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outubro 19, 2017

Sangue por Sangue por Ryan Graudin

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788555340437
Editora: Seguinte
Ano de Lançamento: 2017
Número de páginas:
Classificação: Ótimo
Submarino |Compare os Preços
Sinopse: Lobo por Lobo – Livro 02.
Para o Terceiro Reich, a Segunda Guerra Mundial pode ter acabado, mas para a resistência a luta está apenas começando. Yael é sobrevivente de um campo de extermínio e tem uma habilidade especial é uma metamorfa, capaz de mudar a aparência física e assumir a forma de qualquer pessoa. Ela também é uma garota em fuga o mundo acabou de vê-la atirar e matar Adolf Hitler. Yael é a inimiga número 1 da Germânia e de seus aliados, e vai precisar se infiltrar no território inimigo mais uma vez se não quiser pagar com o seu próprio sangue. Em meio a segredos sombrios acompanhados por verdades obscuras, apenas uma pergunta paira na mente de todos do grupo de Yael o quão longe você iria por aqueles que você ama.

De uma maneira muito sutil a autora Ryan Graudin vem conquistando um lugar especial em minha estante e claro, no meu coração de leitora. Desde que li seu livro de estreia, A Cidade Murada senti que a autora tinha um potencial enorme e após a leitura de Lobo por Lobo, o primeiro livro da duologia de mesmo nome, as minhas "suspeitas" foram confirmadas.  Eu estava muito curiosa para saber como ela iria terminar o que começou no livro anterior, até porque eu quase tive um ataque cardíaco com aquele final. E para minha felicidade, apesar dela ter partido meu coração, fui surpreendida novamente.

Quem não quiser correr o risco de pegar spoiler, pode pular três parágrafos.

O mundo inteiro viu Yael atirar em Adolf Hitler durante a festa do Tour do Eixoem Tóquio, e agora ela é inimiga número um da Germânia. Porém, não é só a jovem judia com habilidades especiais que está na mira da SS, organização paramilitar nazista. Felix Wolfe irmão de Adele Wolfe de quem Yael roubou a identidade também enfrenta as consequências dos atos da rebelde. Do mesmo modo o duplo vencedor do Tour, Luka Löwe que deixou de ser o rosto que representava o orgulho ariano, para ser visto como um traidor do governo.

Juntos os três precisam correr contra o tempo para sobreviver não só a perseguição da SS, mas aos caos que se instalou por todo o continente.  Nessa fuga eles acabam nos territórios russos, onde os soldados soviéticos não sentem nenhuma simpatia pelos germanos ou arianos puros. A resistência luta bravamente para acabar com o império de terror construído por Hitler e Yael sabe que precisa chegar a Germânia rápido, antes que seja tarde demais.

Quando tudo parece perdido, um fantasma de seu passado ressurge trazendo com ele verdades sombrias e esperança. Yael está disposta há fazer o que for preciso para terminar o que começou em Tóquio. A garota quer vingança por tudo aquilo que lhe foi tirado, incluindo a própria identidade. Mas o inimigo têm várias faces e a traição muitas vezes pode ser movida pura e simplesmente pelo amor.

Sangue por Sangue começa exatamente do ponto em que Lobo por Lobo parou. Porém, confesso que não estava preparada para o que encontrei aqui. Meu coração foi quebrado em pedacinhos e Ryan Graudin não fez a menor questão de juntá-los.  Muito pelo contrário, a autora nos apresenta uma história dolorosa e até mesmo “cruel”.  E talvez essa seja a maior qualidade na escrita da autora. Ela não se preocupa em entregar uma história clichê “bonitinha”,  muito pelo contrário aqui somos levados a enxergar de uma forma muito real, como o mundo seria se Hitler saído vitorioso da Segunda Guerra.  Além disso, ela não exagera ao usar algumas licenças poéticas e com maestria,  insere fatos reais para dar o enredo um peso emocional maior, que aliado a personagens bem construídos deixa tudo ainda mais interessante.

A Yael já tinha sido uma grata surpresa no livro anterior e fiquei imensamente feliz ao ver a evolução da personagem. A cada capítulo a minha torcida para que ela tivesse uma final feliz aumentava, assim como o aperto em meu coração por saber que talvez isso não fosso possível. Do mesmo modo Luka e Felix, possuem uma personalidade cativante o que faz com que cada um ao seu modo desempenhe um papel importante na trama.

Gostei do interlúdio que autora criou para nos revelar o passado de ambos.  Esses flashes do passado foram essenciais tanto para conhecer melhor os dois personagens como para entender a motivação de cada um. Não nego que mesmo não concordando com algumas decisões  em especial por que uma delas teve uma consequência devastadora, eu consegui entender as os motivos que levaram a ela.
O ponto principal da dinâmica entre os três personagens é que a autora não precisou criar um triângulo amoroso para justificar o relacionamento deles. Embora entre Yael e Luka exista aquele “algo a mais”, a relação  dela com o Felix é baseada única e exclusivamente na culpa, raiva e medo. Yael se sente responsável por ele e são justamente esses sentimentos que dão a duologia um toque agridoce e muito bonito.

“– Todas essas habilidades que ensinei são fardos. Não presentes. Tirar a vida também tira algo seu. Quando decidir matar, tome cuidado para que seja pelos motivos certos. Tome cuidado para que consiga viver com a decisão.”

Sangue por Sangue se revelou uma história ainda mais intrigante do que o seu antecessor. Ryan Graudin escreveu uma obra original que presenteia o leitor com muitas cenas de ação e reviravoltas que nos leva a crer que nada vai dar certo. Porém mesmo nos momentos tortuosos e obscuros há o desejo de lutar e fazer a diferença há esperança. E isso faz com que a leitura se torne mais envolvente a cada capítulo. 

Veja também:
Lobo por Lobo.

março 13, 2017

Lobo por Lobo por Ryan Graudin

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788555340192
Editora: Seguinte
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 360
Classificação:
Sinopse: Lobo por Lobo – Livro 01.
O Eixo ganhou a Segunda Guerra Mundial, e a Alemanha e o Japão estão no comando. Para comemorar a Grande Vitória, todo ano eles organizam o Tour do Eixo: uma corrida de motocicletas através das antigas Europa e Ásia. O vencedor, além de fama e dinheiro, ganha um encontro com o recluso Adolf Hitler durante o Baile da Vitória. Yael é uma adolescente que fugiu de um campo de concentração, e os cinco lobos tatuados em seu braço são um lembrete das pessoas queridas que perdeu. Agora ela faz parte da resistência e tem uma missão: ganhar a corrida e matar Hitler. Mas será que Yael terá o sangue frio necessário para permanecer fiel à missão?

Acredito que não seja segredo para ninguém, que livros que tem a Segunda Guerra como plano de fundo sempre acabam chamando a minha atenção. Porém Lobo por Lobo, o primeiro livro da duologia de mesmo nome da autora Ryan Graudin, se destaca por apresentar uma narrativa original, relatando a história que já conhecemos de uma forma totalmente diferente. O que sem sombra de dúvidas deixou tudo ainda mais interessante.

A morte tem sido uma companhia constante na vida de Yael. Aos seis anos ela chegou a um dos vários campos de concentração da Alemanha nazista com sua mãe. No campo Yael não perdeu somente a sua infância. Ela perdeu pessoas queridas e sua própria identidade. Agora como membro da resistência Yael parte para a jornada mais importante de sua vida, em que o objetivo final é: matar Adolf Hitler.

Ganhar Tour do Eixo, a corrida de motocicletas organizada para comemorar a supremacia dos governos aliados da Alemanha e Japão é sua melhor e única oportunidade. Porém nessa corrida de vida e morte ela não está sozinha. Outros dezenove jovens buscam a fama, honra e o dinheiro que a vitória na corrida garante ao vencedor. Além disso, a longa estrada que começa na Alemanha e termina no Japão reserva dois grandes obstáculos que Yael e a resistência não são capazes de  prever, - Felix Wolfe e Luka Löwe.

Lobo por Lobo possui todos os ingredientes que torna uma leitura envolvente do começo ao fim. Protagonistas fortes e dispostos a tudo por aqueles que amam e seus ideais. Uma narrativa fluida em que a autora consegue mesclar bem o drama com a aventura, isso sem falar nas várias reviravoltas que acontecem e que deixam qualquer leitor com o coração na mão.

Ryan Graudin inseriu de modo coerente em sua trama fatos verídico, dando ao mesmo tempo o tom certo de fantasia a obra. Ela soube usar a velha e boa “licença poética” ao seu favor, unindo a ficção e a realidade com maestria. Outro ponto que me agradou muito durante a leitura foi à construção dos personagens.

Yael é uma protagonista maravilhosa, pois mesmo com tudo o que passou ela não perdeu a esperança. Ela é determinada e está decidida a fazer o que for preciso para mudar e melhorar as coisas. É visível o quanto cada perda que Yael sofreu a tornou mais forte. Porém apesar de tudo isso, em muitos momentos é perceptível a sua fragilidade, o quanto as cicatrizes tanto do seu corpo e principalmente de sua alma ainda doem. E isso torna a personagem ainda mais humana e incrível.

Gostei muito do Felix e do Luka também. E antes que vocês pensem, já adianto que aqui não existe o “bendito” triângulo amoroso. O envolvimento deles como a Yael é por razões completamente diferentes. E isso é outro ponto positivo na trama por que ambos possuem um traço de personalidade muito marcante e também não "largam o osso" tão facilmente. A principio eles me causaram uma certa antipática por serem mistério, tipo nem mocinhos e nem vilões. Só que conforme a narrativa foi avançando  tanto o Felix como o Luka conquistaram um lugarzinho em  meu coração ().

Além disso, Ryan Graudin me deixou com aquela pontinha de curiosidade para saber mais sobre o passado deles, e de outros personagens que mesmo não tento uma participação tão ativa na história são bastante importantes no contexto geral da obra. Sem falar que o livro termina de um jeito tão “cretino” que se essa que vos escreve tivesse em mãos Blood for Blood teria começado a ler ele imediatamente.  “Alguém avisa a Ryan que sou ansiosa!”

“- Os fantasmas vão ficar. Assim como seus números. Assim como minhas cicatrizes. Assim como nossa dor. Mas você não precisa ter medo deles.”

Se você está em busca de uma história cheia de intrigas, mistérios e reviravoltas surpreendentes, Lobo por Lobo é a escolha perfeita. Audacioso, original e com personagens marcantes, esse livro vai te tirar o fôlego e fazer você perder algumas horas de sono. Por que assim que você começar essa corrida só vai conseguir parar na linha de chegada.

abril 27, 2015

A Cidade Murada por Ryan Graudin

| Arquivado em: Resenhas.

Este livro foi enviado como
cortesia para resenha.
ISBN: 9788565765633
Editora: Seguinte
Ano de Lançamento: 2015
Número de páginas: 400
Classificação: Ótimo
Sinopse: A Cidade Murada é um terreno com ruas estreitas e sujas, onde vivem traficantes, assassinos e prostitutas. É também onde mora Dai, um garoto com um passado que o assombra. Para alcançar sua liberdade, ele terá de se envolver com a principal gangue e formar uma dupla com alguém que consiga fazer entregas de drogas muito rápido. Alguém como Jin, uma garota ágil e esperta que finge ser um menino para permanecer em segurança e procurar sua irmã. Mei Yee está mais perto do que ela imagina: presa num bordel, sonhando em fugir… até que Dai cruza seu caminho.

Desde que li a sinopse de A Cidade Murada, fiquei curiosíssima para saber mais sobre a história que o livro guardava. Talvez um dos fatores que contribuiriam para isso, foi o leve contorno distópico que a premissa nos apresenta. Algo que com conforme nos aventuramos em suas páginas não se confirma, mas que mesmo assim surpreende por possuir uma narrativa ágil e marcada por inúmeras reviravoltas.

Hak Nam é uma cidade esquecida por todos.  As diferenças entre ela e a cidade vizinha Seng Ngoi são impossíveis de ignorar. Enquanto uma esbanja o luxo e sofisticação, a outra é o retrato cruel da miséria. Hak Nam, a Cidade Murada é dominada pela sujeira, tráfico e, sobretudo pelo medo. Dai está preso nessa cidade, e a única forma dele conseguir a sua liberdade é arriscando a sua vida se envolvendo com a Irmandade, a principal e mais perigosa gangue de Hak Nam. Porém, para que seu objetivo seja alcançado ele vai precisar encontrar alguém rápido o bastante para entregar drogas, alguém com Jin.

Para muitos da Cidade Murada, Jin é apenas mais um entre tantos garotos de rua que rouba para ter o que comer em meio ao caos de Hak Nam. Mas, embora seja realmente um dos corredores mais rápidos que Dai poderia encontrar, Jin tem seus próprios motivos para estar nos corredores pobres e imundos da cidade. Ela está em busca da sua irmã mais velha Mei Yee, que foi vendida pelo próprio pai para um bordel. Quando os caminhos de Dai, Mei Yee e Jin se encontram uma corrida contra o tempo começa. E a vida de todos vai depender de quão ágeis e corajosos eles conseguem ser.

Inspirada na cidade murada de Kowloon (China), a narrativa da autora Ryan Graudin nos traz personagens fortes tentando sobreviver em um cenário caótico. E mesmo que A Cidade Murada seja uma obra de ficção é impossível não pensar que uma cidade verdadeira realmente existiu. A autora criou uma trama que até o final me levou a questionar quem era o Dai, e qual foi erro que ele cometeu para acabar em Hak Nam. Do mesmo modo, corri pelas ruas sujas da cidade com a Jin. Não somente por que ser rápida a mantinha viva e sim por que um dia a mais naquele lugar, significava um dia a mais longe da sua irmã. Longe de Mei Yee, que foi corajosa e determinada mesmo quando tinha inúmeras razões para desistir.

Com uma narrativa que intercala o ponto de vista dos três protagonistas, A Cidade Murada apresenta uma história atual que me deixou com o coração na mão em diversos momentos, e me fez torcer por Dai, Jin e Mei Yee até o fim. A escrita de Ryan Graudin é fluida e tão envolvente que transporta o leitor para dentro da história. A cada novo capitulo a autora reserva uma surpresa, uma “peça nova do destino” tornando tudo ainda mais angustiante e eletrizante.

Acredito que o único ponto “negativo” do livro, ao menos em minha opinião foi que, achei o final um pouco corrido. Senti falta da autora ter explorado alguns pontos que a meu ver teriam deixado a narrativa mais rica. Não é nada que atrapalhe o ritmo da história ou interfira de fato em sua conclusão. Ok! Talvez eu só esteja sendo apenas chata e detalhista. Porém por mais que tenha gostado muito do livro, infelizmente não consigo deixar de lado aquela sensação de que ficou faltando alguma coisa (...).

“Mas algumas coisas simplesmente não estão destinadas a acontecer. Por mais forte e ardente que seja o pedido.”

A Cidade Murada é um livro perfeito para leitores que buscam histórias com uma boa dose de ação e suspense. Mesmo com todos os avisos de “mantenha a distancia”, você também se sentirá tentado a vagar pelos corredores de Hak Nam para viver essa perigosa e inesquecível aventura. Recomendo!

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