquele velho problema do autor “levar uma vida” para desenvolver todo o mistério da história e revelar tudo de "supetão" nas últimas páginas. Além disso, estamos tão acostumamos com enredos que trazem a mitologia grega ou romana como pano de fundo, que eu realmente estava empolgada em ler algo que abordasse a mitologia e o folclore chinês. E bem, não vou negar que fiquei um pouco desapontada nesse quesito também.
Mas, apesar de nem tudo ter sido flores durante a leitura de Silêncio o livro conta com alguns pontos que me agradaram bastante. O primeiro e o principal deles são os protagonistas. Fei a principio pode passar aquela imagem de menina insegura e “bobinha”, mas nos momentos importantes ela encontra dentro de si mesma uma coragem tão grande, que fazem dela uma personagem forte e cativante. Já o Li Wei é o típico protagonista clichê dos livros do gênero, que por mais que você tente não se encantar, ele consegue conquistar aquele lugarzinho especial no seu coração. O romance entre os dois é muito sutil e delicado, o que faz com que o relacionamento deles seja ainda mais bonito.
Silêncio pode ter-me “decepcionado” em algumas partes, mas no final de mostrou uma leitura agradável que conseguiu manter a minha curiosidade e torcida pelo final feliz de seus personagens até o último capítulo. Tudo bem que fiquei com a sensação de que ficou faltando alguma coisa, mas nem tudo é perfeito, não é mesmo?
“Somente viver um dia depois do outro já não basta. Tem que haver algo mais nesta vida, algo mais que de possa esperar.”
Em suma Silêncio tem uma boa premissa e que consegue mesmo com algumas falhas em seu desenvolvimento, prender a o leitor em suas páginas. Não vou negar que esperava um pouco mais, porém ainda sim a sua história se mostrou uma leitura envolvente com os toques de certos de fantasia, aventura e romance.