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março 31, 2016

A Indomável Sofia por Georgette Heyer

| Arquivado em: RESENHAS.

Este livro foi recebido como
cortesia para resenha.
ISBN: 9781402238802
Editora: Record
Ano de Lançamento: 2016
Número de páginas: 406
Classificação: Ótimo
Sinopse: Sofia Stanton-Lacy é alegre, impulsiva e de uma franqueza desconcertante, características que não combinam com o que se espera de uma mulher em sua posição na sociedade londrina do início do século XIX. Educada durante as viagens de seu pai, órfã de mãe, ela chega à casa de sua tia em Berkeley Square para derrubar as convenções e surpreender a todos com seus modos independentes e sua língua afiada. E Sophy parece ter chegado no momento certo: seus primos estão com muitos problemas. O tirânico Charles está noivo de uma jovem tão maçante quanto ele, já Cecilia está apaixonada por um poeta, e Hubert tem sérios problemas financeiros.  A prima recém-chegada decide então ajudar a todos com sua determinação e impetuosidade, e acaba enfrentando agiotas, roubando os cavalos de seu primo e atirando de raspão em um honrado cavalheiro. Embora sejam sempre mirabolantes e arriscados, seus planos sempre dão certo e tudo parece estar sob seu controle. O que ela não espera, porém, é que seu primo Charles, que aparentemente não vê a hora de arrumar um marido para ela, de repente passa a enxergá-la com outros olhos...

Os romances de época estão sempre marcando presença aqui no blog. E se tem algo que me deixa extremamente feliz, é conhecer um autor novo dentro de um gênero que adoro. As histórias de Georgette Heyer (1902 – 1974) há muito tempo vinham despertando a minha curiosidade, e quando finalmente tive a oportunidade de ler algo da autora, levou poucos minutos para que me visse completamente envolvida por sua escrita.

Antes de partir em uma viagem diplomática para o Brasil, Sir Horace visita a irmã Lady Ombersley para fazer um pedido especial. Que durante a sua ausência sua filha, Sofia Stanton-Lacy fique sobe os cuidados da irmã. Há principio Lady Ombersley fica um tanto receosa em aceitar a tutela da sobrinha, já que seu filho mais velho Sr. Charles Rivenhall pode não gostar nenhum pouco de ter uma hóspede praticamente desconhecida em casa. Só que após ser convencida pela lábia do irmão, Lady Ombersley e toda família se vêm ansiosos por receber a doce e delicada Sofia em Berkeley Square .

Porém assim que a jovem chega, fica claro que Stra. Stanton-Lacy pode ser chamada por muitos adjetivos, menos o de delicada. Sofia está mais para um furacão, e Lady Ombersley precisa recorrer a todos os seus sais aromáticos durante a estada da sobrinha em sua casa. Em especial por conta de Charles que é temido como um verdadeiro tirano por todos da família.  Mas sendo Sophy uma jovem órfã de mãe, criada em entre soldados, viajando pelo mundo ao lado de um pai que a criou para ser independente, ela jamais se deixa intimidar por tipos rabugentos e mal-humorados como Charles.

A bem da verdade é que Srta. Stanton-Lacy não está nem um pouco preocupada em se meter onde não é chamada e bagunçar um pouco as coisas. Afinal, alguém precisa fazer Charles ver o quanto suas atitudes são prejudiciais para a felicidade da família. Porém em seu caminho está a Srta. Eugenia Wraxton, que tem como o maior desejo levar uma vida regrada e tranquila ao lado do futuro marido, Sr. Charles Rivenhall. Uma coisa é certa, após a passagem de Sofia a Berkeley Square, nunca mais será a mesma.

Escrito em 1950, A Indomável Sofia possui em sua história elementos bem diferente da que encontramos nos romances de época atuais.  Além de uma narrativa mais clássica, seu enredo não conta com aqueles momentos “rompantes” de paixão a que estamos acostumados. Na história de Georgette Heyer o romance é extremamente sutil, ficando mais em segundo plano e isso faz toda diferença no desenvolvimento da trama e de seus personagens. Sophy é uma personagem determinada e totalmente fora dos padrões das damas “respeitáveis” do início do século XIX. 

Ao chegar a Berkeley Square, Sofia encontra sua família completamente perdida e temendo que qualquer “passo em falso“, desagrade Charles. Por isso cada um tenta resolver seus problemas da melhor forma que consegue, pois ninguém quer ser alvo da fúria tirana do Sr. Rivenhall. Sofia podia muito bem se acovardar perante a presença do primo mais velho e cuidar da sua própria vida.  Mas ela não somente o enfrenta de igual para igual, como se envolve nos problemas da família e passa a tentar resolve-los como se fossem seus. Ela não tem medo de expressar o que sente e muitas vezes de dizer o que pensa, e isso torna Sofia uma personagem forte e cativante.

Sempre que a narrativa ameaça ficar um pouco “monótona”, Sophy e Charles protagonizam diálogos inteligentes e cheios de ironia. E são justamente nesses momentos em que a autora nos permite conhecer o “verdadeiro” Sr. Rivenhall. Você vislumbra o homem que se esconde por trás de uma mascará de autoritário e frio, ao mesmo tempo em que vai descobrindo os motivos que o levam a agir assim.  Confesso que pela premissa eu esperava encontrar um romance mais doce e super clichê, e o fato do relacionamento de Sophy e Charles ter sido tratado de forma um tanto quanto superficial me incomodou um pouco.

Tipo você fica esperando por algo que quando acontece meio que não corresponde muito as suas expectativas. Não que isso seja de todo negativo, visto que no conjunto da obra temos uma história rica em detalhes e personagens encantadores. Georgette Heyer não somente criou uma trama envolvente, como também permitiu que os personagens secundários se destacassem dando a narrativa uma dose certa de drama familiar e bom humor. Mas, quanto ao romance propriamente dito,  é inevitável sentir aquela sensação que faltou alguma coisa.

 “– Às vezes me parece – replicou o Sr. Rivenhall – que sensibilidade é uma virtude totalmente desconhecida por você.
– É mesmo, fale-me sobre ela! – disse Sophy, com imensa cordialidade.”

Com uma protagonista inesquecível e sem um romance adocicado, A Indomável Sofia possui uma história muito bem construída com pequenos detalhes  e bons personagens que a torna única. Uma ótima opção de leitura para os fãs de romances de época, ou até mesmo aqueles que estão em busca de algo mais leve e não tão clichê. Recomendo!

julho 24, 2014

O Bobo da Rainha por Philippa Gregory

ISBN: 9788501082800.
Editora: Record.
Ano de Lançamento:  2011/ 3ª Edição.
Número de páginas: 517.
Classificação: Ótimo.
Onde Comprar: Livraria Cultura, Livraria Saraiva - Compare os Preços.




Sinopse:  Os Tudors, Livro 4.
Hannah, uma jovem que possui o dom da vidência, ingressa na traiçoeira corte dos Tudor para espionar a princesa Mary, primeira filha de Henrique VIII, a pedido do ambicioso Robert Dudley. Dividida entre a paixão por Dudley e o seu dever, Hannah encontra em Mary uma mulher ardorosamente católica, cujo maior objetivo é restaurar a verdadeira fé do povo. Ao mesmo tempo, sua meia-irmã, a futura rainha Elizabeth, observa seus erros e reza por sua morte. Conforme a rivalidade entre as princesas se desenrola em um palco de conflitos e paixões, Hannah deve encontrar um caminho para atravessar uma época na qual professar a religião errada representava uma sentença mortal.

Depois de muito ouvir falar dos livros da autora Philippa Gregory e de seguir a orientação dos “deuses do tenho mais livros do que tempo de ler”, ou a TBR (como preferirem), finalmente pude conferir por mim mesma, o que a escrita da autora tem de tão fascinante que conquista a todos. Bem, acho que como vocês mesmos podem perceber, essa que vos escreve é mais uma que se une ao séquito de fãs da autora.

Não tinha como ser diferente. Afinal qualquer pessoa que tinha como História sua matéria favorita em tempos de colégio, se rende a narrativa envolvente e marcante da autora. Vi-me conquistada logo nos primeiros capítulos, por uma história cheia de reviravoltas, corações partidos e personagens fortes que me proporcionaram uma deliciosa viagem ao tempo, pelos corredores repletos de conspirações da corte inglesa durante o reinado de Mary I, filha de Henrique VIII e Catarina de Aragão.

Vivendo em um dos bairros pobres de Londres, a pequena Hannah Green é filha de um humilde livreiro que tem a sua vida mudada no dia em que graças ao seu dom da vidência, viu um anjo na Fleet Street, atrás do charmoso Robert Dudley e do estudioso John Dee.  Relutante em deixar o pai, mas obrigada a partir para corte a serviço de Lorde Dudley, Hannah é arrastada pelo seu senhor para o mar de intrigas da corte do jovem e doente rei Eduardo VI.  Embora fosse conhecida na corte como o “bobo santo” do rei, Hannah em seus calções de menino tinha outro tipo de função para o sedutor Lorde Robert Dudley, - ela era acima de tudo a sua espiã.

Hannah é então enviada por Lorde Dudley para fazer companhia a Lady Mary e claro descobrir qualquer informação que fosse útil  para o seu senhor.Tudo já estava planejado e antes do rei dar o ultimo suspiro, seu principal conselheiro , Duque de Northumberland consegue convencê-lo a proclamar em seu testamento que a esposa de seu primeiro filho e sobrinha do Rei Henrique, Lady Jane Grey seria a sua sucessora no trono na Inglaterra. Com isso tanto Mary e Elizabeth seriam pressas na Torre e condenadas à morte por traição.  Quando Mary descobre a morte de seu irmão, ela mesma se auto proclama rainha e decidi ir à luta pela coroa.

Nesse momento em diante a vida de Hannah passa por mais uma grande mudança. Dividida entre o respeito pela rainha católica solitária, a admiração pela princesa protestante obstinada e pelo amor ao seu ambicioso senhor ela terá suas lealdades testadas, ao mesmo tempo em que precisa proteger seu pai e si mesma. Poderá Hannah sobreviver ao “ninho de serpentes” da corte inglesa sem perder sua pureza e caráter? Por quanto tempo Daniel Carpenter, o jovem a qual é prometida, se manterá fiel esperando pelo dia que ela cumpra suas obrigações para com a rainha? Hannah aprenderá da maneira mais difícil que o melhor lugar para estarmos muitas vezes é justamente aquele em que não queremos estar.

A história toda é contada através do ponto de vista da Hannah, ou seja, intercalando momentos em que a narrativa é mais focada na rainha Mary e outros na princesa Elizabeth. Através dos olhos de Hannah é possível desvendar um pouco dos medos e desejos dessas duas mulheres fortes enveredando por um caminho marcado por traições, ódio, perseguições religiosas e uma guerra silenciosa entre duas herdeiras do trono. Em muitos momentos me irritei com a teimosia da Hannah. Por vaidade ela não apenas colocava a própria vida em risco, como também a vida daqueles a quem ela deveria proteger. Sua personalidade forte assim como a sua coragem são de fato admiráveis, mas a sua imaturidade muitas vezes a levavam a agir de maneira arrogante com quem não merecia e isso me dava nos nervos (motivo pelo qual eu não favoritei o livro). Sim eu sou chata mesmo!

O Bobo da Rainha possui um enredo riquíssimo em detalhes que me deixaram curiosíssima para conhecer mais da história da Inglaterra. É incrível como a Philippa Gregory pegou uma “história real” e a transformou em um romance terno, cheio de momentos conflitantes em que a razão e a emoção duelavam constantemente. Nutri uma relação de amor e ódio por todos os personagens, ao mesmo tempo em que assim como a Hannah eu sonhava como um “então foram felizes para sempre” para todos. Algo que como a própria história nos conta infelizmente não aconteceu.

Estou simplesmente apaixonada pela escrita da Philippa Gregory, e me perguntando constantemente o porquê demorei tanto tempo para ler algo dela. Sério leitores, não consigo expressar em palavras o quanto a leitura desse livro foi maravilhosa!

“- (...) você quer tanto amar e ser amada que está sempre em todos os lados ao mesmo tempo.”

Para os amantes de romances históricos e eternos estudiosos como eu, O Bobo da Rainha é certamente uma leitura inesquecível. Recomendo!

abril 25, 2014

Orgulho e Preconceito por Jane Austen


ISBN: 9788572326919
Editora: Martin Claret
Ano de Lançamento: 2010
Número de páginas: 298
Classificação: Bom
Onde Comprar: Livraria Cultura, Livraria Saraiva, Submarino - Compare os Preços.


Sinopse: Na Inglaterra do final do século XVIII, as possibilidades de ascensão social eram limitadas para uma mulher sem dote. Elizabeth Bennet, de vinte anos, uma das cinco filhas de um espirituoso, mas imprudente senhor, no entanto, é um novo tipo de heroína, que não precisará de estereótipos femininos para conquistar o nobre Fitzwilliam Darcy e defender suas posições com perfeita lucidez de uma filósofa liberal da província. Lizzy é uma espécie de Cinderela esclarecida, iluminista, protofeminista. Neste livro, Jane Austen faz também uma crítica à futilidade das mulheres na voz dessa admirável heroína — recompensada, ao final, com uma felicidade que não lhe parecia possível na classe em que nasceu.

Estou naquele dilema de não saber ao certo o que escrever sobre um livro. Mas, a verdade é que não posso ser hipócrita e falar algo que não senti ou vivi durante a leitura. O fato é que, apesar de o filme Orgulho e Preconceito ser um dos meus filmes favoritos, a leitura do livro que deu origem a ele foi um tanto decepcionante.

Não leitores, vocês não entenderam errado (...). Essa que vos escreve está dando a sua cara da tapa e assumindo, que se decepcionou com um dos clássicos mais aclamados da autora Jane Austen. Porém, antes que vocês me julguem uma insensível e sem coração preciso explicar meus motivos.  Até por que como acredito que “quase todo mundo” conhece a história, não vou precisar entrar nos detalhes sobre ela.

Talvez o meu maior erro, foi esperar encontrar nas páginas do livro um romance arrebatador e proibido devido à diferença de classe social dos protagonistas. Ou talvez, eu errei em presumir que o livro teria o mesmo ritmo do filme. Não que a leitura em si tenha sido de todo o mal, o problema é que infelizmente não consegui encontrar a bela história de amor que eu acreditava que o livro continha.

A narrativa de Orgulho e Preconceito pareceu-me mais um relato histórico da sociedade inglesa do início do século XIX. No decorrer do enredo é visível que a autora Jane Austen, tenta retratar com um toque de ironia a maneira frívola como as pessoas de seu tempo viviam.  Tudo no livro é formal demais, incluindo as relações entre os personagens. E não digo isso apenas em relação aos protagonistas Mr. Darcy e Elizabeth Bennet, e sim no convívio familiar de cada um dos personagens. Fiquei com a triste sensação que as pessoas da história só estavam juntas por conveniência e por que tinham necessidade de se “aturar”, e não por que gostavam uma da companhia da outra.

Outro ponto que dificultou meu envolvimento com a história, é que os diálogos são excessivamente longos e em muitos momentos eu tive que reler o mesmo parágrafo, pois me perdia em meio às conversas muito “poetizadas” e com descrições desnecessárias. Gosto de narrativas com muitos diálogos, desde que eles sejam inteligentes e com descrições de fatos e situações que agreguem algum valor a história. Algo que infelizmente não acontece aqui. Em várias passagens percebi que a autora dava um destaque muito grande a personagens enfadonhos, que no contexto geral do livro não tinham muita importância, e isso deixava a leitura ainda mais maçante.

Sabe quando você tem aquela sensação que leu mil páginas, mas que não saiu do primeiro capitulo? Pois, foi justamente assim que me senti em diversos momentos durante a leitura. A história tem seus bons momentos é claro, mas esses não foram suficientes para que eu conseguisse me envolver com ela e seus personagens.  Garanto a vocês que eu tentei sentir todo o amor que vejo muitos sentirem por esse livro, mas não foi dessa vez que a narrativa de Jane Austen me conquistou.

“Somos poucos os que temos valentia suficiente para nos apaixonarmos completamente se a outra parte não nos encoraja.”

Quero acreditar, que essa decepção tenha acontecido por que eu li Orgulho e Preconceito no momento errado de minha vida. Não seria e nem será a primeira vez que isso acontece. Então, talvez no futuro eu dê a ele uma segunda chance, e quem sabe acabe me encantando. Quem sabe não é (...).

março 31, 2014

O Segredo da Bastarda por Cristina Norton



ISBN: 9789897410079
Editora: Casa da Palavra
Ano de Lançamento: 2014
Número de páginas: 304
Classificação: Bom
Este livro foi enviado como
cortesia para resenha.
Sinopse: Na ilha da Madeira, na segunda metade do século XIX, Eugênia Maria se desespera com o estado de saúde da sua filha Isabel. Aos quinze anos e vítima de tuberculose, a menina parece cada dia mais fraca e desacreditada pelos médicos. Para animá-la, a mãe resolve contar-lhe o segredo da própria paternidade, sobre o qual Isabel nunca deixara de fazer perguntas. Mas a história começa, naturalmente, muito antes, em 1775, quando nasceu à avó da garota, que foi aia da princesa Carlota Joaquina. Livro de estreia de Cristina Norton no Brasil, em O SEGREDO DA BASTARDA o leitor irá acompanhar a vida fascinante de Eugênia de Menesses, uma das netas do marquês de Marialva, educada no Brasil por uma mestra com ideias de independência e, mais tarde, dama da corte e aia da princesa prometida de Dom João VI.




Estou tão habituada com romances históricos que se passam na Inglaterra do século dezoito, que me deparar com uma narrativa que explora acontecimentos que remetem a história de meu próprio país, foi realmente uma grata surpresa.  O Segredo da Bastarda, nos leva por uma viagem ao tempo, pela antiga corte real de Portugal, em que os mais poderosos usavam suas influências e seu dinheiro, para fazer valer a sua vontade.

A chegada de Eugênia de Meneses, a primeira menina depois de três meninos, à casa de Maria José, primogênita de Cavaleiros, a senhora da Casa do Arco e Rodrigo de Meneses, filho mais novo do marquês de Marialva foi uma grande evento. Seu nascimento foi celebrado com muita alegria por dias, sendo a pequena Eugênia a filha favorita do pai nos anos seguintes.

Quando seu pai é nomeado governador e capitão general de Minas Gerais, toda a sua família vem para o Brasil e os anos que passam aqui, se tornam os mais importantes na vida e na formação de Eugênia. Graças às instruções de Felícia, sua tutora e grande amiga, Eugênia foi preparada para enfrentar todos os obstáculos que surgiriam em sua vida futura, mesmo que naquela época de brincadeiras e travessuras com seus irmãos ela não tivesse ideia disso.

Talvez um pouco “traumatizada” com a história da própria mãe, que em todos os verãos dava a luz, Eugênia jurou a si mesma que jamais casaria. Porém, tudo mudou quando ela conheceu um jovem escritor inglês e se apaixonou.  Mas, ficar ao lado de William Beckford, se mostrou ser bem mais difícil do que ela imaginava. Para seu pai o escritor não passava de um espião, fato esse que levou ele a não aceitar que sua filha querida se casasse com Beckford. Impedida de viver sua história de amor, Eugênia acaba se envolvendo com a pessoa errada e por conta de seu erro, ela é banida da corte de Portugal e levada para longe dos seus familiares, - para sempre.

Conforme Eugênia Maria contava à história de sua mãe, Eugênia de Meneses para sua filha Isabel acamada devido à tuberculose, eu fiquei me perguntando várias vezes se as coisas não teriam sido diferentes se Rodrigo de Meneses tivesse permitido o casamento da filha com William Beckford. Talvez a vida dela tivesse sido marcada mais por momentos felizes do que pelos anos de sofrimento que ela enfrentou. Ok! São épocas diferentes, mas não posso deixar de pensar que infelizmente situações em que não podemos levar em conta a nossa vontade, acontecem ainda nos dias de hoje também.

A narrativa de Cristina Norton é completamente diferente dos romances gracinhas que estamos acostumados a ler. Ela é mais intrínseca, e por revelar “fatos reais”, não possui todo o romantismo e clichês presentes nos livros do gênero. O fato de a autora ter usado uma linguagem mais rebuscada, com palavras desconhecidas, também dificulta um pouco a leitura. Além disso, em alguns momentos na narrativa fica difícil diferenciar qual “Eugênia” (se é a mãe ou a filha) o capitulo está de referindo.

Apesar de ter achado algumas passagens confusas e de ter sentido falta de alguns elementos comuns em romances históricos, eu gostei do livro. Talvez por que me apaguei mais a parte histórica da narrativa e não ao romance em si, o que de certa forma tornou ao seu modo a leitura agradável.

"Onde estavam as promessa seladas com um beijo e os amores contrariados que ultrapassavam todos os obstáculos? Impressos nos romances, em livros fechados à chave nas estantes das bibliotecas."

Com um enredo denso e melancólico, O Segredo da Bastarda é uma verdadeira aula de história que ira emocionar  e cativar os fãs do gênero. Não é uma leitura fácil, mas não deixa de ser surpreendente.

dezembro 09, 2012

O Pássaro por Samanta Holtz

O Pássaro por Samanta Holtz.

ISBN: 9788575796381
Editora: Novo Século
Ano: 2012
Número de páginas: 480
Classificação: 4/5 estrelas
Onde Comprar: FNAC, Livraria Cultura, Livraria Saraiva, Submarino - Compare os Preços


Sinopse: Caroline Mondevieu é filha de um poderoso Barão e tem tudo o que uma dama da época poderia querer: status, riqueza e um ótimo partido para se casar. Seus sonhos, no entanto, vão muito além de vestidos caros ou um bom marido; ela quer ser dona do próprio destino. Sua vida muda completamente quando encontra Bernardo, um charmoso domador de cavalos que parece ter o dom de irritá-la. Eles não conseguem se entender até quando percebem que, para alcançar o sonho em comum da liberdade, terão que passar por cima das suas diferenças e se unirem num arriscado plano que promete transformar suas vidas para sempre. Grandes emoções os aguardam em sua jornada; perseguição, mistérios, ciganos e o despertar de um sentimento que insiste em se manter escondido. Mas o que parece tão simples envolve muito mais magia e coincidências que eles podem imaginar, além da descoberta de segredos, até então, muito bem guardados.


Nunca sei o que é mais difícil; resenhar um livro que não me identifiquei muito com a história e por essa razão eu acabei não gostando muito, ou resenhar um livro pelo qual me apaixonei. Em ambas as hipóteses a situação é um tanto complicada, já que como vocês mesmos podem perceber eu meio que sempre acabo deixando as minhas emoções transparecerem enquanto escrevo. E em um ano que, especialmente a literatura nacional me trouxe boas surpresas, O Pássaro veio para fechar com chave de ouro.

Sou apaixonada por romances de época e por esse motivo desde seu lançamento, O Pássaro era um livro que me despertava muita curiosidade, mas mesmo com uma sinopse bem escrita e sugestiva, eu não estava preparada para as emoções que a história em si me traria.  Com um enredo forte e personagens surpreendentes fui conquistada logo nos primeiros capítulos e quando percebi já estava encantada e envolvida não apenas com a narrativa central do livro, mas com todo o universo criado pela a autora.

A narrativa é suave e delicada, o que contrasta com a personalidade forte e determinada da protagonista, a jovem Carolina Mondevieu. Filha mais nova do implacável Barão Enézio Mondevieu, Carolina ainda criança aprendeu da pior maneira possível a temer o peso da mão de seu pai, mas junto com este medo foi crescendo dentro dela o desejo pela liberdade. Para Carolina a vida submissa que sua mãe Antonelle e sua irmã Elizabeth levavam era uma prisão. Porém, ela estava disposta a correr os riscos que fossem necessários para ser livre, só que ela não contava que no meio do caminho ia acabar se apaixonando. Quando seu caminho se cruza com o de Bernardo Rachlev, o jovem domador de cavalos do feudo de seu pai, não só a busca pela liberdade ganha um novo sentindo, mas a sua vida toda.

Com uma narrativa doce e cheia de surpresas, a autora Samanta Holtz leva o leitor ao século XIII para viver uma história de determinação, aventura, grandes revelações e amor. O ritmo de leitura foi tão envolvente que eu simplesmente não conseguia largar o livro. E o fato mais legal de toda a trama que a autora criou é que, ela não direciona a narrativa apenas para os personagens centrais. Todos os personagens têm suas próprias histórias que vão acontecendo em paralelo com a história de Carolina, com isso além de deixar a narrativa mais real e emocionante a autora conseguiu destacar outros personagens maravilhosos como Filip, o melhor amigo de Caroline.

É quase impossível não se encantar pelo Filip. Pense em um ser humano fantástico, capaz de abrir mão de seus sentimentos, para ver quem ama feliz. Não só isso, ele foi capaz de perdoar o que para muitos, principalmente na época em que o livro é narrado consideravam, o maior ato de humilhação pública em nome do amor que sentia. Alguém que incapaz de impor sua vontade a força, se essa fosse trazer a infelicidade de outra pessoa. Sim! O mundo seria um lugar mil vezes melhor se houvessem mais pessoas com o caráter e o coração nobre dele.  O Filip só não conquistou de vez meu coração, por que o Bernardo chegou antes. (Ok, eu tenho uma queda por homens teimosos admito).

E Bernardo é "insuportavelmente" tão teimoso como Carolina é mimada e juntos eles formam um casal de dar nos nervos de qualquer um. Tinha momentos que eu achava os dois à “coisinha mais fofa“ juntos, em outros eu queria que o Bernardo largasse a Caroline por que ela se comportava como uma “criança pirracenta” e às vezes acontecia o contrário, eu torcia para que ela o largasse por ele ser comportar como um “perfeito idiota”. E o pior de tudo, o que mais me deixava doida era que só os dois não enxergavam o óbvio. E infelizmente quando eles conseguiram enxergar isso foi um pouco tarde demais.

Mesmo com algumas falhas que a editora deixou passar na hora da revisão, O Pássaro possui a leveza de romance muito bem escrito que entre as suas entrelinhas tem todo um mistério e magia que o leitor vai desvendando aos poucos. Parte disso se dá por conta do povo cigano tão ricamente descrito no livro, mas principalmente pelas reviravoltas que a história tem. Eis um livro que não é óbvio, e por mais que o final tenha me levado às lágrimas, eu não consigo imaginar em um desfecho tão perfeito e bonito, do que o dado pela a autora.

Sinceramente eu não consigo encontrar as palavras corretas para finalizar essa resenha. Acho que qualquer coisa que eu vá escrever aqui, não vai conseguir transmitir o que de fato eu estou sentindo. E como realmente me faltam palavras, as únicas que eu encontro e que se aproximam do que quero dizer a vocês são; Lindo, fantástico e surpreendente!

Recomendadíssimo! (clichê eu sei, mas me perdoem não consigo pensar direito quando estou emocionada).


outubro 29, 2012

Os Mistérios da Coroa por Nancy Bilyeau


Os Mistérios da Coroa por Nancy Bilyeau.

ISBN: 9788580410822
Editora: Arqueiro
Ano: 2012
Número de páginas: 384
Classificação: 3 estrelas
Onde Comprar: FNAC, Livraria CulturaLivraria Saraiva, Livraria da Travessa, SubmarinoCompare os Preços.



Sinopse:
Na Inglaterra dos anos 1530, os dissidentes religiosos e os condenados por traição eram brutalmente torturados e executados. Quis o destino que Lady Margaret Bulmer tivesse o mesmo fim. Uma das líderes das rebeliões do norte do país contra o rompimento do rei Henrique VIII com a Igreja Católica, a nobre foi queimada em praça pública. Ao saber que sua prima enfrentaria a morte na fogueira, a noviça Joanna Stafford desafia a rígida regra da clausura e foge do Priorado de Dartford para assistir à execução e reivindicar o corpo, a fim de lhe dar um enterro digno. Em meio à dissolução dos mosteiros ordenada pelo rei, a busca de Joanna se transforma numa perigosa jornada, que leva a jovem a se questionar até onde estaria disposta a ir para defender os antigos costumes que tanto valoriza e que dão sentido à sua vida. Armada com determinação e coragem, Joanna confronta os traumas do próprio passado enquanto tenta concluir sua missão. Acompanhada do jovem frade Edmund, Joanna visita castelos suntuosos e locais sagrados, como Stonehenge e a Abadia de Malmesbury, em busca da relíquia e de salvação para si mesma, sua família e o modo de vida sagrado de sua ordem religiosa.


Gosto muito de livros históricos principalmente os que envolvem lendas antigas e dogmas religiosos, talvez por esse motivo Os Mistérios da Coroa despertou meu interesse assim que vi a capa dele na bienal.  Embora a leitura tenha correspondido a minhas expectativas em partes, infelizmente em outras ela deixou um pouco a desejar.

A história começa cheia de ação com a noviça Joanna Stafford foge do priorado dominicano de Dartford, para assistir a morte da sua prima Margaret, condenada a fogueira por participar e incentivar rebeliões contra o rei Henrique VIII.  O que era para ser apenas uma despedida causou uma grande reviravolta da vida de Joanna. Pressa por meses da temida Torre de Londres, ela é libertada pelo Bispo de Winchester, mas não pense que ele fez isso por bondade. O Bispo de Winchester precisa que Joanna volte para o seu priorado e encontre uma antiga relíquia, a Coroa de Athelstane, que segundo a lenda dará grande poder a quem possui - lá. O acordo é bem simples; Joanna encontra a coroa para Winchester, e ele liberta seu pai.

Sobre os olhares de reprovação dos membros da ordem e com a missão de encontrar ao coroa de Athelstane o mais rápido possível para salvar a vida de seu pai, Joanna retorna a priorado na companhia dois frades dominicanos que tiveram seu monastério dissolvido por ordem do rei, Richard e Edmund. Ela então começa sua busca às escuras em uma verdadeira corrida contra o tempo para encontrar a lendária coroa e assim acabar com a chantagem do Bispo de Winchester. Mas o que Joanna não esperava é que um brutal assassinato fosse ocorrer sobre o teto de Dartford mudando completamente o rumo não só da sua busca, mas da história de todo o priorado.

Para seu romance de estréia Nancy Bilyeau foi muito bem. Ela criou um enredo instigante com bons personagens, e ainda conseguiu mesclar de forma inteligente alguns mitos gregos que ajudaram a compor a história. Com uma narrativa rica em detalhes que encanta qualquer leitor, Os Mistérios da Coroa tem todos os ingredientes que o tornam um bom livro, só que em meu ponto de vista faltou alguma coisa. Fiquei com a sensação que Nancy Bilyeau não conseguiu explorar tão bem as suas ideias iniciais no decorrer do livro.

Joanna Stafford a protagonista é o melhor exemplo disso, ao mesmo tempo em que Joanna é uma mulher inteligente e decidida, ela consegue ser insegura e ter algumas atitudes um pouco infantis que me tiravam do sério durante a leitura.  Outro ponto que me incomodou bastante foi à tentativa da autora de criar um triângulo amoroso em uma história que o romance em si já é fraco. Confesso, eu esperava que o livro me surpreende-se mais, mas apesar dos pontos negativos gostei bastante de leitura. O livro conseguiu despertar e manter a minha curiosidade, mesmo eu já tendo uma ideia de como mais ou menos como seria seu final.

Os Mistérios da Coroa é uma leitura que eu indico para quem gosta de livros históricos com relíquias perdidas e mitos antigos. Ele leva o leitor a uma verdadeira viagem pela Inglaterra de 1530 interagindo com maestria a ficção e fatos reais com personagens marcantes e um enredo inteligente.

 Garanto que você não vai se arrepender!



agosto 26, 2012

Helena de Troia por Francesca Petrizzo

Helena de Troia – “Memórias da mulher mais desejada do mundo” por Francesca Petrizzo.

ISBN: 9789722522625
Editora: Lua de Papel
Ano: 2012
Número de páginas: 208
Classificação: 4 estrelas
Onde Comprar: FNAC, Livraria Cultura, Livraria Saraiva, Livraria da Travessa, Submarino - Compare os Preços



Sinopse:

Um navio retorna de uma intensa batalha pelas costas gregas. Uma mulher observa o contorno do Peloponeso na penumbra do crepúsculo. É a jovem Helena, oferecida pelo pai ao conquistador Menelau para garantir a paz e sobrevivência de seu povo. Uma fatídica decisão que seria carregada de tristeza e tragédia, porque Helena começa a buscar nos braços de outros aquilo que lhe fora negado. Numa narrativa lírica e original, esta obra traz a versão de Helena da história lendária que é conhecida em todo o mundo. A disputa que originou a guerra de Troia. De sua infância em Esparta aos anos turbulentos de sua união com Menelau e a fuga com Páris e todas as suas consequências. A vida de uma mulher que estava destinada ao poder, mas era movida a paixão e seu amor provocou uma das guerras mais famosas de todos os tempos. “Helena é meu nome, mas posso ouvi-los me chamando de adúltera nas minhas costas. Eu nasci em Esparta, mas fui embora para Troia, por amor. Eles costumavam dizer que eu era a mulher mais bonita do mundo e viviam julgando o quão pouco ganhei e o quanto perdi depois que fugi, mas eles não estavam lá depois de tudo o que passei. Eu estava.”

Sou completamente apaixonada e curiosa assumida por histórias, civilizações e mitologias antigas. Sempre estou lendo, pesquisando e quando posso assisto documentários que abordam estes temas.  Já li alguns livros e textos sobre Troia, mas ler este clássico em uma nova adaptação sendo narrado justamente por quem causou a guerra entre a Grécia e Troia despertou ainda mais minha curiosidade, por esse motivo Helena de Troia foi um livro que me chamou a atenção assim que soube de seu lançamento.

Helena de Troia é um livro para quem gosta ou simpatiza com a "literatura clássica", pois mesmo que em sua concepção a autora tenha deixado de lado todo o heroísmo da história que já conhecemos a transformando em um drama com um leve toque de romance, é perceptível que as bases e os personagens do clássico original foram fielmente mantidos.

Acredito que todos que buscam neste livro mais uma narrativa do belo romance entre Helena e Páris acabam se decepcionando um pouco. Francesca Petrizzo criou uma “nova” Helena dando a ela uma história própria e traços mais humanos acabando um pouco com o mito que sempre cerca a personagem. A autora nos apresenta uma Helena atormentada por fantasmas que a perseguem desde a sua infância e, com tantos grandes e eternos amores que a tornaram durante toda a sua vida uma mulher um tanto volúvel e, em algumas ocasiões até um pouco autodestrutiva.

Divido em duas partes o livro relata em sua primeira metade a vida de Helena em Esparta do seu nascimento até a fuga para Troia, enquanto na segunda metade Helena narra seus dias em Troia e claro, como foi os longos anos de guerra.  A forma como Helena descreve este período é completamente diferente do que nos habituamos a ler quando o tema é “A Guerra de Troia”, é tudo mais sutil, lento e angustiante.

Durante essas duas metades do livro, é visível o peso emocional que a autora procurou dar para a história.  Helena vivia tudo muito intensamente e mesmo o livro não sendo muito emocionante do que diz respeito a lutas, sangue e tudo que envolve de fato uma guerra ele consegue passar uma emoção ainda mais forte para o leitor, já que é um tipo de emoção amarga e sofrida.

Houve um momento em que o sofrimento de Helena era tão grande que quando dei por mim eu já estava com lágrimas nos olhos e incrédula por estar chorando. Sim, este não é um livro que leva o leitor as lágrimas, porque como eu mesma disse acima ele não chega a ser um romance arrebatador e a sua história não é uma das mais emocionantes. Porém o jeito com que a autora pegou um clássico tão conhecido e o adaptou através do ponto de vista de Helena, tornou a história tão humana que naquele instante parecia que a dor que ela sentia era a minha.

Helena de Troia não é um livro fácil de se ler. Ele totalmente desprovido de grandes momentos de ação e o romance contido nele é bem fraco. A narrativa muitas vezes lenta e repetitiva demais fez com que apesar de ser um livro curto, o ritmo de leitura fosse um pouco devagar, mas não é nada que acabe prejudicando o livro como um todo.

Confesso que eu esperava algo totalmente diferente, mas o livro não me decepcionou muito pelo contrário, ele se revelou uma boa surpresa, pois me mostrou um lado da história que "teoricamente" eu não conhecia, e que particularmente me agradou mais. Sem tanto heroísmo e fantasia, porém uma história mais simples , humana e marcante.

Pode não ter me conquistado logo nas primeiras páginas, mas foi me conquistando aos poucos, o que fez com que cada minuto de leitura valesse muito apena no final.  Você gostando ou não de livros mais clássicos fica ai a dica de um livro surpreendente.


fevereiro 20, 2012

Amor de Redenção por Francine Rivers

Amor de Redenção por Francine Rivers.                                                                                             

Ficha Técnica:

Editora: Verus
Autor: Francine Rivers
ISBN: 9788576860884
Ano: 2010
Edição: 1
Número de páginas: 460
Classificação: 5 estrelas
Onde Comprar: FNAC, Livraria Cultura, Livraria Saraiva, Livraria da Travessa, Submarino Compare os Preços.

Sinopse:                                                                                              

Pode o amor de Deus resgatar uma pessoa que não acredita mais no amor humano?


Califórnia, 1850. Uma época em que os homens vendiam a própria alma por um punhado de ouro e as mulheres vendiam o próprio corpo por um lugar para dormir. Angel aprendeu a não esperar dos homens nada além de traição.Vendida como prostituta ainda criança, a única maneira que ela encontra para sobreviver é mantendo o ódio bem vivo em seu coração. E o que ela mais odeia são os homens que a usaram, deixando-a com um imenso vazio interior. Até o dia em que ela conhece Michael Hosea. Um homem que busca o divino em todas as coisas, Michael obedece ao chamado de Deus para que se case com Angel e a ame incondicionalmente. Aos poucos, ele vai conquistando um lugar cada dia maior no coração de sua esposa, que começa a se abrir para ele. Mas, com a chegada inesperada desse amor, Angel é invadida por sentimentos arrebatadores de medo e de desprezo por si mesma. E então ela foge, de volta para a escuridão, para longe do amor perseverante de seu marido, morrendo de medo da verdade que ela já não pode negar: sua cura definitiva deve vir daquele que a ama mais até do que Michael... aquele que jamais vai abandoná-la.

Resenha:                                                                                                                                                 

Como descrever em apenas uma resenha o turbilhão de emoções que senti ao ler este livro? Nunca li um livro com tanta profundidade emocional, com uma narrativa tão tocante e ao mesmo tempo com um enredo tão simples.

Difícil não sentir todo o sofrimento e o desprezo por si mesmo que sente uma pessoa que sempre acreditou que seu nascimento foi um erro. Difícil não se comover com toda a dor que sente uma pessoa que foi vendida ainda criança para prostituição e foi ensinada a nunca acreditar no amor. Mas difícil ainda é não sentir raiva quando essa pessoa encontra uma mão disposta a curar todas essas feridas e ela só a despreza.

Amor de Redenção leva o leitor a sentir tudo isso pela personagem principal, Angel. Durante a leitura muitas vezes senti muita raiva pelo modo como ela agia com Michael, mas ao mesmo tempo eu sentia muita pena dela também. Angel tinha que lidar com muitos “demônios” internos e não tinha nenhuma fé que fosse conseguir vencer essa disputa. Para ela tudo estava acabado não tinha mais saída ou uma luz lá no fim do túnel pela qual ela pudesse se guiar.

Mesmo como Michael apareceu em sua vida com toda a sua fé e paciência, disposto a dar todo o seu amor foi difícil ela acreditar que fosse merecedora disso e mais impossível ainda ela acreditar que alguém quisesse lhe dar algo sem querer nada em troca.

As coisas só pioram quando Paul, viúvo da irmã de Michael volta e reconhece Angel com a prostituta mais cara de Pair-a-Dice e decidi odiá-la por seu passado sem dar uma chance a ela de provar que merecia um futuro. Para Paul, Angel era uma mulher cruel sem sentimentos que só estava usando e brincando com os sentimentos de Michael.

Mesmo quando Miriam e sua família surgem com a promessa de uma amizade verdadeira, Angel sente que não pertence e não merece aquele lugar, ela foge deixando para traz uma vida que para ela pertencia à outra pessoa.

Amor de Redenção é sem sombra de dúvidas um dos melhores livros que já li na minha vida. Francine Rivers construiu uma história tão cheia de amor, compaixão e perdão que é impossível ler este livro sem ficar tocado emocionalmente por todos os personagens. A narrativa da autora é de uma humanidade incrível que há muito tempo eu não encontrava nos livros.

Cada capítulo se inicial com uma frase ou versículo bíblico, que funcionam como uma pequena introdução na verdade, já que essas pequenas citações meio que antecipam um pouco como será o capitulo.

Apesar da fama de todo romance histórico tem ser livros mais “apimentados”, Amor de Redenção é um romance delicado que acima de tudo nos revela a importância do maior amor que pode existir; O amor de Deus.

O final do livro é de uma beleza tão grande que senti vontade de bater palmas para a Francine Rivers. Fazia tempo que não via uma autora dar um final tão completo e digno para uma história.

Foi o primeiro livro que li da editora Verus e gostei muito, tanto da diagramação do livro que foi muito bem feita, com pela fidelidade que a tradução manteve por não tentar “modernizar” os termos usados na época.

Com uma narrativa delicada e personagens tocantes fazem de Amor de Redenção um livro que durante a leitura nos leva a uma reflexão interior e com isso rever nossos julgamentos e pré-conceitos.

Eis um livro que merece mais que cinco estrelas!



julho 04, 2011

Heresia por S. J. Parris

Heresia por S. J. Parris.                                                                                                                            

• Ficha Técnica:

Edição: 1.
Editora: Arqueiro.
Autor: S. J. Parris.
ISBN: 9789722630399.
Ano: 2011.
• Páginas: 360.
Classificação: 5 estrelas.
Onde Comprar: FNAC, Livraria Cultura, Livrarias Saraiva, Livraria da Travessa, Submarino - Compare os preços.

Sinopse: Heresia | Coleção - livro 1.                                                                        

Inglaterra, 1583: o país enfrenta um período conturbado, marcado por conspirações para derrubar a rainha Elizabeth, que é protestante. Muitos de seus súditos estão insatisfeitos com o governo e anseiam pelo retorno do país à religião católica.

Em meio a esse clima de conflitos religiosos, o monge italiano Giordano Bruno chega a Londres, tentando escapar da Inquisição, que o acusou de heresia por sua crença num Universo heliocêntrico. O filósofo, cientista e estudioso de magia logo é recrutado pelo chefe do serviço de espionagem real e enviado a Oxford. Oficialmente, ele vai participar de um debate sobre as teorias de Copérnico, mas, em sigilo, deve se infiltrar na rede clandestina dos católicos e descobrir o que puder sobre um complô para derrubar a rainha.

No entanto, quando um dos membros mais antigos de Oxford é brutalmente assassinado, a missão secreta do filósofo é desviada de seu curso. Enquanto ele tenta desvendar o crime, outro homem é morto e Giordano Bruno se vê envolvido numa sinistra perseguição. Alguém parece estar determinado a executar uma sofisticada vingança em nome da religião. Mas, afinal, de qual religião?

À procura de pistas, o monge percorre os labirintos da biblioteca de Oxford e visita tabernas infames e livrarias misteriosas fora dos muros da universidade, chegando a lugares que ele nunca soube que existiam e fazendo descobertas que poderiam ameaçar a estabilidade da Inglaterra. Envolvido em uma rede de intrigas e traição, ele percebe que às vezes nem mesmo os mais sábios conseguem discernir a verdade da heresia.

Alguns, no entanto, estão dispostos a matar para defender suas crenças. Baseado em fatos reais da vida de Giordano Bruno, Heresia exigiu uma pesquisa minuciosa da autora, que investigou a fundo a trajetória do monge e o contexto político e religioso da época em que ele viveu. O resultado é um suspense histórico repleto de reviravoltas surpreendentes.

Resenha:

Como disse no meu histórico de leitura no Skoob, uma palavra define o livro Heresia para mim: “Amazing”!

Suspense não é meu gênero de leitura favorito, mas desde que li a sinopse de Heresia fiquei muito curiosa. Primeiro por trazer como personagem central o filosofo Giordano Bruno, e eu como uma amante de filosofia estou sempre procurando conhecer, e ler mais sobre o assunto.

Segundo por tratar de dois assuntos que me fascinam: Religião e Inquisição.  Confesso que meu período predileto da história mundial é a era medieval, por isso tudo o que tenha a ver com: as cruzadas, surgimento do cristianismo, caça as bruxas ou qualquer assunto que envolva o tema inquisição me fascina. Parece estranho eu sei, mas estou sempre pesquisando estes assuntos, acho que com o tempo acabo voltando para faculdade para estudar história.

Em Heresia fui apresentada a intolerância não da Igreja Católica Apostólica Romana, desta vez a “vilã” é outra é a Igreja Anglicana que punia a ferro e brasa todos que seguiam a antiga crença na Inglaterra de 1583. Sim na Inglaterra deste período não era só as bruxas e ciganos que precisavam fugir de forcas e fogueiras, os católicos romanos também corriam o risco de ter o mesmo final ao qual condenavam as pessoas hereges em outros países. Contraditório não?

Giordano Bruno é um ex-monge dominicano, condenado e excomungado por causa das suas ideias vamos dizer um pouco avançadas para época.  Posso dizer que após ler Heresia ele entrou para minha lista de filósofos favoritos ao lado de Platão, Confúcio, Goethe, e outros.

Heresia é um livro intrigante cheio de suspense com diálogos rápidos e bastante instigantes. A narração é feita em primeira pessoa, ou seja, pelo próprio Giordano, por isso temos durante a leitura uma mistura perfeita de fatos reais e fatos que a autora introduziu no enredo. O mais legal é que para quem não conhece a história de Giordano ou um pouco do período histórico em questão acaba achando que a estória é verdadeira, devido à riqueza de detalhes com que o livro foi escrito. Senti-me realmente na Inglaterra de 1583, e assim como Dr. Bruno me vi obstinada a descobrir os mistérios e desvendar a teia de mentiras e corrupção que cercavam os muros e paredes de Oxford.

A cada novo acontecimento, mas curiosa eu ficava tanto que cheguei ao ponto de ir dormir às duas da manhã por que não conseguia desgrudar do livro.

Heresia entra para minha lista de livros favoritos e que recomendo para todos que gostam de suspense, teorias contraditórias, filosofia e história. Vale cada minuto de leitura!

Beijinhos!

junho 13, 2011

O Senhor do Falcão por Valeria Montaldi

O Senhor do Falcão por Valeria Montaldi.

• Ficha Técnica: 

Editora: Record
Autor: VALERIA MONTALDI
ISBN: 9788501087881
Ano: 2010
Edição: 1
Número de páginas: 392
Classificação: 2 estrelas.

Sinopse:                                                                                                

Milão, 1225. O cadáver de uma mulher aparece no canal do Vettabbia. O corpo exibe marcas de um parto recente, mas não há qualquer vestígio de um bebê. Dezessete anos depois, o destino da criança ainda é desconhecido. O abade de San Simpliciano Arnolfo da Sala, angustiado com um sonho recorrente e suspeitas antigas, encarrega o frei Matthew de investigar a história. Pelas ruas de Milão, uma cidade devastada pela caça aos hereges e exaurida pela luta contra Trederico II, Matthew inicia sua busca. 

Resenha:

Essa resenha vai ser difícil, bem difícil. Como vocês podem perceber pela classificação que eu dei a ele, O Senhor do Falcão foi sem sombra de duvidas o livro mais decepcionante que li nos últimos tempos.

Os primeiros capítulos chegam a ser empolgantes cheios de ação e mistério, mas do nada a história se torna confusa. Sabe quando o livro tem muitos personagens, cada qual com sua história em paralelo sendo que nenhuma parece ter ligação com a outra? Pois bem a narrativa do livro é assim.

Personagens aparecem e somem do nada, e o detalhe que mais dificultou a leitura é que nenhum deles é cativante. Você não consegue se enxergar em personagem algum! São muito sem sal e açúcar falando o português claro.

O livro realmente chama a atenção pela sinopse e pela capa. Logo pensamos que se trata daqueles romances históricos maravilhosos, com uma história bela e inesquecível, mas infelizmente não é assim.

O Senhor do Falcão conquistou duas estrelinhas, na minha classificação por que não posso ser injusta em relação ao trabalho de pesquisa da autora Valeria Montaldi. Como livro histórico o Senhor do Falcão dá show, na riqueza dos detalhes da antiga Milão e os costumes da população da época.
Com fonte histórica o livro funciona bem pena que como romance deixou em muito a desejar. Já que o pouco de romance que teve, devido à apatia dos personagens foi bem sem graça e não chega a empolgar muito.

Peço desculpas aos que estavam com a intenção de ler o livro. Sei que uma resenha negativa muitas vezes é um balde de água fria, mas antes de mais nada tenho que ser sincera com todos que acompanham o blog. Infelizmente o livro foi uma decepção para mim, o que me deixou realmente arrasada já que eu esperava muito mais dele.

Mas no universo literário, há livro e livros não é? Para que ainda tiver interesse no livro, leia e compartilhe o que achou afinal cada pessoa tem seu próprio jeito particular de se identificar com uma história.


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