| Arquivado em: RESENHAS.
Este livro foi recebido como cortesia para resenha. |
• ISBN: 9788581638379
• Editora: Novo Conceito
• Ano de Lançamento: 2016
• Número de páginas: 384
• Classificação: Bom
Sinopse: Uma jovem mulher com uma bicicleta quebrada após desviar de um cão. Um homem que ela poderia facilmente ter deixado passar, sem parar, levando consigo uma vida inteira, uma vida que poderia nunca ter sido dela. Eva Edelstein está no segundo ano do curso de Inglês na Universidade de Cambridge. Ela namora David Katz, estudante e aspirante a ator. A vida de Eva parece bem encaminhada, quando, no campus da universidade, ela conhece acidentalmente Jim Taylor, estudante frustrado de direito. Há três versões, três realidades diferentes para o futuro de Eva e Jim, dos anos 1950 até os dias atuais. Se o nosso futuro é uma encruzilhada, gostaríamos de saber qual caminho seguir? E depois, ficaríamos felizes com a nossa escolha? Três vidas. Três histórias. Três destinos... permeados com traições e ambições, mas também com amor e arte. Três vezes nós explora a ideia de que há momentos em nossas vidas que poderiam ter sido diferentes e como pequenos fatos ou decisões que tomamos podem determinar o rumo da nossa vida para sempre.
Assim que li a premissa de Três Vezes Nós da Laura Barnett me vi bastante curiosa. Afinal sempre gostei de histórias que abordam o “destino” como peça fundamental da trama. Porém, depois de um começo promissor a narrativa acabou ficando confusa e caindo um pouco em clichês óbvios. Dividido em três versões diferentes, Três Vezes Nós nos insere na vida de seus personagens, nos mostrando com uma simples escolha pode mudar tudo.
Primeira Versão: Cambridge, outubro de 1958.
Eva Edelstein está atrasada para entregar um trabalho importante quando sofre um pequeno acidente de bicicleta na Universidade. Era para ser um dia como qualquer outro para o estudante de Direito Jim Taylor e ele podia ter ignorado por completo a garota com sua a bicicleta e seguindo em frente, porém algo o fez parar e ajuda-la. Eva namora com David, um jovem ator em ascensão. Porém logo o relacionamento deles entra em crise, por conta do envolvimento de Eva com Jim.
Segunda Versão: Cambridge, outubro de 1958.
Eva Edelstein sofre um acidente de bicicleta a caminho e uma aula importante. Jim Taylor que presencia toda a cena se oferece para ajudar, mas depois de uma breve troca de palavras cada um segue seu destino. Eva e David se casam e Jim conhece Helena. Porém apesar de seguirem vidas separadas ocasionalmente o destino coloca Eva e Jim no mesmo lugar.
Terceira Versão: Cambridge, outubro de 1958.
Jim Taylor está a caminho, ou melhor, pensando em fugir de uma de suas aulas quando vê Eva Edelstein sofrer uma queda de bicicleta. Ele decide parar e ajudar a moça e depois de uma breve conversa a convida para ir a um Pub próximo as redondezas da Universidade. Eva aceita e pouco tempo depois ela termina o seu relacionamento com David, um jovem e promissor ator. Mas o romance de Eva e Jim dura pouco e logo ambos partem para seguir caminhos opostos.
Acho que deu para entender mais ou menos a parte "confusa" da história não é mesmo? Acredito que se tivesse pegado para ler cada versão individualmente e não intercaladas como li, teria me envolvido mais com a história. Tipo não é que eu não tenha gostado do que encontrei em Três Vezes Nós. De verdade achei bem interessante o modo como a autora criou a partir de um momento trivial, situações e caminhos diferentes para os personagens.
Os personagens são carismáticos embora eu confesse que em uma das versões algumas atitudes do Jim me deixaram com um pouco de raiva. Gostei do modo com a autora construiu a personalidade da Eva. Aqui temos uma protagonista forte e em todas as versões da história o que certa forma dá a entender que a Eva é o tipo de pessoa que mesmo não fazendo as “melhores” escolhas aceita o destino e tenta fazer o possível para ser feliz.
Acredito que o ponto chave em Três Vezes Nós é essa reflexão que a Laura Barnett leva o leitor a fazer sobre as próprias escolhas e principalmente como uma decisão simples pode alterar tudo. É algo que no dia a dia ninguém se dá conta. Tipo do por que peguei ônibus x se sempre pego o y, ou por que resolvi ir por outro caminho e até mesmo a situação mais comum, decidir trocar de sapato na hora de sair. Não pensamos que essas pequenas escolhas, decisões podem ter sido geradas por algo maior como o “destino”.
Três Vezes Nós é uma leitura ao mesmo tempo simples e complexa. Simples por retratar pessoas comuns seguindo com seus sonhos, esperanças e arrependimentos. E complexa pela forma como a Laura Barnett optou por estrutura-la. Além disso, me incomodou um pouco o fato dela acabar sendo meio óbvia em determinados momentos, me deixando com aquela velha sensação nada agradável de ficou faltando alguma coisa (...).
“Talvez seja assim que o amor sempre chega, escreveu ela em seu diário, nessa transição imperceptível de amizade para a intimidade.”
Para quem busca uma leitura diferente e que retrata a vida com muita delicadeza e fidelidade Três Vezes Nós se mostra como uma boa opção, em especial para pessoas que acreditam no poder do destino. Porém vai uma dica, - leia uma versão por vez, assim a história pode parecer mais cativante e menos confusa.